O Tribunal Superior Eleitoral – TSE – está fazendo uma campanha importante pela conscientização do voto. Chama o eleitor à responsabilidade e diz, de forma clara, que será através da força das urnas que eles vão melhorar suas cidades e classificar pessoas para elaborar leis municipais e fiscalizar a aplicação dos recursos da Prefeitura. A intenção é a melhor possível, principalmente porque o TSE faz um trabalho pela cidadania e mostra a necessidade da freqüência natural às secções eleitorais, para escolher os seus representantes. Não é a primeira vez que o Superior Tribunal Eleitoral faz isso – aliás, todos os anos há alguma coisa parecida – mas esse tipo de procedimento ainda não foi bem assimilado pelo eleitorado.
Seria muito bom que a orientação do TSE fosse bem captada pela maioria dos eleitores. Se todos votassem dentro dos princípios que o TSE está orientando, cidades, Estados e país seriam outros. Mas, infelizmente, continua em vigor a lei da melhor valia. Nem sempre se elege quem tem melhores condições de fazer um trabalho digno para o cidadão, mas quem tem maior capacidade de mercantilizar o voto, comprando consciências e chegando nas Câmaras e Prefeituras com interesses absolutamente escusos. Aliás, falta um pouco disso na mensagem eleitoral, porque a publicidade educativa não bate firme nessa comercialização eleitoral, no coronelismo, na barganha e em toda sujeira que se pratica para conseguir alguns votos. É uma campanha de orientação, feita com sobriedade e educação, onde apenas convoca a população a não deixar de escolher correto os seus candidatos e até mostrando que um bom trabalho no poder executivo e no legislativo depende da boa escolha que o eleitor faça.
A primeira intenção que os candidatos passam aos eleitores não é de trabalho, mas de vontade de chegar ao poder, pelo poder. Os compromissos são pequenos com a comunidade e o resultado final geralmente se transforma em um fracasso, em termos de responsabilidade social. Ninguém estaria mal nesse país se os políticos cumprissem o seu dever. Não o assistencialismo barato, que dá lucro, mas um trabalho definitivo, para que o eleitor tenha orgulho do voto que levou às urnas. Vota-se de dois em dois anos e pelo número de vezes que a maioria da população já votou, ouvindo as promessas e propostas dos políticos, era para se sentir no paraíso. Entretanto essa maioria continua na miséria, sem emprego e em nível de exclusão.
O deputado Heleno Silva (PL), por exemplo, disse que os candidatos de oposição estão com dificuldade de fazer campanha no interior, porque não têm dinheiro. Já aqueles que apóiam os prefeitos, têm maiores chances de eleição, porque estão financeiramente bem montados. Isso é uma verdade, inclusive nas cidades em que o PL tem o prefeito, seja Em Sergipe ou em qualquer outro Estado da Federação. A grande razão da venda de consciência, é que o índice de pobreza aumentou, principalmente no Nordeste. A idéia que se tem do político é que se trata de pessoa endinheirada e, o que ganha, é proveniente dos votos que recebem. Na grande maioria das vezes isso é uma verdade e quem é dono do voto, produto que mais interessa ao candidato, o vende ou troca, como se fosse a forma de dividir um pouco o que o investidor eleitoral vai ganhar depois.
Lógico que é um jogo triste, porque se fabricam verdadeiros mercenários da vida pública. São pessoas que estão onde pode ter dinheiro e votam nos projetos e leis que, de alguma forma, ele saia ganhando. Isso acontece em todas as áreas, porque o próprio presidente Lula da Silva, que defendia um Congresso sadio e sem picaretas – quando era deputado ele classificou os seus colegas assim – que aprovam qualquer coisa que apresentem em troca de cargos, recursos e vantagens. E esse é o jogo do Executivo para fazer valer a sua força, porque o legislativo sempre foi mais vulnerável a esse armazém de secos e molhados que funciona nas votações de interesse do Governo, seja municipal, estadual ou federal.
