Nove pontos de reivindicações foram discutidos em audiência realizada na manhã dessa sexta-feira, 7, na reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O movimento estudantil, que ocupa quatro salas há mais de uma semana, foi recebido pelo reitor Josué Modesto. Antes da reunião, muita confusão entre os representantes dos estudantes e o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Arivaldo Montalvão para decidir quem poderia representar os universitários. 
Antes da reunião, problemas para definir quem poderia participar
Puderam participar os residentes, representantes do conselho de residentes e um representante eleito. Pela universidade estavam presentes, além do reitor, o diretor do Campus de Laranjeiras, Airton Batista, a coordenadora de assistência ao estudante, Neilza Barreto e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), mesmo contra a vontade do movimento.
O primeiro ponto colocado em discussão foi a equiparação da bolsa oferecida aos residentes de Laranjeiras, que tem o valor de R$ 450 e de São Cristóvão, que está em R$ 702. Diante dessa reivindicação, o reitor afirmou que esse é um ponto atendível e concordou em efetuar o reajuste imediatamente. Com relação ao atraso no pagamento das bolsas residências de janeiro e fevereiro, que os estudantes afirmam não ter recebido , o pró-reitor enfatizou que isso ocorreu por um problemas de prestação de contas por parte dos estudantes.
Diante das constantes afirmações de que a prestação tinha sido feita de forma correta, Arivaldo Montalvão se comprometeu a investigar os motivos causadores do não pagamento para poder regularizar a situação não só da bolsa-residência, como também da salário, que, segundo afirmaram os estudantes, também está em atraso. 
Outras reivindicações
O pedido de efetivação da sede da Proest em Laranjeiras foi outra reivindicação atendida pelo reitor, embora não de forma instantânea. Josué Modesto afirmou que essa é uma questão que depende de aspectos técnicos para sua efetiva realização, pois não cabe à universidade decidir sobre contratação de pessoal.
“Gostaria de esclarecer que isso depende de liberação do Governo Federal para que possamos contratar servidores para a realização desse serviço”, disse o reitor. Questionado sobre quando efetivamente esse ponto poderia ser cumprido, o reitor informou que até o mês de março de 2009.
A quarta reivindicação, que pedia a saída de Neilza Barreto, foi a mais controversa e não foi acatada pela universidade. Para justificar o porquê do pedido, os estudantes ilustraram diversos casos que, segundo eles, vão de encontro ao papel de uma coordenadora e assistente social. Para negar o pedido o reitor justificou que o cargo ocupado por Neilza Bareto se configura como de confiança, cabendo a ele decidir sobre a composição da sua própria equipe.
O pagamento em dia da bolsa alimentação e o reajuste para de R$ 80 para R$ 200, além da cesta básica de final de semana, foi mais uma reivindicação tida como urgente. Para justificar a necessidade desse reajuste, eles exemplificaram a impossibilidade de fazer a alimentação com o valor pago atualmente, o fica em R$0,88 centavos por refeição. 
Reitor analisa reivindicações
O reitor se comprometeu a estudar a possibilidade de aumento para 2009, justificando que nessa atual gestão, que está se encerra em dezembro, o atendimento a esse ponto é impossível.
A última reivindicação do movimento estudantil diz respeito a um comprometimento da reitoria a não fazer qualquer tipo de retaliação aos que estiveram envolvidos na ocupação. Diante disso, a universidade se comprometeu a não cometer nenhum ato que venha a punir os estudantes.
Mesmo depois das negociações os estudantes resolveram permanecer acampados nas instalações da reitoria durante o final de semana. Eles deverão discutir as propostas do reitor nos próximos dois dias e na manhã da segunda-feira, 10, avaliaram o fim da mobilização.
A matéria foi alterada às 17h25 para acréscimo de informações.
Por Letícia Telles
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