A COR INFLUI NO EMPREGO E NO SALÁRIO

Em 2001, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a pesquisa Situação dos Negros no Mercado de Trabalho, realizada pela Secretaria Municipal do Trabalho de São Paulo, mostra que boa parte da legião de trabalhadores desocupados no país é formada por negros de baixa escolaridade e renda.

De acordo com a pesquisa, a taxa de desemprego entre os negros chegava a 10,7% contra 8,3% entre os brancos e as diferenças não param na falta de vagas. Enquanto 40,5% das pessoas de cor branca ocupadas, num total de 41.278.258 são assalariadas com carteira assinada, apenas 29,9% do total de negros ocupados, 33.972.305, estão nesta situação. Dos assalariados sem carteira, os negros representam 21,4% e os brancos, 15,9%.

Quanto menor for a qualificação exigida, pior é a situação. Do total de negros ocupados, 9,6% desempenham serviços domésticos, contra 6,3%, entre os brancos. De cada 10 trabalhadores domésticos, seis são negros.

Em 2003, o desemprego entre os negros foi de 21,3% contra 16,9% dos brancos. A população negra representa 30% dos paulistanos e 40% dos desempregados.

No que se refere a salários, pesquisa do Dieese mostra que os negros continuam recebendo salários menores do que os brancos. Em Salvador, por exemplo, 86,5% da população economicamente ativa são de raça negra, mesmo assim, continuam recebendo salários menores do que os brancos. Os negros recebem em média R$ 575,00, enquanto os brancos recebem R$ 1.148,00, ou seja, quase o dobro.

Este estudo do Dieese mostra, também, que as mulheres negras recebem salários menores e, em média, trabalham mais. No Distrito Federal, por exemplo, a jornada média semanal das mulheres negras é de 38,4 horas e de 38,0 horas para as mulheres brancas.

A reversão deste quadro se dará no país, quando o governo priorizar, principalmente para este grupo, a educação e quando os indivíduos da raça negra se valorizarem e se unirem e não fazer o que hoje fazem os negros que conseguem atingir o patamar da fama e do sucesso. Quanto ganharia a raça negra se Pelé, Ronaldo e outros na mesma situação, valorizassem a sua raça.

Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
edmir@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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