Aids: o preconceito ainda existe

Recentemente, o Programa Big Brother Brasil exibiu uma das situações mais tristes não apenas para as pessoas que vivem com HIV/AIDS, mas para todas as pessoas e instituições que lutam contra as atitudes discriminatórias com relação à AIDS: a participante Ângela do Programa BBB 14, da Rede Globo sugeriu o extermínio de pessoas com HIV positivo como forma de acabar com a AIDS. A Ângela, 26 anos, sugeriu o extermínio de pessoas vivendo com o HIV como maneira de “solucionar” a questão. “Vamos matar todo mundo (…) o que mais irrita é saber que a AIDS existe porque teve um idiota que foi transar com um macaco”, argumentou a advogada. Outro integrante do programa, Cássio, 22 anos, estudante de publicidade, disse que a maioria dos infectados não passa dos 40 anos. “Quem já tem AIDS, geralmente não dura mais de 40 anos, eles falecem e a AIDS acaba”, declarou o participante gaúcho. A Rede Globo resolveu responder à repercussão negativa dos comentários preconceituosos e desinformados de integrantes do Big Brother Brasil sobre a AIDS, autorizando a ida de uma médica infectologista a casa, para falar sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis, principalmente, com relação ao HIV. Mesmo após a ida da médica, Ângela ainda questionou: "Será que a gente falou alguma besteira?".

Outra atitude inadequada, observada em alguns estados, é a exigência do teste de HIV em concursos públicos, principalmente no âmbito militar e exames admissionais de algumas empresas. A testagem compulsória de HIV em concursos públicos é uma medida que fere a Constituição Federal (artigo 7º), que veta qualquer discriminação no critério de seleção do trabalhador. A portaria interministerial nº 892, de 1992, também diz claramente que ninguém é forçado a fazer o exame. Uma resolução do Conselho Federal de Medicina reitera a proibição da testagem compulsória.

Em Sergipe, há a necessidade da criação de uma Lei Estadual que proíba a testagem do HIV de forma obrigatória, em exames admissionais ou periódicos das empresas, em concursos públicos e em outros exames seletivos.

Um dos fatores que contribuem para a permanência de atitudes preconceituosas é que o tema AIDS não é mais destaque na mídia nacional e sim localmente em alguns estados e municípios. As Redes de Televisão a nível nacional necessitam voltar a abordar o tema preconceito, destacando a importância de atitudes de solidariedade. Precisamos cada vez mais envolver a sociedade, políticos e gestores municipais e estaduais no enfrentamento à epidemia de AIDS.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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