A força dos evangélicos nas eleições 2010

Políticos evangélicos de SE
Os evangélicos cresceram em nosso país e, com o crescimento, mudam-se muitas vertentes de uma sociedade a exemplo da política. Órgãos de pesquisas afirmaram que antes da terceira década deste milênio o Brasil terá uma grande expressividade de evangélicos. No entanto, ressalto que são evangélicos por opção religiosa, mas acima de tudo cidadãos brasileiros, exercendo as prerrogativas constitucionais de associar aos partidos políticos e concorrer às vagas para as Assembléias Legislativas, Câmara, Senado e ao Planalto.

A expectativa é que novas gerações percebam que há a necessidade da efetiva participação do segmento evangélico com propostas de trazer a este país melhores condições sociais, econômicas, culturais, educacionais e, dessa forma, problemas como fome e miséria serão debelados pela consciência individual de participação cidadã efetiva.

É com essa análise que em Sergipe, na eleição de 2010, a bancada federal ganhou dois deputados evangélicos: Laércio (PR) e Pr. Heleno (PRB). No caso da bancada estadual os evangélicos perdem uma cadeira; a do Pastor Mardoqueu (PRB). Pr. Antônio (PSC) permanece na Casa.

Pr. Heleno passou quatro anos fora da disputa e agora retorna ao mandato com mais de 60 mil votos. Assim, com 16.440 votos a mais que sua última disputa em 2002. Foi votado em todas as cidades de Sergipe. Em Aracaju estourou com 14.852 votos. Em Canindé, Poço Redondo, Estância, Boquim, Lagarto, Neópolis, Porto da Folha, São Domingos e Monte Alegre ele liderou a disputa pelo voto.

Ele teve apoio das maiores igrejas do estado como a Igreja Universal (IURD) da qual é pastor; da Assembleia de Deus, com aproximadamente 50 mil membros; da Quadrangular, e sem esquecer da Presbiteriana Renovada, que a cada ano vem se tornando uma potência religiosa no estado.

Para a disputa para Assembleia Legislativa estavam os pastores Daniel Fortes, Mardoqueu Bodano e Antônio dos Santos.

Para quem apostava que Daniel Fortes extraia os votos de Pastor Antônio percebeu que a coisa não é tão fácil assim. Antônio teve apoio das maiores igrejas em Sergipe e apenas a IURD não o apoiou. Porém, aposte que a Igreja Quadrangular ajudou e muito nesse processo para elegê-lo.

 É fato que Daniel Fortes não chegou perto de tornar-se uma ameaça para Antônio, mas vale lembrar que Daniel teve apoio da Igreja Internacional da Graça. Sem esquecer que o pastor Moacir, da cidade de Maruim, mesmo sendo da Assembleia de Deus apoiou Daniel Fortes e lá o “baixinho” teve mais voto que Antônio.  Moacir era Pastor em Estância, então resume que ele mudou-se de lá no tempo certo.

Pastor Mardoqueu mesmo com 18.568 votos não conseguiu se reeleger. Numa coligação potente ele sabia do desafio: com 3.451 votos a mais que a eleição passada Mardoqueu ficou como suplente. Com a ideologia de não “comprar voto”, essa votação foi de um verdadeiro vencedor.

Mardoqueu defende a idéia que não foi reeleito por único motivo: a permissão de Deus.

Bom, acredito que o governo estadual entendeu que Mardoqueu não entrou por outros motivos e não porque perdeu voto. O governo deve entender que chegou a hora de ter um secretário de estado evangélico. Como dizem os twitteiros de plantão #ficaadica.

A corrida presidencial: Marina com força dos evangélicos empurrou Dilma e Serra para segundo turno. Com um minuto de propaganda de TV e rádio, Marina arrematou cerca de 20 milhões de votos em todo Brasil. Será que esses votos farão diferença na campanha de Dilma e Serra? Acho que a resposta já foi dada com a briga pelo apoio da ambientalista

Agora é esperar em quem os evangélicos darão seus votos sem alienações. Dilma que defende o aborto? Ou Serra? O qual já normatizou o aborto em 1998, quando era ministro da Saúde.

#NOTAS#

Confira como ficou a “bancada evangélica” nas eleições 2010

A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional encolheu para o período 2011-2014. Se eram mais de 40 parlamentares até a atual legislatura, o número para começar a nova legislatura ano que vem não deve ultrapassar a casa dos 30 parlamentares. Apenas a “Bancada Assembleiana”, por assim dizer, teve aumento.

