O lugar é dos mais bucólicos e poéticos da cidade. O bairro Industrial e o Santo Antônio disputam, segundo os nossos historiadores, o pioneirismo na instalação da nova capital, lá pelos idos de 1855.
Seja como for, aquela foi a primeira colônia de pescadores e posteriormente, a primeira praia de veraneio e moradia das famílias mais abastadas da cidade. Foi também, berço das primeiras indústrias têxteis implantadas em Aracaju, o que provocou uma espécie de proletarização não planejada no bairro e a fuga da elite para o centro e para a zona sul da cidade.
Alheia a toda essa história de trabalho e luta pelo desenvolvimento da capital sergipana, uma geração desassistida pelo poder público cresce e atemoriza os moradores do lugar. São as gangues do tráfico de drogas.
Na edição da semana passada, um semanário local trouxe uma reportagem que mostra claramente que alguma coisa precisa ser feita urgentemente para deter o poder do trafico no Bairro Industrial. Segundo a matéria, de 2001 pra cá cerca de 15 jovens foram assassinados pelas gangues, numa autofagia que faz lembrar o crime organizado no Rio ou São Paulo. É assustador e não dá pra ficar assistindo de braços cruzados.
É preciso que Estado, Município e a sociedade organizada se unam para oferecer alternativas ao cidadão, que na ausência do estado, acaba se envolvendo com o tráfico alimentado pela classe média. Embora seja importante, não basta construir pontes e orlinhas. É preciso reconstruir a cidadania perdida no país das sanguessugas. É urgente resignificar o cidadão.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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