Família de menina rebate nota dos pais de Manuleke

Nota foi encaminhada por meio do advogado (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Na tarde desta sexta-feira, 15, a equipe do Portal Infonet recebeu uma nota, por meio do advogado Máximo Selem, onde os pais da adolescente que para a polícia foi vítima de abuso sexual por um jovem, identificado como Daniel Manuleke, de 18 anos. A nota trata de pontos que já foram prestados em depoimento no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) onde o crime permanece sendo investigado.

“Tomamos conhecimento nesta quinta-feira, 14.03.2013, de uma Nota veiculada na imprensa, pelos pais do acusado de estupro de nossa menina de 12 anos de idade. Tivemos uma reação que foi um misto de indignação e repúdio, pelas “bonitas” palavras que tentam induzir a opinião pública de tal forma a transformar o acusado de estupro de minha menina em vítima, e minha criança adorada de 12 anos, que até hoje brinca de boneca, como vilã. Não possuímos o mesmo traquejo no falar, mesma cultura, o mesmo preparo e muito menos a mesma influência que essa família possui. Mas, temos uma coisa muito mais importante que tudo isso, que é nossa dignidade, honestidade e verdadeiramente Deus no coração. Mesmo sendo humildes, conseguimos construir, dia após dia, um ambiente familiar para nossos filhos que nunca tivemos quando jovens, as custas de muito trabalho e empenho de sol a sol. Estão tentando de todas as maneiras desvirtuar e desqualificar as investigações policiais e decisão judicial, tomadas por mulheres e homens de bem, que são isentas e não cedem a pressões de qualquer título, baseando suas ações exclusivamente em provas reais.

A última tentativa agora foi de desmoralizar nosso advogado, Dr. Máximo Sélem, através de uma gravação traiçoeira e mentirosa, feita de forma ilegal por um advogado, de forma irresponsável, tentando colocar um colega de profissão na lama, para obter vantagem ilícita para seu cliente.Tanto é verdade tal afirmação que, este advogado, foi excluído pelos pais do acusado da defesa do mesmo. Já nós, queríamos de público reafirmar nossa total confiança no trabalho de nosso advogado, Dr. Máximo Selem, que além de advogado virou um amigo e conselheiro da família, correspondendo tanto pelo lado profissional, como elo lado afetivo, respeitando nossa dor e nossos limites físicos e psicológicos e principalmente agindo com firmeza defendendo nossos interesses.Foi levantada uma suspeita de qual fora o motivo da denúncia as autoridades ter demorado cerca de 10 dias do acontecido, atribuindo a isso uma possível negociação promovida por nosso advogado e que neste momento nos cabe esclarecer esse assunto de uma vez por todas.

No dia 12.02.2013, recebemos em nossa residência o Sr. David de Souza e a Sra. Ana Débora se identificando como pais de um jovem de nome Daniel Manuleke, nos afirmando que vosso filho havia mantido relações sexuais com minha menina de 12 anos de idade, durante um retiro religioso da Igreja Presbiteriana Independente de Aracaju, pela qual nós fomos contratados para fazer a cantina do evento. Somente esta notícia já caiu como uma bomba em nossas cabeças e então nossa filha confessou que tinha sido violentada pelo jovem, e que não havia nos comunicado, pois se sentia envergonhada, suja, desprotegida e com medo de nossa reação, pois sabedora que somos diabéticos e hipertensos.

Acontece que a notícia pior ainda estava por vir e de forma ainda mais bombástica, ou seja, os pais confessaram que o filho era portador do vírus HIV e que o sexo foi por penetração anal, pelo qual seria ainda mais fácil a contaminação, entregando em seguida um coquitel com dois potes de remédios, dizendo que nossa menina teria que iniciar o tratamento no dia posterior para evitar a contaminação.

A quantidade de medicamento entregue foi apenas para 3 dias, dizendo os pais que no quarto dia, trariam o restante da medicação para continuar o tratamento por 28 dias seguidos.

Ficamos sem chão, e nossa menina entrou em total desespero, gritando “mãe, por favor eu não quero morrer”. Seu irmão e alguns parentes e amigos íntimos que estavam no momento caíram em prantos num misto de revolta e desespero, somente Deus pode explicar como conseguimos suportar aquela notícia sem que ocorresse uma desgraça ainda maior. Para piorar, os pais levaram até a nossa residência, o filho acusado de estupro, que, após nossa revolta e exaltação, correu para o carro dos pais em companhia de representantes da Igreja. Ocorre que os pais do acusado se apresentaram como médicos infectologistas que tinham o adotado em Moçambique, já portador do vírus HIV, falando que nós ficássemos tranqüilos que com o uso adequado da medicação a chance de contaminação seria menor que 10%, como se isso aliviasse alguma coisa.