Na legislatura de 2003-2006, ocorreu o recorde de deputados federais assembleianos eleitos: 22. Na legislatura seguinte (2007-2010), esse número caiu drasticamente para 5 deputados federais. Agora, após o pleito de ontem, houve um significativo aumento: haverá 12 deputados federais assembleianos na próxima legislatura.

Abaixo, veja a lista dos deputados federais evangélicos com eleição confirmada até às 7h da manhã de hoje, segundo dados do TSE. Entre parênteses, a posição de cada um entre os mais votados em cada Estado. Os deputados da “Bancada Assembleiana” aparecem com seus nomes em destaque e respectivos números de votos. Na lista, não constam os candidatos eleitos ligados à Igreja Universal, e que divergem em algumas questões defendidas pela Frente Parlamentar Evangélica. O destaque da Universal, mais uma vez, foi o senador Marcelo Crivella, reeleito senador como segundo mais votado no Rio de Janeiro, com 3.332.886 votos.

Evangélicos com eleição confirmada para deputados federais para legislatura 2011-2014:

São Paulo – Marco Feliciano (12º – 211.803 votos); Paulo Freire (24º, 161.083 votos); Missionário José Olimpo (26º) Newton Lima (55º, 110.205 votos); Marcelo Aguiar (57º).

Rio de Janeiro – Garotinho (1º); Eduardo Cunha (5º); Arolde de Oliveira (13º); Filipe Pereira (14º); Benedita (30º); Washington Reis (9º), 138.811 votos); Liliam Sá (43º).

Espírito Santo – Lauriete (8º, com 69.918 votos)

Distrito Federal – Ronaldo Fonseca (7º, 67.920)

Goiás – João Campos (7º, 135.968 votos)

Pará – Zequinha Marinho (7º, 147.429 votos)

Pernambuco – Pastor Francisco Eurico (5º, 185.870 votos)

Paraná – Takayama (14º, 109.895 votos); André Zacharow (20º)

Amazonas – Silas Câmara (4º, 126.688 votos)

Sergipe – Pastor Heleno e Laércio

Rondônia – Nilton Capixaba (3º, 32.016 votos)

SP: Jovem evangélica é a 3ª deputada federal mais votada

A terceira candidata mais votada a deputada federal, Bruna Furlan (PSDB), é filha do prefeito de

Bruna Furlan
Barueri, Grande São Paulo, Rubens Furlan. A tucana recebeu mais de 270 mil votos em São Paulo.

Formada em direito na UNIP (Universidade Paulista) e pós-graduada em gestão de cidades pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Bruna já foi diretora da AACD, já participou de programas de inclusão social focados na moradia e na educação e quer seguir os passos do pai, Rubens, que é o seu espelho. A jovem é evangélica, tem 27 anos e é solteira.

Bruna Furlan fazia parte do PMDB e foi convidada pelo candidato à presidência da República José Serra (PSDB), que disputará o segundo turno com Dilma Rousseff (PT), para fazer parte do partido tucano.

Bruna ficou em terceiro lugar na lista dos candidatos a deputado federal por São Paulo, considerando apenas os que tem ficha limpa, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em primeiro lugar, ficou o humorista Tiririca (PR), seguido por Gabriel Chalita (PSB).

Marina Silva rebate declarações de Silas Malafaia

A candidata do PV, Marina Silva, rebateu nesta sexta-feira as declarações do pastor Silas Malafaia, que a acusa de “jogar para a torcida” e se “omitir” em assuntos considerados importantes pela comunidade evangélica, como o aborto e o casamento gay.

Malafaia, que havia declarado voto em Marina no final da semana passada, mudou o voto menos de cinco dias depois. O argumento do pastor é que a candidata verde não se compromete de fato com os assuntos de interesse dos evangélicos.

Marina se defende das críticas e diz que ela tem tido uma atitude coerente sobre esses temas desde o início da campanha, mesmo que essas opiniões tenham lhe “tirado votos”. A candidata do PV argumenta que o pastor Malafaia sabia das posições dela antes de declarar seu voto.

“As posições que eu assumi estão há mais de um ano sendo explicitadas. O pastor Silas Malafaia é um homem bem informado. Quando ele manifestou o seu posicionamento favorável, com certeza conhecia essas posições. Mas, estamos na democracia e as pessoas podem mudar de opinião”, disse Marina Silva.

A presidenciável do PV lembrou que jamais se comprometeu em convocar um plebiscito sobre os assuntos mencionados pelo pastor Malafaia. “Quem convoca um plebiscito é o Congresso. E quem aprova as leis também é o Congresso. Eu disse que casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, deveriam ser debatido pela sociedade na forma de plebiscito. Mas eu nunca disse que convocaria um plebiscito”, afirmou a candidata.

