120 Anos Da Proclamação Da República

Amanhã, 15 de novembro de 2009, todos nós brasileiros celebraremos, com muito orgulho, os 120 anos da proclamação da República.

Naquele final de 1889, no Rio de Janeiro, então capital do Império, na Praça da Aclamação, hoje Praça da República, um grupo de militares do Exército brasileiro, liderados pelo Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, sem usar de nenhuma violência, deu um golpe de Estado e depôs o Imperador D. Pedro II.

Neste mesmo dia, foi instituída a República e constituído um “Governo Provisório” do qual fizeram parte os alagoanos: Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, como presidente; Floriano Vieira Peixoto, como vice-presidente; e, como ministros, os cariocas: Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiúva, o Almirante Armando José Eduardo Wandenkolk, o baiano, Ruy Barbosa de Oliveira, o paulista Manuel Ferraz de Campos Sales, o capixaba, Aristides da Silveira Lobo e o gaúcho Demétrio Nunes Ribeiro. Todos maçons regulares, o que demonstra como era e o que representava a maçonaria no Brasil daqueles tempos.

O sonho de abolir a monarquia remanesce há pouco tempo após a sua criação, posto que muito convulsa desde seus primeiros dias, sobretudo e naturalmente, por contrariar muitos interesses, tanto de Portugal, por perder a colônia, como do próprio Brasil, por ter como Imperador D. Pedro I, um português de comportamento oscilante entre os interesses dos brasileiros e dos patrícios lusitanos.

A proclamação da independência a 7 de setembro de 1822, a coroação e consagração de D.Pedro I, como Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil, no dia 1º de dezembro daquele mesmo ano, a formação de uma Constituínte em 3 de maio de 1823, para a elaboração da nossa primeira Carta Magna, se configuravam como atitudes sensatas e acertadas do novel Imperador.

 

Contudo, logo se pronunciou o grande jogo de interesses, gerando conflitos entre radicais e conservadores, o que redundou na elaboração de uma Constituição que não abrigava as ideias e exigências do Imperador, o qual, insatisfeito, dissolveu-a no dia 12 de novembro de 1823, outorgando em 25 de março de 1824 a primeira Constituição brasileira.

A dissolução da Assembleia Constiuinte, em 12 de novembro de 1823, repercutiu, negativamente, provocando muita insatisfação sobretudo no Nordeste o que culminou com a eclosão da histórica Confederação do Equador. No dia 2 de julho de 1824, em Pernambuco, Manuel Carvalho Paes de Andrade lança o manifesto que dá origem àquele movimento.

Porém, antes desta manifestação ocorrida no Recife, que mereceu o apoio de  Frei Caneca, Cipriano Barata e outros grandes brasileiros;  no Ceará, mais precisamente na cidade de Campo Maior de Quixeramobim, era proclamada a primeira República do Brasil, no dia 9 de janeiro de 1824, 06 (seis) meses antes da do Recife, 07 (sete) meses antes da de Fortaleza e 65 (sessenta e cinco) anos antes da República proclamada pelo Marechal Deodoro, em 1889.

A primeira República proclamada no Brasil em janeiro de 1824, quando a Câmara, seguida pelo Clero, a Nobreza e o Povo de Campo Maior de Quixeramobim, liderados pelo groairense(*), Inácio Gonçalo Loyola de Albuquerque Melo, (Pe. Mororó), considerou decaída a Dinastia Bragantina e reconhecendo o Governo Republicano, sinalizava-se, assim, o primeiro brado de protesto contra a decisão do então Imperador D. Pedro I, implantando, a partir dos sertões do Ceará, para todo o Brasil, uma República Estável e Liberal.

Todos sabemos no que resultou a Confederação do Equador, inclusive com a execução de muitos dos seus líderes, tanto cearenses como pernambucanos, entre eles o Pe. Mororó. Contudo, o registro foi feito para evidenciar a insastisfação que reinava naqueles primeiros anos após o “Independência ou Morte”, gritado por Pedro de Orleans e Bragança, às margens do Ipiranga, e que perdurou até aquele 15 de novembro de 1889.

* Natural da cidade de Groaíras, município do noroeste do Ceará.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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