Famílias que permaneceram em ocupação foram novamente retiradas

Liminar retirou as famílias que insistiram em permanecer no local (Fotos: Portal Infonet
As 287 famílias do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) que permaneceram na área ocupada no conjunto Albano Franco, em Nossa Senhora do Socorro, foram retiradas na tarde desta quarta-feira, 19, por força de uma liminar expedida no final da manhã a pedido da Companhia Estadual de Obras e Habitação (Cehop), proprietária dos terrenos.

Na segunda-feira, 17, uma primeira liminar já havia sido concedida à Cehop. Na ocasião mais de 1.500 famílias estavam acampadas na área há pelo menos dez dias. Nas duas operações de desocupação dos terrenos uma tropa da Polícia de Choque acompanhou os oficiais de Justiça.

Uma das diretoras do Motu, Glória Ribeiro, disse que as famílias decidiram cumprir a determinação

Integrantes do Motu reclamaram da presença de policiais
pacificamente mesmo estando não mais acampados nos terrenos. “Estávamos na pista, mas cumprimos a determinação porque se não iriam passar por cima de nós”, lamentou. “O Estado não negociou conosco, só mandou a polícia e o Conselho Tutelar para retirar as crianças das mães, alegando que elas estariam em risco. Em nenhum momento tivemos assistência. O diálogo só foi com a polícia, que chegou aqui armada”, completou Ribeiro.

A dona-de-casa Edna dos Santos estava visivelmente revoltada com a situação. Ela reclama que mora no bairro há 12 anos e nunca se fez qualquer obra nos terrenos, embora eles estejam abandonados há vinte anos. A área, segundo ela, passou a ser uma ameaça aos moradores durante a noite, já que pode ser utilizada por pessoas má intencionadas.

Edna dos Santos diz que área está abandonada há mais de vinte anos
“Nunca ninguém fez nada aqui, nem quiseram resolver a criminalidade nessa região. Estou indignada. Estamos aqui porque necessitamos de moradia e temos o direito de lutar por isso. Essas pessoas não têm coração”, bradava a moradora.

A assessoria de comunicação do Motu diz que o Governo do Estado tratou os integrantes do movimento como bandidos e não como cidadãos. A intenção do grupo é ocupar outra área até que as famílias consigam ser beneficiadas com projetos de habitação popular. “O Governo não veio se relacionar com pessoas, mas com criminosos, invasores e ladrões. A resposta do Estado foi a polícia”, disse, em pronunciamento, a assessoria do grupo.

Presidente da Cehop diz que área será permanentemente fiscalizada
O diretor-presidente da Cehop acompanhou a operação de desocupação. Antônio Carlos dos Santos disse que o órgão entrou com a ação ainda na segunda-feira, quando algumas famílias insistiram em permanecer na área. “Eles sabiam que não podiam ficar. A partir de então, todas as vezes que eles entrarem aqui vão ser retirados. Essa área pertence ao Estado”, justificou Santos.

A força policial, segundo ele, foi requisitada junto com a liminar. Santos informou, ainda, que a partir de então a área será permanentemente monitorada a fim de se evitar novas ocupações. A fiscalização será realizada, inclusive, aos finais de semana, até que sejam executados os projetos habitacionais previstos para o local.

Por Diógenes de Souza

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