Usina de boatos


Marina também lamentou os boatos que surgiram nos últimos dias de campanha envolvendo os principais candidatos à Presidência da República, especialmente a candidata Dilma Rousseff. A presidenciável disse, porém, que os próprio candidatos criaram “centrais de boatos” nos núcleos oficiais de campanha para atingir os adversários.

A própria Marina disse que foi alvo desses boatos, que tentavam potencializar sua posições sobre temas polêmicos, tentando tachá-la de “conservadora” e “fundamentalista religiosa”.

“Existiam máquinas poderosas de boatos que atacavam uns aos outros, e, no ‘balzeiro’, vinham também pra cima de mim. Nós não potencializamos absolutamente nada dessas coisas e discutimos propostas. Fizemos um processo limpo na internet. Quem criou centrais de boatos, máquinas poderosas de boatos foram as duas candidaturas. A oficial de posição e a oficial de situação”, justificou Marina.

As declarações da candidata foram feitas numa coletiva de imprensa convocada pela própria candidata para demonstrar apoio à Heloisa Helena, do PSOL, que concorre ao cargo de senadora pelo Estado de Alagoas. Heloisa corre o risco de não se eleger.

Apesar da disposição de Marina em ajudar a amiga, a candidata do PSOL não foi encontrada porque participa de campanha pelo interior do Estado. Mesmo assim, Marina deixou uma mensagem para a amiga, a quem classificou de “mulher guerreira e competente, que merece ser eleita e voltar ao Senado”.

Bispo Macedo diz que Dilma é vítima de mentiras na internet e critica cristãos

O bispo Edir Macedo, dono da Record e da Igreja Universal do Reino de Deus, somou esforços com a campanha de Dilma Rousseff à Presidência e desmentiu boatos que circulam entre fiéis sobre a candidata ser a favor do aborto e ter dito que “nem Jesus Cristo me tira essa vitória“. Em nota publicada em seu blog, o bispo afirma que a petista é vítima de “mentiras espalhadas na internet”.

Ainda na mensagem dirigida a seus seguidores, Macedo afirma: “Quem pensa que está prestando algum serviço ao Reino de Deus, espalhando uma informação sem ter certeza de sua veracidade, na verdade, está fazendo o jogo do diabo”.

Como uma espécie de porta-voz espiritual de Dilma, Edir Macedo nega que a petista tenha afirmado que nem mesmo Cristo tiraria dela sua vitória como dizem mensagens enviadas por e-mails. Para defender Dilma, Edir Macedo nem se preocupou em criticar os cristãos dos quais se diz um dos representantes. Ao falar dos e-mails contra a petista, o bispo afirma que “se os cristãos fossem tão ágeis e eficientes para usar as ferramentas modernas da comunicação na pregação do Evangelho, assim como parecem ser para disseminar boatos, certamente muitas almas seriam ganhas para o Senhor Jesus”. Porém, o próprio bispo já se manifestou a favor do aborto.

A campanha de Dilma, por meio do presidente do PT, José Eduardo Dutra, e de Lula, empreende esforço de reação diante da recente queda apontada nas pesquisas de intenção de voto, convocando a militância nesta reta final antes das eleições de 3 de outubro.

Segundo o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, Dilma iria se reunir em Brasília com religiosos após pedido de padres e bispos para esclarecer os boatos que circulam sobre a candidata na rede.

Evangélicos vão fazer campanha contra Dilma

Grupos evangélicos do estado do Espírito Santo anunciaram que farão campanha contra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

O Fórum Político Evangélico do Espírito Santo e a Associação dos Pastores Evangélicos da Grande Vitória (APEGV) anunciaram que vão fazer campanha no Estado contra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A estimativa é que um terço da população capixaba seja evangélica, o que significa cerca de 1,2 milhão de pessoas.

Segundo o pastor Enock de Castro, presidente da APEGV, a posição foi tomada depois de uma consulta às diversas igrejas associadas às duas entidades. “Entre 80% e 90% dos evangélicos tendem a votar em José Serra (PSDB). O risco é grande de vermos alguns princípios religiosos serem afetados. Há uma posição da Dilma em defesa do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo e proibição de proferir religião em órgãos públicos, que são coisas que não podemos aceitar”, disse, ao justificar a posição.

Já o presidente do Fórum Político Evangélico do Espírito Santo, Lauro Cruz, afirmou que a postura tucana preocupa menos. “O posicionamento histórico de Dilma gera apreensão. Ela é a favor do aborto, embora tenha negado isso. A postura de Serra preocupa menos do que a de Dilma. E dos males, vamos escolher o menor.”