Na quinta-feria, 14.02.2013, através de uma amigo conseguimos o contato com o Dr. Máximo Selem, e passamos para ele o telefone que os médicos nos deixaram para que se a nossa menina tivesse qualquer reação ao medicamento, que ligássemos imediatamente para eles, pois se tratavam de medicamentos fortes com vários efeitos colaterais e reações adversas. Nosso advogado de pronto entrou em contato com o Sr. David, pai do acusado que se comprometeu em trazer o restante do medicamento da sexta-feira, 15.02.2013, o que ocorreu. No dia da entrega de tal medicamento, nosso advogado estava presente e questionou uma funcionária da Secretaria de Saúde de Sergipe e a um representante da Igreja responsável pelo evento religioso, que foram levar o medicamento, como haviam retirado tal medicação da secretaria, e, se tinham comunicado o crime. Os mesmos não souberam responder e pediram que nós assinássemos um papel dando conta que recebemos aquele medicamento. Neste ato o nosso advogado foi incisivo em afirmar que nós só assinávamos aquele documento se fosse informado o fundamento para a retirada do medicamento na secretaria. Foi então que a funcionária se viu sem saída e foi ao carro buscar ajuda de uma terceira pessoa, que para nossa surpresa era o Sr. David, pai do acusado, que se apresentou então para dar esclarecimentos, afirmando que os medicamentos haviam sido retirados em nome de seu filho e que estes eram os adequados para nossa menina tomar, pois traria menos risco para ela, dizendo ainda que tinham constituído um advogado de nome Dr. Max, que iria procurar nosso advogado na segunda-feira, dia 18.02.2013, para propor um acordo, perguntamos então que tipo de acordo seria este, tendo ele respondido que tanto a Igreja quanto a família iriam dar todo atendimento a nossa família, seja médico, psicológico, financeiro, entre outros.

Neste momento, nosso advogado, afirmou ao Sr. David que na parte da responsabilidade civil nós estaríamos abertos a possível proposta de acordo, mas com relação a responsabilidade penal do seu filho esta não poderia ser negociada por se tratar de estupro contra vulnerável onde o promotor é o titular da ação. Mesmo assim o Sr. David insistiu, dizendo saber de tal situação, mas que de qualquer maneira seu advogado iria procurar o nosso advogado para que se evitassem ações na área cível contra sua família e principalmente contra a Igreja, da qual fazia parte, porque tais ações, poderiam trazer repercussão negativa tanto para sua reputação como para a Igreja.

Nosso advogado sempre foi contra essa demora de denunciarmos o crime e cobrava uma atitude urgente nossa independente do acordo na área cível, pois este poderia ser feito a qualquer tempo, chegando ainda a nos afirmar que nossa filha era vítima e que nós tínhamos a obrigação de denunciar, pois, se assim não o fizéssemos poderíamos ser processados por omissão e até perder a guarda de nossa filha.

Nos aconselhamos com amigos e um Padre muito querido que apesar da tristeza e da sensibilidade com o acontecido, deu razão total as ponderações do advogado. Marcamos com nosso advogado então para no dia 21/02/2013 prestarmos a queixa, desde que fosse em Aracaju, no sentido de preservamos nossa família e principalmente nossa menina, para que não ficasse exposta na delegacia de Salgado, por motivos óbvios, afirmando ainda ao mesmo que tínhamos médico marcado para  dia 20/02/2013.

Sendo assim, no dia 21.02.2013, fomos atendidos na DEACV pela Dra. Mariana Diniz, que nos deu todo o apoio encaminhando ao IML e a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes para os devidos exames e, ainda, ouvindo cada um de nós, inclusive fazendo questão que o advogado não participasse da declaração de nossa menina. A demora então, para ser feita a denúncia, foi causada em grande parte pelos pais do acusado que tentaram de todas as maneiras prorrogar os acontecimentos com a demora na entrega dos medicamentos e pedido para conversa entre os advogados.

Portanto, o que esperamos da polícia e da justiça de Sergipe é que este jovem, acusado de estupro, e que os pais querem transformar em vítima, pague pelos seus atos contra nossa menina de 12 anos, cheia de sonhos (quer se formar médica cirurgiã plástica) e com toda uma vida pela frente, que já está maculada por esta brutalidade, que merece de nossas autoridades uma reprimenda que sirva de exemplo. Rogamos a Deus que não permita que mais meninas ou mulheres tenham sido contaminadas por este indivíduo. Para finalizar fazemos agora, na qualidade de pais da vítima, algumas perguntas a estes pais do acusado, casal de médicos, altamente qualificados e preparados para tal situação: Por que não levaram nossa menina no mesmo dia que vieram a minha casa para Aracaju, no sentido de fazer todo procedimento legal de que eles têm conhecimento? Vocês acham que o amor que sentimos pela nossa menina é menor que o que vocês sentem pelo seu filho?

Rogo a Deus que ilumine os bravos policias que estão na captura do acusado para que seja feita a justiça completa. Encerramos esta nota com uma oração que um desconhecido colocou em nosso estabelecimento para nos confortar:

Senhor Deus!
Ponha um anjo aqui
Não deixe que o inimigo zombe de nós
Nos cubra com a tua misericórdia
E o Espírito Santo nos console
Amado Jesus Cristo nos dê a sua paz!

Orem por nossa menina com todo fervor! É o que pedimos como mãe e pai a toda sociedade sergipana.,

assinam pais"

Atendendo ao ECA, o Portal Infonet retirou os nomes dos pais da menina da carta por se tratar de uma menor de idade.

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