Esposas de detentos fazem protesto em presídio

Mulheres exibem cartazes (Fotos: Portal Infonet)

As esposas de detentos do Complexo Penitenciário Advogado Jacintho Filho realizaram um ato nesta terça-feira, 22, em frente à unidade prisional contra ao tratamento que os respectivos maridos recebem da empresa Reviver, terceirizada pelo estado para administrar aquela unidade prisional. As mulheres levaram os filhos à unidade e expuseram cartazes, numa clara demonstração que estão insatisfeitas com a administração do presídio.

O tratamento chega a ser desumano, segundo relatos de Mônica Souza, esposa de um homem acusado pela prática de homicídio que está no complexo penitenciário há cerca de três meses. Até a alimentação é de péssima qualidade. “Vem com gosto de sabão, mais osso que carne, frango cru, fígado esverdeado, cenoura com casca…”, conta Mônica. “Só queremos que ocorra melhoria”, diz. Elismara Silva Pereira, esposa de um dos fugitivos recapturados do presídio de Nossa Senhora da Glória, faz coro às reclamações e revela que os seguranças ameaçaram acionar a polícia militar para conter o ato público.
Érica Tamires Farias, esposa de um homem que está no presídio acusado por tráfico de drogas, diz que há até maus tratos. “Eles jogam spray de pimenta 24 por 48 [traduzindo, durante todo o dia, conforme explicou a própria mulher] nos presos, que também ficam sem assistência”, conta.

Compajaf: palco de manifestação

De acordo com as mulheres, o esposo de uma delas teve um problema dentário e foi obrigado a fazer uma extração. “Ele foi pedir remédio e acabou na tranca [em cela isolada, método usado pela direção como forma de punição ao detento]”, revelou. De acordo com as manifestantes, até os bebês, filhos dos presidiários, também são constrangidos.
Nas visitas, conforme as esposas, as mulheres e crianças passam por um sistema de revista humilhante, tendo que expor as partes íntimas abaixadas. As visitas, conforme ressaltou, ocorrem em área descoberta, obrigando crianças e adultos a ficarem expostos a escaldante sol. “Queremos que as visitas ocorram no pavilhão”, diz Mônica Souza.

Desconhecimento

O diretor da unidade prisional, Roberto Santos de Melo, rebate todas as acusações das mulheres dos presos e revela que não tem conhecimento oficial destas reclamações. Ele informou que o presídio oferece alimentação equilibrada acompanhada por nutricionista e que as revistas obedecem aos padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Roberto desconhece reclamações 

“O CNPC, que é o órgão do CNJ, orienta que não se faça revista vexatória e sim por meio de equipamentos. Aqui existe os equipamentos, mas estamos em um presídio e quando há necessidade de revista minuciosa será feita com o conhecimento da Vara de Execução Penal”, diz Roberto Melo. Ele também nega constrangimentos contra os bebês. O diretor informou que as mães apenas são orientadas a trocar a fralda que eles estão usando por outras doadas pelo complexo prisional.

Por Cássia Santana

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