A campanha que a imprensa não mostrou
Apolônio revela segredos dos bastidores do último pleito eleitoral.
Lisboa, 6 de outubro de 2006
Caros amigos de Sergipe:
Nem só de refinarias fantasmas e dinheiro sujo vive uma campanha eleitoral. Há também o lado pitoresco do dia a dia dos candidatos, seus contatos com o povo simples das vilas e povoados, seus momentos de ansiedade e constrangimentos, suas inquietações existências e -por que não?- suas diarréias e crises de hemorróidas. E é isso evidentemente o que mais interessa.
De fato, as últimas eleições na terrinha são um exemplo de que os políticos estão cada dia, mais parecidos com o povão. É verdade que a maioria deveria estar integrando a população carcerária, mas, concordo com aquele político que disse que ainda há muita gente boa na política. Foi o recém eleito Maluf.
Não deve ser fácil para um candidato ter que se atracar com a plebe suada e malcheirosa em busca de abraços emocionados que sirvam para o clip do horário eleitoral, mas são ossos do ofício, meus amigos. Quem tá na chuva é pra se molhar.
Soube que o Albano, por exemplo, achou de comer uma tal duma buchada em Glória só pra não fazer uma desfeita com umas lideranças locais. Menino! Que buchada foi essa que amarelou de vez o neófito deputado e o levou direto para o trono por mais de quatro dias. E olhe que nem monarquista ele é!
Interessante é que esse ano nem Rôla nem Shana conseguiram excitar o eleitor, como nos velhos tempos.
Também pudera, apareceu o “Birrôla”, que com esse prefixo, digamos, mais moderno, dividiu o eleitorado ávido pelos prazeres do voto secreto. Os tempos definitivamente são outros, meus amigos!
Antigamente o Adelmo Macedo reunia a cúpula do seu partido num fusquinha e partia rumo à convenção estadual. Hoje tem candidato indo de moto aos debates com o assessor na garupa, pasmem os senhores! Sinal dos tempos, como vos digo.
Não deu pro João Alves, mas em compensação a Maria do Carmo ganhou uma segunda chance. Ela já prometeu que dessa vez será uma aluna mais aplicada no Senado e não vai mais tomar tantas faltas. Quem viver verá, como diria a colunista.
O problema do governador foi que ao invés de explorar o caso dos dólares do dossiê Vendoin, engendrou uma tal refinaria comandada por um shieik árabe e com sede na casa de Clóvis Silveira. Foi um pouco demais!
Volta de Albano ao Congresso, buchadas, faltas de Maria, refinarias, tudo isso agora já é passado. Já faz parte do folclore da política na terra dos cajueiros.
É torcer para que os políticos eleitos desempenhem bem as suas funções e continuem orgulhando o povo da terra de Espaço, Fofinha e Xiribita. Afinal é como diria o poeta, tudo vale a pena se a mamata não é pequena.
Até semana que vem.
Um abraço do Apolônio Lisboa