A vizinha

Da varanda da casa, na cadeira com braços de apoio, olhou para o lado direito e, finalmente, viu um dos novos vizinhos, que, segundo sua mulher, haviam se mudado há cinco dias. Povo estranho, já comentavam as comadres e os compadres, daquele trecho de rua tranqüila, no falar da vida alheia, ocupação preferida. No caso, o que viu não foi propriamente um vizinho, mas uma vizinha, mulher alta, morena, vestido justo e corpo bem torneado e que pernas! Ela saiu, olhou o jardim. Mas que mulher bonita! E concluiu que ela era bonita demais. Boazuda, pensou. Nesse momento um amigo passava por sua calçada. Chamou e o cara entrou, sentando-se ao seu lado. A vizinha desviou o olhar e viu os dois homens, sorriu e balançou a cabeça, cumprimentando. Pra quê? Os dois ficaram embasbacados, olhos fitos naquele mulherão de vestido apertado moldando o corpo bem feito. E ficaram assim, mudos e olhos fixos na vizinha, até que ela entrou. O que você achou dessa nova vizinha? Bonita demais, certamente é safada e não presta! Disse o outro e ele respondeu: concordo, é bonita demais! Não pode ser séria! E adiantou: já ouvi uns cochichos sobre esse pessoal. Começava ali o julgamento da nova vizinha pelos moradores da rua, com a sentença já antecipada.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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