De acordo com a avaliação de André Castello Branco, sócio da Corporate Finance do KPGM, constante no artigo de Sabrina Lorenze, no Jornal do Brasil, os investimentos passam ilesos pelos arranhões da política. O número de fusões e aquisições cresceu 38% no primeiro semestre em relação ao mesmo período em 2004 e deverá ser neste ano, o maior da história brasileira.
No primeiro semestre, foram contabilizadas 170 transações, das quais 93 foram seladas no segundo trimestre. Esses números mostram que os investidores estão acreditando no país.
O Conselho Monetário Nacional afirma que a crise política não vai alterar em nada a condução da política econômica, ou seja, o Banco Central manterá sob firme controle os aumentos de preços, mesmo à custa de juros estratosféricos.
Para o Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na medida em que se indica, aceita, convive e se propõe uma inflação maior, a única conquista que se obtém é uma inflação ainda maior. E o crescimento nunca foi estimulado dessa forma.
Neste ano, o centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, era de 4,5%, mas foi elevado para 5,1%. A taxa básica de juros (Selic) foi elevada de 16% para 19,75%, entre setembro de 2004 e maio de 2005. Hoje, depois de meses estimando uma inflação maior do que aquela perseguida pelo governo, o mercado já vê uma tendência da queda da inflação, permitindo estimar que em dezembro, ela deverá estar próxima daquela perseguida pelo Banco Central.
Apesar de ser uma constante na mídia, matérias afirmando que a valorização do real está prejudicando as exportações, não é isto que estamos vendo ocorrer cada mês que passa. Os números indicam um volume maior das exportações e um superávit da balança comercial bem maior do que aquele ocorrido no mesmo período em 2004. As projeções para o ano foram alteradas e projetam um saldo da balança comercial maior do que o de 2004, que foi o maior da História do Brasil.
As atividades industriais mantém crescimento, o desemprego não aumenta e o Brasil, no cenário econômico internacional, não perde sua atratividade. Risco existe?
Sim, risco existe, pois não podemos esquecer que a campanha populista desenvolvida pelo presidente para fugir da crise e das críticas, poderá levar o país ao caos, caso mecha na política econômica, que hoje é o único lado positivo do atual governo.
EdmirPelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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