Há poucos anos, a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, era chamada, podendo até ser inapropriadamente, de “Pulmão do Mundo”.
A ida de habitantes de outras regiões do país para a Amazônia, com o objetivo de criar gado e da agricultura foi o início da devastação da Floresta Amazônica. A partir daí, as queimadas e o desmatamento estão alterando o regime de chuva na região, podendo alterar o clima de todo o país e até mesmo do planeta.
Hoje, metade da Amazônia já sofre os efeitos da ação humana. Desmatamento, estradas ilegais para a extração de madeira e de ouro, ocupação desordenada e incêndios são as principais causas da degradação da floresta.
Segundo o Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 14% da floresta amazônica veio abaixo nos últimos 30 anos. É um estado de Alagoas inteiro devastado por ano.
É impossível manter a Amazônia intocável, mas devemos combater o desmatamento de forma mais severa, senão os prejuízos para o futuro serão incalculáveis. Para atingir este objetivo é necessário que o Governo Federal estabeleça metas de redução do desmatamento como forma de diminuir as emissões de dióxido de carbono, afirma Luiz Pinguelli Rosa, físico e professor da COPPE/UFRJ.
As resistências, porém, deverão ser fortes, pois legais ou ilegais as toras que saem da floresta estão empurrando as engrenagens de uma indústria cada vez mais próspera. A madeira e os produtos obtidos a partir dela já figuram em segundo lugar na lista de produtos exportados pelo Pará. Perde apenas para os fabulosos negócios com minérios.
Os efeitos são visíveis também na balança comercial do país. As exportações de madeira sólida e dos produtos dela originários somaram US$ 3,8 bilhões em 2004 – uma variação de 44,4% em relação aos 2,6 bilhões em 2003. Isso se deve em grande parte à Amazônia, de onde provém 80% da madeira nativa extraída no país, excluindo lenha e carvão.
Estima-se que nos nove estados amazônicos a atividade madeireira movimenta quase 2.600 empresas e emprega 350 mil pessoas. As serrarias constituem um dos negócios mais rentáveis da região, com uma taxa de retorno em torno de 60% – quase quatro vezes maior do que a da pecuária, segundo dados da Imazon.
A estiagem que assolou a região amazônica neste ano, foi a maior destes últimos anos. Foi tão inusitada, que mereceu grande atenção da mídia nacional e internacional, mas para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tocantins, Gabriel Guerreiro, esta seca é um fenômeno natural da região, o que significa que não passa de invencionice querer culpar o desmatamento por fenômenos naturais.
Será? (Ambientebrasil Online)