Dirigir veículo sob o efeito do álcool é um sério problema de saúde pública. Ter relação sexual sob o efeito da bebida alcoólica, principalmente, entre os jovens, está também contribuindo para um problema de saúde pública que a gravidez fora de hora.
Todos os dados nacionais apontam para a grande relação entre acidentes de trânsito com veículos automotores e o uso de bebidas alcoólicas. Os jovens são as suas maiores vítimas. Por outro lado, entrevistas com muitas jovens grávidas também indicam a grande ligação entre a bebida alcoólica e o não uso da camisinha, principalmente, após períodos festivos.
Os efeitos do álcool dependem do organismo de cada um (metabolismo do álcool pelo fígado) e de outros fatores como frequência das “bebedeiras”, tipo de bebida ingerida, com ou sem algum alimento e condição física da pessoa (com sono, cansada, após esforço físico, etc.). As mulheres e pessoas de baixo peso corporal apresentam mais chances de ser afetadas pelas bebidas.
“Algumas pessoas aproveitam a fase inicial da “euforia” provocada pelo uso da bebida alcoólica, para ficarem “mais corajosas”. É aí onde mora o perigo. Da mesma forma que o garoto fica mais corajoso para se aproximar de uma menina, pela qual está atraído, fica mais corajoso para dirigir mais rápido e com menos cuidados. A bebida provoca certo sentimento de onipotência tanto na direção veicular como no comportamento sexual.
Os riscos que as pessoas correm no trânsito são: coragem excessiva e perda de crítica com relação à direção veicular; diminuição do tempo de resposta visual e motora; perda de coordenação motora; diminuição do campo visual e sonolência. Todos estes efeitos afetam muito a segurança da direção veicular, porque a diminuição do tempo de resposta motora pode atrasar a freada e causar o acidente. A diminuição no tempo de resposta visual faz com que não se enxergue a via onde se trafegue: pedestres, ciclistas, buracos, curvas, lombadas, sinalização e mesmo os outros veículos e desta forma aumente de forma exponencial o risco de acidentes.
Com relação aos efeitos do álcool no comportamento sexual, os estudos mostram quanto mais uma pessoa bebe, mais ela está propensa a fazer sexo sem camisinha. A constatação explica porque mesmo as pessoas informadas sobre os riscos do sexo sem camisinha acabam se envolvendo nesse tipo de relação – o álcool age diretamente sobre suas decisões pessoais e favorece as atitudes de risco. É importante que as pessoas que se relacionarem sexualmente sem camisinha (relações ocasionais ou não) procurem, 30 dias após, uma unidade de saúde para a realização do teste anti-HIV.
As pessoas precisam entender que, mesmo em um ambiente de diversão, precisam estar conscientes de que o risco de vulnerabilidade com o álcool é grande, seja para o HIV e outras DST ou para um acidente de trânsito.