Outro ponto apontado pelas lideranças evangélicas capixabas contra a petista foram as alianças políticas firmadas pelo PT para viabilizar a candidatura da ex-ministra. “Ao lado dela estão José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e José Dirceu. Não são políticos confiáveis”, comentou Cruz.

No primeiro turno, as duas entidades evangélicas apoiaram a candidata do PV, Marina Silva, e chegaram a subir no palanque dela quando esteve em Vitória, no fim de setembro. “Esperamos uma posição neutra da Marina”, afirmou Castro.

Família

Outra entidade evangélica capixaba, a Convenção das Assembleias de Deus, afirmou que também vai apoiar Serra. “Quando aceitamos um membro, avaliamos sua conduta. Alguém para presidir uma família tão grande como a brasileira tem de ter uma raiz, que é a família. Na campanha, José Serra se apresentou junto com a família. É assim que tem que ser e vamos orientar os fiéis nesse sentido”, disse Osmar de Moura, presidente da Convenção.

Já a Igreja Católica, por meio da Arquidiocese de Vitória, lançou um documento oficial assinado pelo arcebispo Luiz Mancilla Vilela, condenando quem apoia questões como o aborto, a violação à liberdade de expressão e religiosa.

“Não vote naqueles que defendem um falso conceito de direitos humanos, por exemplo, colocando como se fosse direito: a violação da liberdade de expressão, o direito de matar o ser humano no seio materno, o direito de adoção de crianças quando faltam as qualidades de mãe ou de pai, o direito de violar a liberdade religiosa impedindo que cada religião use os seus símbolos sagrados. Estes não merecem o seu voto de católico”, escreveu o arcebispo.

No domingo da eleição, alguns padres católicos chegaram a pregar contra o voto em Dilma durante a homilia das missas matinais. Um dos exemplos foi a Igreja de Santa Rita, localizado na Praia do Canto, um bairro nobre da capital capixaba.

No Espírito Santo, houve uma vitória apertada da candidata petista. Dilma conquistou 37,25% dos votos válidos, o que corresponde a 717.417 votos; Serra obteve 35,44%, o que equivale a 685.590 votos; e Marina Silva recebeu 26,26% dos votos capixabas ou 505.734 votos.

Serra causou polêmica ao normatizar aborto

Em 1998, quando era ministro da Saúde, José Serra foi acusado de atender a grupos pró-aborto por normatizar a realização do aborto nos casos previstos em lei (risco de vida para a grávida ou gravidez após estupro).

Mesmo permitido desde 1940, poucos serviços públicos faziam o aborto. A normatização deu respaldo político e técnico para que mais hospitais o realizassem.

O então deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE) apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar a normatização. Para ele, Serra via “o ato de ceifar uma vida inocente” como “o esvaziamento da cavidade uterina”.

Ele ganhou apoio de entidades contrárias ao aborto, mas o projeto foi derrubado.

Em 2001, o Ministério da Saúde começou a distribuir com Estados e municípios a pílula do dia seguinte. Serra ocupava a pasta. Entidades católicas foram a público dizer que a pílula é abortiva.

Inicialmente, a disponibilização estava concentrada em serviços de atendimento a vítimas de violência sexual.

Em 2005, já no governo Lula, o ministério ampliou a distribuição a postos de saúde, para atender também a outras mulheres que tiveram relação sexual desprotegida.

Marina Silva teve voto religioso e de classe média

Lideranças católicas e evangélicas fizeram pregação contra Dilma por causa do Plano de Direitos Humanos. Campanha provocou a transferência de votos de Dilma para Marina.

Voto conservador ligado a valores morais e religiosos e bom desempenho entre as classes médias e entre eleitores de periferias de grandes centros urbanos impulsionaram a candidatura de Marina Silva (PV) no primeiro turno da eleição presidencial.

Nas capitais, Marina venceu em Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília e ficou em segundo no Rio, em Salvador, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Manaus, São Luís, João Pessoa, Teresina, Porto Velho, Boa Vista e Palmas.

No total nacional, a candidata do PV obteve o 3º lugar com 19,33% votos, atrás da petista Dilma Rousseff (46,91%) e do tucano José Serra (32,61%).

Tendo com pano de fundo críticas ao Plano Nacional de Direitos Humanos (apontado como antirreligioso e pró-aborto) lideranças católicas e evangélicas comandaram pregação do voto anti-Dilma na internet e em homilias, cultos e ações sociais das igrejas em várias regiões metropolitanas, principalmente em comunidades carentes.

Em áreas em que foram detectados movimentos como esses, Marina foi beneficiada com votações acima da sua média nacional.