O Tribunal Superior Eleitoral – TSE – está sendo elegante no seu marketing de orientação eleitoral, mas na dura realidade, o que ele gostaria de apelar era para que a população não deixasse se vender e que escolhesse o melhor para administrar e fiscalizar suas cidades. Mas a fome é imediatista e a esperança é apenas um amontoado de palavras inúteis. Que importa se roubam, se negociam, se corrompem, se são corrompido, se não fiscalizam e se não administram bem? Foi sempre assim e ninguém está na cadeia. Até mesmo os inelegíveis pelo TCU estão na disputa e não pode existir exemplo pior, inclusive com o dedo da Justiça, que atua com morosidade nesses processos. Então, que não exijam de quem tem fome, a possibilidade da chegada de um messias, quando o dinheiro, o alimento, o botijão, essas coisas que os políticos dão em período de eleição, estão ali, na hora, convidativo e fácil.
Numa situação dessas é muito difícil o voto pela consciência. É muito mais fácil o voto pela necessidade e pelo roncar do estômago. Infelizmente, claro…
LARANJEIRAS
O Partido dos Trabalhadores não terá candidatos em Laranjeiras. Foram impugnadas as candidaturas do médico Ricardo Hagenbeck, do seu vice e de todos os vereadores.
Justiça Eleitoral deu parecer favorável à ação impetrada pelo Diretório Estadual do próprio PT. Hagenbeck culpa Marcelo Déda e José Eduardo Dutra.
ACORDO
Segundo Ricardo Hagenbeck, Marcelo Déda e José Eduardo tiveram o apoio de José Sobral no segundo turno das eleições para governador e fizeram um acordo para apóiá-lo para prefeito daquela cidade.
Para cumprir o que acordaram em 2002, impugnaram a candidatura de Ricardo Hagenbeck para que Ione Sobral (PTB), mulher de Sobral, tivesse o apoio deles naquela cidade.
PROJETOS
A previsão dos projetos de reforma do Estado é começar a ser discutido nas comissões acontecerá na próxima terça-feira e deve chegar no Plenário, para discussão de votação na quarta-feira.
Houve erro na numeração dos projetos e por isso foi retirado e teve que retornar ao setor responsável pela identificação de matéria por entrada.
BELIVALDO
O deputado estadual Belivaldo Chagas (PSB) disse que a oposição vota contra os projetos. E fez uma ressalva: “quando falo em oposição estou me referindo ao meu partido e ao PT, de cujo bloco sou o líder”.
Belivaldo explica que hoje existem quatro blocos de oposição na Assembléia Legislativa que e três deputados de outros blocos votam a favor.
CONTRA
Belivaldo Chagas aça que o Governo deveria retirar os projetos atuais e enviar outros específicos dizendo realmente o que vai fazer com cada empresa.
Deu um exemplo: O Governo tem que dizer que vai extinguir a Endagro e informar que ela será autarquizada, extinta ou incorporada a outro órgão.
DEPENDE
Já está certo que a oposição vai votar pela inconstitucionalidade dos decretos e caso o bloco governista consiga aprová-los, será adotada providências.
Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade da matéria será dada entrada na Justiça, alegando o Artigo 25 da Constituição Estadual, que determina a identificação do que será feito com cada empresa.
DEFESA
Uma ala significante do PT já está defendendo que o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra (PT), seja o candidato ao Governo do Estado em 2006.
Prefere que o prefeito Marcelo Déda, candidato à reeleição, continue até o final do seu mandato, caso consiga ganhar as eleições.
MARIA
O prefeito Marcelo Déda (PT) declarou que está apoiando a candidatura de Maria Mendonça (PSDB), em Itabaiana, porque ela representa a mudança.
Déda diz que Maria é outro estilo e que tem um projeto de Governo avançado, que modifica toda a história política daquela cidade.
MACHADO
O deputado federal José Carlos Machado (PFL) disse que, em Itabaiana, ninguém está querendo o retorno do grupo de Chico de Miguel ao comando da cidade.
O parlamentar lembra que não existe uma única sala de aula, em Itabaiana, que tenha sido levada por Maria Mendonça ou construída pelo seu grupo político.
HELENO
O deputado federal Heleno Silva (PL) disse ontem que quem está em campo para 2006 vem correndo muito nesta campanha eleitoral.
Heleno está correndo muito, tanto que não vem dando atenção aos candidatos na capital. A informação é que ele tentará o Senado em 2006.
ESQUENTE
A campanha começou a esquentar no interior e quem é da oposição está sofrendo muito, porque tem dificuldade de recursos para gastar. Bom está para quem tenta a reeleição.
Na capital a campanha continua muito fria e com pouco movimento. Segundo o deputado Heleno Silva, está em clima tão baixo quanto o que marca os termômetros da cidade.
