Moradores querem legalização de barracos no Bugio

Moradores lotam a rua Radialista Sílvio Romero, no Bugio, em protesto (Fotos: Portal Infonet)
Com apitaço e panelas nas mãos, moradores do bairro Bugio e adjacências realizaram na tarde desta segunda-feira, 6, uma caminhada que percorreu a avenida Radialista Silvio Romero, principal via de acesso ao conjunto Bugio, em direção aos loteamentos que estão sob ordem de despejo por conta de uma ação da Secretaria de Patrimônio da União em Sergipe (SPU). 

O objetivo da caminhada foi pedir a legalização das áreas que são ocupadas por moradores da invasão situada no Riacho do Cabral, no Jardim Centenário e em diversos bairros do Bugio e que estão sendo condenadas por se localizarem em área de proteção ambiental. 

População pede legalização das invasões
Uma audiência já foi realizada na Justiça Federal e nesta terça-feira, 7, representantes da Adema, Emurb, Ibama, SPU e Secretaria Municipal de Ação Social farão a entrega dos relatórios à Juíza Telma Maria de Oliveira, que será acompanhada por representantes da Associação dos Moradores Pró-Melhoria e Defesa do Conjunto Bugio.

De acordo com o presidente da Associação dos Moradores Pró-Melhoria e Defesa do Conjunto Bugio, José Aragão Barroso, a caminhada desta segunda-feira, 6, serve apenas de alerta e para sensibilizar a juíza Telma Maria. “Quando chegar o relatório na mesa dela, esperamos que ela veja o que vai fazer em prol da população”, destaca José Aragão.

Ainda segundo José Aragão, mais de dez loteamentos, contendo em média oito mil famílias, estão para serem derrubados e em áreas de preservação ambiental como dizem as autoridades. “Caso a juíza não seja favorável aos moradores, vamos marcar uma audiência na Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe para abrir um processo, porque para um galpão nós não vamos”, critica.

A aposentada Miralda Cruz Domingos, 72 anos, fez questão de participar da manifestação e mostrar a revolta. “Moro no jardim Centenário há mais de 20 anos e só agora eles querem nos tirar daqui. Tenho dez filhos para alimentar e não sei para onde ir caso as nossas moradias sejam derrubadas”, lamenta a aposentada.

Por Aisla Vasconcelos e Kátia Susanna

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