“É possível que nessa conjuntura, quando Dilma foi fustigada no plano dos valores morais, o fato de ser evangélica tenha canalizado para Marina uma parcela de votos mais conservadores”, afirma o sociólogo Antônio Lavareda, que trabalhou para a campanha do Partido Verde.

Em favelas da zona oeste do Rio, moradores relataram que grupos católicos concentraram suas críticas em Dilma, apontada como defensora do aborto. Em zona eleitoral próxima da favela de Cidade de Deus, na zona oeste, Dilma obteve 44,20%, Marina 32,58% e Serra 20,32% -um patamar mais baixo para a petista e mais alto para a candidata verde em se tratando de áreas carentes.

Na Baixada Fluminense, área com 13 municípios da região metropolitana do Rio, Dilma teve 45% dos votos, próximo de sua média nacional, mas Marina atingiu 29%, dez pontos percentuais acima de sua média. Nessa região proliferaram ondas de boatos compartilhadas por meio da internet, alimentando o voto anti-Dilma.

A ligação do vice da candidata petista, Michel Temer, com a maçonaria foi apontada em cultos evangélicos como comprovação de que o parlamentar paulista tem vínculos com o satanismo.

Dilma teve na cidade do Rio 43,38% dos votos válidos, mas em áreas de votação próximas a favelas com obras do PAC chegou a 55,67%, como em Ramos, onde ficam favelas do Complexo do Alemão, com Marina obtendo 26,09% e o tucano José Serra, 15,5%.

Na zona sul do Rio, que concentra as faixas de maior renda da cidade, Serra obteve 31,6% dos votos, Marina, 28,8% e Dilma ficou em terceiro com 28,6% -exemplificando a capacidade de penetração do voto verde nos setores de classe média e alta.

Marina teve 12% dos votos em Mato Grosso, mas em Cuiabá atingiu 21,6%. Na capital mato-grossense tem origem uma liderança católica carismática que, na TV e na internet, acusa a petista de ser adepta de uma “cultura marxista a favor do aborto e da união gay”.

Um vídeo que obteve mais de 3 milhões de acessos na internet mostra um pastor evangélico no Paraná alertando para o perigo que as eleições presidenciais referendassem o aborto com uma vitória petista.

Nos cultos, o pastor exibiu imagens de cirurgias abortivas e de índios enterrando crianças deformadas supostamente vivas, seguidos de declarações de que o Plano Nacional de Direitos Humanos banalizaria essas ações.

Em Curitiba, Marina teve 26,75% dos votos, quase empatando com Dilma, com 26,82%. Em todo o Estado, a petista obteve 39% dos votos contra 16% da verde.

Candidato derrotado ao Senado, Cesar Maia (DEM), apoiador de Serra, afirmou que acompanhou o crescimento de Marina entre os evangélicos que visitou. Diz que o voto ambientalista e ideológico deu a ela 10% dos votos em toda a campanha, mas que sua arrancada final foi obra de valores religiosos.

“Serra tem de entender que foi o voto conservador, de valores cristãos, que impulsionou Marina”, diz Maia.

Marina Silva, “fiel da balança”, rouba cena na imprensa estrangeira

“A única triunfadora foi Marina Silva, a ex-ministra rebelde e defensora do movimento ecologista”, disse o jornal espanhol El Mundo.

Para “Le Monde”, capital político de Marina “vale ouro” A candidata derrotada do Partido Verde (PV) à Presidência, Marina Silva, roubou a cena dos dois principais postuladores ao cargo nas reportagens sobre as eleições brasileiras publicadas nesta terça-feira na imprensa internacional.

Com quase 20 milhões de votos (19,2% do total) obtidos, a candidata é tratada nas reportagens e editoriais por expressões como “grande vencedora” da disputa, “fiel da balança” no segundo turno, detentora da “chave das eleições” brasileiras e de um capital político que “vale ouro”.

Outros artigos interpretaram a votação maciça em Marina Silva como sinal de que a sociedade brasileira se recusou a “passar um cheque em branco” para a candidata do PT, Dilma Rousseff, apesar do alto nível de popularidade de seu mentor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como resumiu o diário espanhol “El Mundo”, “tanto Dilma como (o candidato do PSDB, José) Serra eram personagens secundários” no dia seguinte às eleições, embora ambos tenham obtido, juntos, 80% dos votos.

“A única triunfadora foi Marina Silva, a ex-ministra rebelde e defensora do movimento ecologista, que protagonizou uma incrível subida na reta final da campanha”, escreveu o jornal.

