Moradores de um terreno vizinho a sede da Energisa reclamam de desapropriação

Moradores concordam em deixar a área por residências dignas (Fotos: Portal Infonet)

Há 15 anos 26 famílias que moram às margens do Rio Poxim na Rua H do conjunto Inácio Barbosa em Aracaju brigam para ter o direito a uma moradia digna. A Empresa Distribuidora de Energia em Sergipe (Energisa) entrou na justiça para realizar a desapropriação das residências para que ficam ao lado do muro da empresa alegando que as famílias são invasoras do local. A justiça já reconheceu a propriedade da área como da Energisa, mas agora a divergência é no pagamento do valor referente as construções feitas ali.

Uma das propostas apresentadas pela distribuidora de energia é a aquisição de um terreno no povoado Sobrado em Nossa Senhora do Socorro, mas os moradores reclamam que o local não tem nenhuma estrutura. Para a moradora Aparecida Costa que vive no local desde 1996, a única exigência é que eles tenham um lugar digno para morar.

“A Energisa quer nos dar um terreno para construir casas no Povoado Sobral em Socorro, mas lá não existe água encanada, nem telefone, é um local muito afastado com as terras desvalorizadas. O local fica próximo a um cemitério e é um buraco. Outra opção que nos deram foi no conjunto Marcos Freire II no loteamento São Brás, nós aceitamos, pois é um local digno, mas eles refutaram já que iria ficar com um custo alto”, revela.

 

Valor das indenizações é contestado

As casas não possuem energia elétrica já que a concessionária se nega a fornecer o serviço alegando que as instalações elétricas das casas são irregulares e precisariam se adequar.

“Eles chegaram a cortar os cabos de energia, porque a Energisa se nega a fornecer luz para nós, por isso fizemos ligações clandestinas, o problema é que todas as noites a energia cai, direto temos queda de energia aqui, já não assisto mais televisão porque ela está queimada”, conta Josefa Oliveira Santos.

A moradora Aparecida Costa reclama da indefinição do terreno e que outra questão é que a Energisa quer pagar valores abaixo do marcado. “Eles avaliaram a minha casa em menos de R$ 17 mil, mas eu esperava que a avaliação fosse um dinheiro que desse para comprar outra casa”, afirma.

Para Fátima Maria dos Santos a situação é ainda pior, a casa dela foi avaliada em pouco mais de R$ 6 mil.“A gente só quer uma moradia digna, exigimos um dinheiro que dê para comprar uma casa”, ressalta.

Energisa

Terreno no povoado Sobrado

Segundo o assessor de Comunicação da Energisa, Augusto Aranha, a Energisa a todo o momento está de portas abertas para conversar com as famílias. “Nunca tivemos dúvida que somos proprietários do terreno e a decisão da justiça só veio a confirmar isso. No processo foi feita uma avaliação oficial pela justiça de imóvel por imóvel e em seguida eles fizeram outra avaliação através de um corretor que diverge da nossa. A ideia da empresa é adquirir um terreno e até construir casas para as famílias. A gente espera sentar com eles e encontrar um local que agrade a todos, mas reforço que a nossa base de avaliação das casas é a justiça”, afirma.

Por Bruno Antunes

 

 

 

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