A Corrupção Nos Paises Latino-Americanos

Os latino-americanos prevêem um aumento da corrupção nos próximos três anos (inclusive 2008) e acham que as medidas governamentais contra o problema são ineficazes, segundo pesquisa realizada pela entidade internacional Transparência Internacional (TI).

 

Foram ouvidas 60 mil pessoas em 60 países e territórios, sendo nove deles na América Latina (Argentina, Bolívia, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, Panamá, Peru e Venezuela). O chamado Barômetro Global da Corrupção 2007 mostra que 52 por cento dos entrevistados consideram que haverá mais corrupção nos seus países.

 

Mais da metade dos cidadãos entrevistados no mundo todo acha que o nível de corrupção vai aumentar até 2010.

 

Os mais pessimistas são guatemaltecos (66 por cento prevêem aumento da corrupção) e panamenhos (65 por cento pensam assim). Seguidos por Equador (53), Colômbia (52) e Argentina (51). Na Bolívia, no Peru e na Venezuela, entre 40 e 45 por cento dos entrevistados prevêem mais corrupção até 2010.

 

A exemplo do que ocorre no resto do mundo, os partidos, os Congressos e as polícias são as instituições menos confiáveis para os habitantes.

 

Para 54 por cento dos entrevistados na região, a luta dos governos contra a corrupção é ineficaz, cifra que chega a 73 por cento na Argentina. Dos nove países, só na Colômbia, no Equador e na Venezuela há menos pessimismo com a atuação dos governos (aprovação de respectivamente 49, 47 e 38 por cento respectivamente).

 

Isto e a não resolução dos problemas econômicos fazem reviver o fantasma dos regimes ditatoriais nas populações latino-americanas. Pesquisa feita pelo Programa Nacional da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 18 países da América Latina mostra que 54,7 por cento dos 19 mil entrevistados trocariam a democracia por um governo autoritário se este fosse capaz de resolver esses problemas.

 

Apesar de o fenômeno democrático no continente ser recente – cerca de 20 anos – a geração que se beneficiou com a liberdade política não experimentou, no mesmo período, nenhum crescimento de renda per capita. Ao contrário, a América Latina aumentou ainda mais a concentração de renda. Em 15 dos 18 países pesquisados, mais de 25 por cento da população vivem abaixo da linha da pobreza.

 

O embaixador da ONU diz que não adianta haver apenas democracia política, se não houver democracias econômica e social.

 

Para 64 por cento dos entrevistados, os políticos mentem para ganhar eleições e, consequentemente, não cumprem suas promessas de campanha. O desprezo pelas siglas também fica claro na pesquisa. Menos de um terço dos entrevistados (27,2 por cento) têm um partido político e votam sempre na mesma legenda.

                               

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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