No artigo, denominado “Marina Silva, chave da herança de Lula”, o repórter do diário espanhol diz que “o cofre que guarda a herança de Luiz Inácio da Silva permanecerá fechado por outras quatro semanas”.

“Só Marina tem as chaves do cofre. Ela será o árbitro da segunda rodada.” “Injeção de vida” Seguindo raciocínio semelhante, o também espanhol “El País” diz, em editorial, que “os ecologistas se converteram na formidável surpresa das eleições” brasileiras.

“O único claro é que tanto Dilma Rousseff quanto José Serra terão que negociar o programa ambientalista e a política de desenvolvimento sustentável da Amazônia defendida por Marina Silva”, diz o jornal.

Na Grã-Bretanha, a votação da candidata do PV despertou entusiasmo. O The Guardian” afirmou que Marina Silva se tornou “figura central” na disputa.

O austero diário financeiro “Financial Times” disse que a ex-ministra do Meio Ambiente foi “a única candidata que injetou vida” na disputa entre a “dama-de-ferro” (Dilma) e o “coveiro” (Serra).

“É uma reversão total do que parecia uma conclusão feita: que o país está crescendo economicamente, que os mercados estão escalando as alturas, e que a incessante campanha de Lula ao lado de Rousseff inevitavelmente lhe daria a vitória em uma bandeja.” Já o “Independent” publicou um editorial qualificando o desempenho de Marina Silva de “extremamente promissor”.

“O futuro econômico do Brasil não pode ser comprado à custa do meio ambiente”, defendeu o jornal. “Mais que nunca o mundo precisa de um Brasil verde”.

“Vitalidade democrática” Na França, o “Le Monde” avaliou que, embora tenha sido eliminada da disputa presidencial, Marina Silva sai como “a grande vencedora das eleições”.

O jornal relata a ascensão de Marina em meio a uma campanha marcada pela falta de debate político – fator por trás do alto grau de abstenção, nulos e brancos em comparação com eleições anteriores, na visão do diário francês.

Tanto o “Monde” quanto o “El País” viram na realização do segundo turno um sinal da “vitalidade” da democracia brasileira, onde os eleitores se “recusaram a passar um cheque em branco” a qualquer um dos dois principais candidatos da disputa.

A versão europeia do “Wall Street Journal” avaliou que, apesar da vantagem clara de Dilma, a segunda rodada pode ser “uma eleição completamente nova” levando em conta a influência de Marina Silva, as eleições de governadores da oposição nos Estados e o tempo igual de televisão no horário político para as duas campanhas.

Registrando, como o resto da imprensa, o “tsunami verde” representado pela votação de Marina Silva, o francês “Le Figaro” foi o único a notar a “situação complicada” em que a candidata verde agora se encontra.

“A maioria dos dirigentes do Partido Verde apoiaria José Serra, em nome das alianças regionais costuradas entre os dois partidos. Mas um tal gesto de Marina Silva seria julgado como uma traição à esquerda.”

Dilma perde voto entre os evangélicos e vai para 2º turno com Serra

Dilma tinha 49% entre os eleitores evangélicos no final de agosto. No dia 23 de setembro, caiu para 42%, Serra saltou de 21% para 31%.

Dilma Rousseff (PT) perdeu votos particularmente entre os eleitores evangélicos durante o mês de setembro e, no mesmo período, sua rejeição nessa parcela do eleitorado aumentou mais de 50%.

Segundo pesquisas do Ibope, Dilma tinha 49% entre os eleitores evangélicos no final de agosto. No dia 23 de setembro, caiu para 42%, abaixo dos 50% que o instituto registrou para ela no total da população. E sua rejeição nesse segmento, que era de 17%, subiu para 28%.

José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) se beneficiaram com esse deslocamento.

A intenção de voto do tucano entre os evangélicos saltou de 21%, no dia 26 de agosto, para 31% em 23 de setembro (tinha 28% no total da população, segundo o Ibope). Marina, por sua vez, passou de 13% para 18%, contra 12% no total.

De acordo com o levantamento do Ibope, os evangélicos representam 20% do eleitorado brasileiro. Isso significa que os sete pontos perdidos por Dilma nesse segmento representam 1,4 ponto no total da população (margem de erro de dois pontos).

Em uma eleição como a deste ano, pequenas oscilações podem definir se haverá ou não segundo turno. Por essa razão, Dilma convocou reunião de emergência com líderes religiosos para tentar estancar a sangria eleitoral.

Segundo o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da USP, é preciso cuidado ao afirmar que se trata de um “voto evangélico”. Ele, assim como outros especialistas ouvidos, dizem que a religião nunca foi uma variável importante para o eleitor.

