Embolia Pulmonar: quadro clínico, diagnóstico e tratamento

Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada, apenas dê o primeiro passo. (  Martin Luther King )

Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada, apenas dê o primeiro passo. (  Martin Luther King )

Embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é o bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos, e que geralmente, ocorre quando um trombo venoso (sangue coagulado de uma veia) se desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos pulmões. Os sintomas podem incluir falta de ar, dor torácica na inspiração e tosse com sangue. Sintomas de trombose venosa profunda em membro inferior também podem estar presentes, como hiperemia, calor, inchaço e dor. Os sinais clínicos incluem baixa saturação de oxigênio sanguíneo, respiração acelerada e taquicardia, frisando de que casos graves de embolia pulmonar não tratada podem levar a perda de consciência, instabilidade circulatória e morte súbita.

Os fatores de risco para a ocorrência de trombose venosa profunda são o câncer, períodos prolongados de repouso no leito, tabagismo, acidente vascular cerebral, algumas doenças genéticas, gravidez, obesidade e alguns tipos de procedimentos cirúrgicos, no entanto observamo de que uma pequena parcela dos casos podem se desenvolver a partir da embolização de ar, gordura ou líquido amniótico. O diagnóstico baseia-se em sinais e sintomas em combinação com exames complementares, porém se observarmos de que o o risco for baixo, um exame de sangue conhecido como Dímero D pode descartar a condição, caso contrário, exames de tomografia computadorizada, cintilografia pulmonar ou ultrassonografia de membros inferiores podem confirmar o diagnóstico.

As medidas que têm como objetivo prevenir a embolia pulmonar incluem exercícios físicos no pós-cirúrgico e em períodos prolongados na posição sentada e o uso de anticoagulantes em casos específicos. Essas substâncias – geralmente heparina e varfarina – são muitas vezes prescritas para uso continuado por seis meses ou mais,após a intervenção cirurgica Os casos mais graves podem requerer o uso de trombolíticos, como a estreptoquinase e o ativador do plasminogênio tecidual (RtPA), ou mesmo de intervenção cirúrgica, como a trombectomia ou embolectomia pulmonar.Destacando de que em pacientes com tromboembolismo venoso recorrente com contra-indicação ao uso de anticoagulantes, pode-se utilizar o filtro de veia cava.Infelizmente as estatisticas são extremamente importantes,ou seja embolias pulmonares afetam cerca de 430.000 pessoas por ano na Europa e 300.000 e 600.000 nos Estados Unidos;acredita-se que a prevalência da doença no Brasil seja de 3,9% a 16,6%.

Fisiopatologia

Êmbolo, neste caso, é algo que não tenha fluidez necessária para passar por todos os segmentos da circulação pulmonar, Por exemplo, se um coágulo se forma em uma veia da perna e se solta do seu local de origem, o fluxo do sangue o transportará,ou seja ele sairá da veia original e subirá progressivamente até atingir a veia cava inferior. Seguirá então por dentro do coração, através do átrio direito e do ventrículo direito,passando então ao tronco da artéria pulmonar,seguindo para as as artérias pulmonares direita ou esquerda e a seus ramos progressivamente menos calibrosos. Quando atingir um ramo mais estreito que seu tamanho, o coágulo ali pára, interrompendo a circulação local, concluindo de que os êmbolos podem ser coágulos sanguíneos, bolhas de gás ou gordura, entre outras possibilidades. Salientando de que o termo embolia pulmonar é usado quase como sinônimo de embolia por coágulo, já que é a situação mais comum.

Evolução

Quando uma embolia pulmonar ocorre, subitamente a circulação é interrompida em uma parcela do pulmão,fazendo com que aumente a resistência a circulação do sangue e diminua a área de funcionamento normal do pulmão. O aumento da resistência sobrecarrega o coração e a diminuição da área de trocas gasosas leva a menor oxigenação do sangue. Conforme a situação prévia da pessoa que sofreu a embolia, isto pode desde não ser percebido até provocar morte súbita, graças a Deus a maior parte das embolias é pequena e não é percebida.