ARTICULA
O deputado federal Jackson Barreto (PTB) começa a articular a vaga de vice-governador na eleição de 2006, que pode ter na cabeça Marcelo Déda ou Eduardo Dutra.
Jackson quer que seja Jerônimo Reis, que ao ser contemplado não lança candidato a deputado federal, lhe apoiando em Lagarto, que é um grande reduto eleitoral.
SESSÃO
A sessão especial que a Assembléia Legislativa realizou para protestar contra o leilão da Petrobras, não teve o resultado que o pessoal esperava.
Compareceram apenas quatro deputados federais, oito deputados estaduais e nenhum senador. As galerias estavam praticamente vazias.
COMISSÃO
A Assembléia Legislativa vai indicar uma comissão de parlamentares para acompanhar o leilão da Petrobras, dias 16 e 17 próximos.
Gilmar Carvalho apresentou projeto para a Assembléia estudar uma forma de entrar com uma ação para suspender o leilão, como fez o Paraná.
Notas
VENTINHA
O superintendente da Polícia Civil, Paulo Ferreira, disse que as investigações sobre o assassinato do vereador Ventinha estacionaram na confissão do jovem de 17 anos que estava com ele na Cherocke. Acrescentou que existem comentários extras, mas que não se encontrou qualquer outro motivo.
A Polícia, entretanto, pode levantar outras possibilidades, caso surja alguma outra versão do assassinato, tendo em vista a vida atrapalhada que o vereador Ventinha sempre teve.Em razão disso sempre merece mais cuidado.
RENATO
O candidato do PPR, José Renato Sampaio está animado. Ele diz que tem sentido uma aceitação muito boa ao seu nome e tem certeza que vai crescer muito, porque tem um projeto de Governo muito bom, credibilidade pública, até mesmo porque já deu testemunho de compromissos com a sociedade.
“Vou libertar Aracaju”, disse ele, acrescentando que o seu primeiro ato será rescindir o contrato dos parquímetros, sem pagar indenização, porque quando uma das partes da motivo para rescisão, não existe pagamento contratual.
PLANO
José Renato Sampaio, que vê perspectivas de chegar ao segundo turno, pela aceitação que vem crescendo, diz que vai fazer o que não foi feito e construir, através de uma decisão política, o Plano Diretor voltado para a sociedade e mais humano. “O que foi feito dá prioridade total às construtoras”, diz ele.
Para José Renato, é preciso desprivatizar a cidade e transformar Aracaju numa capital sem compromissos com as empresas: “quero acabar com a mesmice. Vou fazer o que o prefeito Marcelo Déda prometeu e não cumpriu”.
É fogo
O Governo não entrou para valer em nenhuma campanha política no Estado. Até o momento está completamente neutro nas eleições.
Quem pensou que o governador João Alves Filho fosse entrar para valer, se enganou. Ele quer saber dos resultados.
Hoje à tarde o candidato José Renato Sampaio faz uma passeata, ao lado de vereadores, no conjunto Augusto Franco.
A candidata do PPS, deputada Susana Azevedo, fez visita ao Hospital João Alves Filho e vem fazendo caminhadas todos os dias.
O candidato do PT, Marcelo Déda, despacha pela manhã como prefeito e no período da tarde e noite dedica-se à campanha para a reeleição.
Ele disse que pode fazer isso porque sua equipe está bem entrosada e leva bem os trabalhos normais da Prefeitura.
Frei Enoque está bem com a sua candidata em Poço Redondo. Ele enfrenta uma candidatura do Partido dos Trabalhadores.
O deputado estadual Gilmar Carvalho está, definitivamente, na oposição, embora tenha adotado uma postura pessoal.
O Denit informou que as obras de duplicação da BR-101 serão retomadas em setembro. As obras foram embargadas há dois anos pelo TCU sob suspeita de superfaturamento.
Já tem uma empresa de grande porte interessado no Hotel da Ilha. Há informação de que as conversações estão adiantadas.
A Petrobras deveria acompanhar a evolução do mercado internacional do petróleo e reajustar os preços dos combustíveis no Brasil.
Quem sugere o aumento da gasolina é o ex-direto geral da Agencia Nacional de Petróleo, David Zylbertajn. O Governo não o faz para evitar a escalada inflacionária.
Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br