Pierucci conduz pesquisa em igrejas evangélicas e afirma que há uma campanha radical contra Dilma. Mas ele diz que as razões espirituais não são tão importantes.

“Existe um discurso quase mitológico que procura demonizar Dilma. Há um medo, a meu ver infundado, de que seu governo venha a restringir os meios de comunicação, que são o oxigênio do crescimento dessas igrejas”, diz Pierucci.

2º turno

Com 99,99% dos votos apurados, a petista ficou com 46,90% (47,6 milhões) dos votos válidos e o tucano 32,61% (33,1 milhões).

Dilma Rousseff (PT), 62, e José Serra (PSDB), 68, irão disputar o segundo turno da eleição presidencial no dia 31 de outubro.

Marina Silva (PV) teve 19,33% dos votos válidos (19,6 milhões), votação que foi decisiva para o segundo turno.

O apoio de Marina deve ser decisivo na eleição. Apesar disso, sua tendência é de neutralidade, enquanto o PV deve apoiar o tucano. O Datafolha mostrou na semana passada que 51% dos eleitores da candidata verde se dizem inclinados a votar em Serra no segundo turno.

Discursos

Dilma afirmou neste domingo que está confiante na vitória no segundo turno. Segundo a petista, os motivos são a expressiva votação registrada hoje e o desempenho que a base do presidente Lula costuma apresentar nessa outra etapa.

A candidata disse que o PT é acostumado a desafios.

“Somos bastante guerreiros, acostumados a desafios e somos de chegada. Tradicionalmente, a gente tem desempenhado muito bem no segundo turno.”

Dilma fez um “agradecimento especial” à militância “aguerrida” do PT e dos dez partidos aliados de sua coligação, mas não citou diretamente o presidente Lula.

Durante a entrevista, a candidata insinuou que a votação da adversária Marina Silva (PV) foi que provocou o segundo turno. No início de sua fala, Dilma cumprimentou seus concorrentes e fez questão de pausar a frase para se referir à candidata verde “pelo desempenho” que teve na eleição. Na coordenação da campanha, a chamada onda verde é apontada como um dos principais motivos da disputa presidencial ter continuidade.

Em seu primeiro pronunciamento depois do primeiro turno, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, fez um afago na candidata do PV, Marina Silva, em cujo apoio está interessado.

“Eu queria me congratular com Marina Silva pela votação expressiva. Ela contribuiu com o jogo democrático do Brasil”, afirmou Serra, em São Paulo.

Ele elogiou a candidatura de Marina pela capacidade de atrair participação dos jovens na vida política.

O tucano também fez um gesto em direção ao ex-governador de Minas e senador eleito, Aécio Neves (PSDB).

Desde a metade de setembro, a pesquisa Datafolha mostrou uma trajetória lenta e declinante. A petista enfrentou dois escândalos no final da campanha –quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB e o caso de tráfico de influência na Casa Civil.

O tucano se recuperou principalmente em suas bases eleitorais, como São Paulo, e recebeu 33%, quase dez pontos a mais que os 23,2% obtidos por ele em 2002.

A petista sofreu também rejeição de parte dos eleitores evangélicos e católicos por conta de boatos sobre sua fé e de controvérsia sobre sua posição em relação ao aborto.

Em 2007, se declarou a favor da descriminalização e agora afirma ser pessoalmente contra o aborto.

Polêmica sobre aborto foi um dos fatores que levaram ao 2º turno

Em uma campanha despolitizada, na qual a maior parte dos eleitores votou com o bolso, um tema relacionado a valores morais e religiosos levou a eleição para o segundo turno.

A internet foi vital para acelerar e multiplicar esse processo.

O migração de votos de Dilma Rousseff (PT) para Marina Silva (PV) na reta final da corrida presidencial se explica, principalmente, pela guinada de parte do eleitorado evangélico da petista para uma candidata que compartilha sua fé. Motivo: a descriminalização do aborto.

No momento seguinte, eleitores católicos, influenciados pela pregação de padres e bispos contra a legalização do aborto, também deixaram de votar em Dilma.

Enquanto Marina cresceu em praticamente todo o País, a reação do tucano foi concentrada em Estados como São Paulo. Serra conseguiu virar a eleição no Estado onde foi governador.

A polêmica em torno do aborto foi potencializada por uma campanha “viral” na internet. Vídeos de pastores evangélicos pregando contra o voto no PT por causa da posição do partido em favor da descriminalização viraram hits. Um deles foi visto mais de 3 milhões de vezes nas últimas semanas.

Outro vídeo muito propagado na internet mostra a contradição de Dilma sobre a legalização do aborto. Contém trecho dela defendendo a mudança da legislação em entrevista feita no fim de 2007, e depois exibia imagem recente da candidata dizendo ser contra a descriminalização.