Fatores de Risco

Imobilidade no leito;Repouso prolongado;Anestesia;Insuficiência cardíaca; Trombose venosa prévia; Gravidez;  Imobilização de membros por gessos e ataduras; Politraumatismos; Fraturas ósseas; Inflamação; Cirurgias de grande porte;
Queimaduras;Infarto do miocárdio; ICC; Idade acima de 40 anos; AVE; Parto e puerpério; Estados de hipercoagulabilidade.

Quadro Clinico

Dependem do grau de prejuízo trazido ao funcionamento do organismo, podendo  provocar falta de ar (dispneia), em geral súbita, chiado de peito (sibilancia), tosse e cianose. Pode ocorrer taquicardia, dilatação das veias do pescoço, aumento de tamanho de fígado e baço, além de inchaço nas pernas. Aproximadente 15% dos casos de morte súbita são atribuídos a embolismo pulmonar, poré como as próprias condições que facilitam a embolia têm sintomas semelhantes, nem sempre se consegue identificar o seu aparecimento .

Tratamento

O tratamento busca diminuir as conseqüências da embolia pulmonar , com medidas para melhorar a eficiência circulatória, diminuindo a sobrecarga cardíaca, e melhorar a eficiência pulmonar, com aumento da oxigenação do sangue, além disso também são feitas medidas para dificultar a formação de novos êmbolos, como com o a utilização de anticoagulantes ou usos de uma câmara de descompressão, no caso da embolia gasosa de mergulhadores.

Anticoagulação

Na maioria dos casos, a terapia de anticoagulação é a base do tratamento,sendo então utilizados a Heparina, heparinas de baixo peso molecular (como a enoxaparina e a dalteparina) ou fondaparinux que são administrados inicialmente, enquanto a terapia com warfarina é iniciada (isso pode levar diversos dias, geralmente enquanto o paciente está no hospital). Entretanto pode ser possível tratar pacientes de baixo risco através de acompanhamentos ambulatoriais, sem a necessidade de internação,um estudo em andamento realizado por pesquizadores europeus está avaliando a segurança desta prática. A terapia com warfarina frequentemente requer ajuste de doses e monitoramento da razão normalizada internacional (INR ou RNI). Nos pacientes com embolia pulmonar, a INR ideal é geralmente considerada entre 2,0 e 3,0. Se outro episódio de embolia pulmonar ocorrer durante o tratamento com a warfarina, a janela da INR pode ser aumentada para 2,5-3,5 (a menos que haja contraindicações) ou a anticoagulação pode ser mudada para um anticoagulante diferente, como, por exemplo, para uma heparina de baixo peso molecular. Em pacientes com uma doença maligna subjacente, a terapia com um curso de heparina de baixo peso molecular pode ser mais favorável, baseando-se nos resultados da INRI. De forma semelhante, mulheres grávidas são frequentemente mantidas sob heparina de baixo peso molecular para evitar os efeitos teratogênicos ( malformações fetais ) da warfarina, especialmente nos estágios iniciais da gravidez.

As pessoas geralmente são admitidas no hospital nos estágios iniciais do tratamento e tendem a permanecer internadas sob cuidados médicos até que a INR tenha atingido os níveis terapêuticos, de maneira cada vez mais frequente, os casos de baixo risco são acompanhados no ambulatório, uma tendência que também vem se observando no tratamento da trombose venosa profunda.

A terapia de warfarina geralmente é continuada por 3-6 meses ou por toda a vida se houve casos prévios de embolia pulmonar ou trombose venosa profunda ou nenhum dos fatores de riscos usuais está presente, além disso um nível anormal de D-dímero no final do tratamento pode sinalizar a necessidade de um tratamento continuado entre pacientes com um primeiro êmbolo pulmonar não provocado.

Patologias relacionadas

Embolia gasosa – embolia pulmonar por bolhas de gás que se formam na circulação, como no processo de descompressão súbita na subida a superfície de um mergulhador.

Embolia gordurosa – embolia pulmonar por fragmentos de tecido adiposo que entraram na circulação após um grande trauma, como numa fratura de quadril,ou de membros inferiores.

Embolia amniótica – embolia pulmonar que ocorre após o parto, por passagem de parte do líquido amniótico para a circulação da mãe.

Uma Boa e Simpática Semana.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais