Tragédia do trio elétrico: familiares clamam por justiça

Dona Josefa com a foto da filha e do neto: justiça (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

O delegado Paulo Ferreira, de delitos de trânsito, ainda não concluiu as investigações do acidente envolvendo o trio elétrico contratado para animar o carnaval de Nossa Senhora do Socorro, que desceu uma rua completamente desgovernado, atropelou vários foliões e matou duas crianças: Isaías de Oliveira Lessa, 11, que chegou a passar por internamento no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), e Anderson Bezerra Soares da Silva, 12, que faleceu no local do acidente ocorrido no domingo de carnaval.

Paulo Ferreira informou que está apenas aguardando a conclusão da perícia técnica realizada pelo Instituto de Criminalística. Cerca de 15 pessoas já foram ouvidas no inquérito policial, mas o delegado ainda não aponta indiciados, apesar de já ter noção da responsabilidade criminal. “Mas não vamos nos posicionar antes da liberação do laudo do Instituto de Criminalística”, informa o delegado.

Os familiares das vítimas fatais permanecem desorientados. “Não queremos cestas básicas. Cestas básicas a gente trabalha e consegue. Queremos justiça”, desabafa a funcionária pública aposentada Josefa dos Santos, avó de Isaías. “A mãe [a vendedora ambulante Natali Santos Oliveira] está daquele jeito que não se controla, nem pode ficar só. Era o único filho dela”, lamenta a senhora. “Estamos agora só esperando o que se vai resolver. O culpado vai ter que aparecer. O que a gente quer é que nada disso fique impune”, frisa a aposentada, com tristeza.

Dificuldades

Carla: dificuldades na locomoção

A diarista Joana Carla de Jesus, 26, é uma das sobreviventes e enfrenta grandes dificuldades financeiras até para sustentar as duas filhas: uma criança de apenas oito meses de idade e a outra com sete anos. “Tá muito difícil, ainda não tenho condições de trabalhar e minha mãe é quem está me ajudando”, conta a diarista. “Mas é muita gente, meu padrasto está desempregado e aqui só trabalha minha mãe”, desabafa.

Carla ficou internada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) por 19 dias, recebeu alta médica no dia primeiro e teve que retornar porque sentia muitas dores. “Primeiro me levaram para o Zé Franco [posto de saúde de Socorro] e me deram um remédio, depois me levaram pra o Huse e lá eu não quis tomar remédio, mas depois passou um pouco e estou aqui me recuperando”, revela a diarista.

Ela diz que ainda não tem condições de prestar depoimento à polícia devido ao estado em que se encontra. “Nem tenho como sair de casa”, diz, mostrando os curativos na perna, no abdome e também nos braços. “Sofri lesões de segundo e terceiro grau, meu pulso chegou a perfurar, mas agora já tá cicatrizando, mas dói muito”.

Por Cássia Santana

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