As buscas pelo binômio “Dilma + aborto” no Google cresceram 1.500% em setembro – o que dá uma indicação de como o tema passou a ser uma preocupação dos eleitores.

A campanha de Dilma reagiu organizando uma reunião de última hora com líderes religiosos evangélicos e católicos. O movimento não foi suficiente para estancar a perda de votos, ao menos não na quantidade suficiente para garantir a vitória no primeiro turno.

Marina acabou sendo a maior depositária desses votos, chegando a quase 20% dos válidos. Essa votação da candidata do PV abriga dois tipos de eleitores, muito diferentes.

De um lado, votam nela jovens de alta escolaridade desencantados com PT e PSDB e que se identificam com a proposta ambientalista de Marina. De outro, mulheres de classe média baixa e pobres que votam na candidata verde porque ela é evangélica e contra a legalização do aborto.

O destino do voto desses dois contingentes em maior ou menor peso para Dilma ou para Serra determinará o resultado do segundo turno.

A minha espinha é dura e não dobra nunca, avisa Magno Malta, reeleito

“As pessoas que tentaram calar a minha voz devem ter algum interesse nisso. Elas sabem o porquê e eu também sei”, diz Malta.

A reação do senador Magno Malta que conquistou a segunda vaga para o Senado no Espírito Santo com reeleito com 1.285.177 votos, mostra uma ponta de mágoa com as críticas de setores da sociedade civil organizada feitas a ele durante a campanha.

“Eu sou um nordestino, que veio para o Estado, filho de faxineira, discriminado pela fé que professa, num país como o nosso, vivendo num século como esse e ainda fui discriminado. Mas as pessoas reconhecem meu trabalho, eu tenho respeito no Brasil. O Brasil respeita esse senador do Espírito Santo, porque a minha defesa é da família, a minha defesa é de vida, a minha defesa é de criança, é de enfrentamento a violência.

O Senador reeleito agradeceu os mais de um milhão de votos conquistados nas urnas. “As pessoas reconheceram meu trabalho. Então eu estou muito feliz, agradecido a Deus. Num processo democrático, que você disputa com mais de três pessoas, acontece um embate e foi isso que aconteceu. Quem quer ver Magno Malta longe dessa história de combater pedofília e combater o narcotráfico e fazer a redução da maioridade penal: foram essas pessoas que trabalharam para votar contra o Magno Malta”, disse.

Em relação às vaias que recebeu quando chegou ao TRE, Magno Malta disse que foi vaiado por viúvas. Além disso, ele afirmou respeitar o governador mesmo não tendo sido apoiado por Paulo Hartung. “Eu nunca tive apoio do Paulo Hartung, eu trabalhei duro para o Ricardo Ferraço ter o meu segundo voto. Eu nunca reclamei de não ter apoio do governador. Eu não sou inimigo e nem sou cego pra não enxergar o que ele fez pelo Estado. Eu não beijo mão de homem, meu compromisso é com Deus, a minha espinha é dura e não dobra nunca”, afirmou.

Quanto às críticas que recebeu da Igreja Católica, Magno Malta disse que recebeu votos de católicos e por isso, os respeita. “Eu respeito a instituiçao católica, eu os respeito como respeito os budistas, induístas ou outras religiões. Quando o Papa foi atacado pela imprensa, quem fez a defesa fui eu. O meu crime foi ter prendido um senhor de 58 anos que abusa de criança. As pessoas que sentiram tanta dor de vê-lo indo preso não imaginaram que podia ser um filho deles sendo abusado”.

Davi Sacer, Pregador Luo e Apocalipse 16 em Aracaju

Na noite de 16 de outubro Aracaju será palco de mais um evento gospel: Geração Gospel 2010 que

contará com a participação de Davi Sacer, Pregador Luo e Apocalipse 16.
Davi Sacer foi integrante do Ministério Toque no Altar e também fez parte do Grupo Trazendo a Arca. Agora o cantor segue em carreira solo. O evento é uma realização do Ministério Internacional Vencedores por Cristo.
Então garanta o seu lugar nessa noite de louvor, os ingressos estão à venda no Planeta Gospel, mais informações ligue: 3044-3698 / 88536720. Dia 16/10/10 no Ginásio Constâncio Vieira!

 

Fernandinho em Aracaju

Confirmado o show da vitória. Será dia 02 de Novembro às 19h no mercado com Fernandinho. Não fique fora dessa! Venha comemorar a vitória com “Sabor de Mel”.  

gleicequeiroz@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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