Irmão diz que taxista não tinha envolvimento com bandido

Cícero diz que irmão foi fuzilado (Foto: Portal Infonet)

O irmão do taxista Isaías Felipe [morto após furar um bloqueio policial] está incoformado com a morte e questiona a ação policial, alegando que o familiar é inocente.

Cícero Felipe esteve hoje no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo e diz que ficou espantado ao ver as marcas de tiros no rosto do taxista. “Ele foi fuzilado pela polícia mesmo sendo inocente”, diz Cícero, que afirma ter visto o rosto do irmão todo marcado pelas balas. "Meu irmão não tinha nenhum envolvimento com o crime", garante.

A revolta de Cícero é baseada nas circunstâncias nas quais o irmão foi morto. De acordo com informações enviadas pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), Isaías teria furado um bloqueio policial e, após troca de tiros, ele e os outros dois ocupantes do veículo acabaram mortos. Verão que o Cícero rebate: “Veja se algum policial ficou ferido. Na verdade, eles mataram mesmo, nem sequer pensaram que o motorista poderia estar como refém e sob uma arma na cabeça. Nem sequer consideraram que ali no meio poderia ter um inocente”, lamenta.

Segundo Cícero, que também é taxista, ele e o irmão moram em São Cristóvão e costumavam pegar as corridas em frente à Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ele conta ainda que Isaías recebeu uma ligação às 5h do último domingo, 8, para fazer a corrida até Guararu, mas após sua saída, já não manteve mais contato. “Infelizmente nós taxistas não escolhemos quem vamos carregar, se é homem de bem ou não, e nessa ocasião foram bandidos. A perícia tem que ser feita para provar que meu irmão não era bandido e estava ali como refém”, diz.

A notícia sobre a morte de Isaías só chegou aos familiares por meio da imprensa no fim da tarde desta segunda-feira, 9. “Só soubemos que ele estava morto através da imprensa e só hoje a polícia procurou a família. Mataram e jogaram na geladeira do IML”, diz indignado.

Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio