Pesquisador em meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia, Prakki Satyamurty defende que o mundo adote outro caminho para reverter o quadro de destruição do meio ambiente que tem como conseqüência as mudanças climáticas. Para ele, o desenvolvimento sustentável já não é o caminho mais aconselhável para a reversão desse quadro. A saída agora, segundo Satyamurty, seria a retirada sustentável, ou seja, a diminuição drástica do consumo de recursos naturais, aliada a um controle de natalidade que levasse a um crescimento menos acelerado do número da população mundial. “Já passou o tempo do desenvolvimento sustentável. Agora é tempo de fazer uma retirada sustentável, ou seja, temos que retirar, gradativamente, por exemplo, o número de automóveis das ruas. Tudo o que foi colocado em excesso e hoje contribui para a destruição do meio ambiente precisa sair de cena. Esse é um assunto muito polêmico, mas as autoridades precisam parar e pensar em tudo o que está acontecendo. 0 mundo tem que mudar para melhor”, observou. As Nações Unidas afirmaram que a desertificação ameaça a vida de mais de 1 bi1hão de pessoas em pelo menos 100 paises. “Numa mensagem, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon disse que o número de migrantes ambientais, pessoas que têm que fugir de suas casas por severas condições climáticas, pode chegar a 200 milhões em Segundo Ban, atualmente 24 milhões de pessoas já vivem nestas condições. Ele lembrou que, nas últimas quatro décadas, um terço das terras para cultivo foram abandonadas após ser tornarem improdutivas. O Brasil concentra 12% da água potável do mundo. Ainda assim, moradores de regiões metropolitanas convivem com rios que mal dão conta de suprir suas necessidades. Poluição e mau uso dos recursos hídricos transformaram a qualidade das águas de 21 % dos rios do País. De um modo geral, a qualidade das águas no País é boa – 9% foi considerada ótima e 70%, boa – com a ressalva de que boa parte dos rios do Centro-Oeste, Norte e sertão do Nordeste não foi avaliada. Ainda assim, 7% das águas foram consideradas péssimas ou ruins e 14%, regulares. Esses rios concentram-se justamente nas áreas mais povoadas do País, As emissões de carbono provenientes do desmatamento são significativas e colocariam o Brasil, caso fossem contabilizadas, na 4a ou 5a posição entre os maiores emissores de carbono do Mundo. Por causa disso, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc), Flávio Gazani, os países industrializados deverão exercer forte pressão para incluir os projetos de conservação florestal no novo acordo que deverá substituir o Protocolo de Kyoto, a partir de 2012. O governo brasileiro é contra a inclusão dos projetos de conservação florestal no acordo, por uma questão de soberania nacional. “A posição do Itamaraty tem sido historicamente contra a inclusão de projetos de desmatamento ou de conservação florestal. Até por receio de algum tipo de moção anti-desenvolvimentista, conservacionista, imposta ao nosso país”. (Ambientebrasil)
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