Aliados contra João

Além da péssima administração realizada em Aracaju, o prefeito João Alves Filho (DEM) terá de explicar aos aracajuanos os motivos pelos quais é renegado até por aliados próximos e auxiliares diretos. Como justificar a companhia do vice José Carlos Machado (PSDB), após este ter sofrido uma crise de sinceridade e alardeado que “os secretários municipais só querem roubar, e João está cagando para isso?”. E o que dizer da decisão do líder do prefeito na Câmara, vereador Ivaldo José (PRTB), de apoiar o prefeiturável Valadares Filho? Será que o eleitor entenderá a má vontade de alguns secretários em honrar compromissos financeiros, mesmo tendo dinheiro em caixa. Este mesquinho comportamento tem quebrado empresas e provocado desempregos. Não fosse tudo isso, a SMTT prepara um golpe de morte contra a candidatura de Alves Filho: o órgão municipal de trânsito promete multar os motoristas que invadirem as faixas azuis e brancas pintadas nas avenidas para serem usadas por um inexistente BRT paraguaio. Programadas para serem aplicadas às vésperas das eleições, as pesadas multas vão irritar os eleitores do prefeito, punidos simplesmente por trafegarem no espaço reservado a uma miragem. Te cuida, João!

Quebrou na solda

A continuar essa crise financeira, em pouco tempo os credores do Estado vão querer leiloá-lo para receber o que lhes é devido. Depois dos atrasos de salários, da inadimplência com os donos de transporte escolar, eis que Sergipe se surpreende com o sucateamento das viaturas policiais. Por falta de pagamento, as locadoras destes veículos se recusam em consertá-los e trocar os pneus “carecas”. Resultado: a Polícia está trabalhando a pé, enquanto a bandidagem desfila por aí com carrões “envenenados”.  Só Jesus na causa!

Não pode

Nas recomendações da Justiça Eleitoral aos candidatos destacam-se algumas proibições. Eles não podem fixar propaganda em bens públicos, fazer showmício com apresentação de artistas, mesmo sem remuneração, fazer propaganda ou pedir votos por meio de telemarketing, confeccionar e distribuir brindes, cestas básicas ou materiais que proporcionem vantagem ao eleitor. Também é proibido agredir e atacar a honra de outros candidatos na internet e nas redes sociais. Fiquem de olho!

Polícia dos poderosos

Alegando falta de condições de trabalho e reclamando reajuste salarial, a Polícia Militar se ausentou das ruas, deixando os sergipanos entregues à sanha assassina dos criminosos. Enquanto isso, um verdadeiro séquito de policiais protege o governador Jackson Barreto (PMDB) e demais autoridades constituídas. Isso ocorre porque para estes PM’s há coletes balísticos, viaturas super conservadas, além de gordas gratificações. É, quem pode, pode!

Não há vaga

Perde tempo o sergipano que sair por aí atrás de um emprego. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio revela que 131 mil pessoas estão desempregadas em Sergipe. A continuar essa crise sem que o Executivo estadual faça nada para enfrentá-la, em pouco tempo só restarão empregados os auxiliares do governo encarregados de incentivar a criação de postos de trabalho. Cruz credo!

Faz de contas

Presidentes de tribunais de contas tentam convencer o Supremo a voltar atrás em sua decisão de tirar deles o direito de condenar maus políticos. Pelo entendimento dos ministros do STF, o papel de punir administradores relapsos e desonestos é exclusivo do legislativo. Em outras palavras, o Supremo deixou claro que os conselheiros dos tribunais de contas servem apenas para dar palpites, sugestões, dizer o que parece ser. Certíssimo!

Reserva de luxo

E o empresário Ricardo Franco (DEM) pode mesmo ser considerado um senador de segunda classe, pois nas grandes decisões do Senado é substituído pela titular Maria do Carmo Alves (DEM). Isso vai acontecer agora, durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A demista já informou ao moço sem votos que reassumirá o mandato. Ouvido pelo jornalista Diógenes, Ricardo Franco disse não se incomodar em retornar ao banco de reserva. Então, tá!

Fim dos cartéis

Acabar com os cartéis que comandam o lixo, o transporte coletivo e a construção civil, que estão quase sempre infiltrados nas administrações municipais. Pelo menos este é o desejo da candidata a prefeita de Aracaju, professora Sônia Meire (PSOL). Ela diz que, se eleita, governará a capital com a participação do povo, através de conselhos. E sentencia: “Não pretendemos prometer coisas que não podemos fazer”.

Campinho de pouso

Apesar dos milhões gastos no decorrer dos anos em anunciadas melhorias, o aeroporto de Aracaju segue com a cara de um modesto campinho de pouso do interior. Basta uma chuvinha de nada para impedir pousos e decolagem de aviões. O nosso aeroportozinho, chamado por alguns de internacional, não dispõe nem mesmo de aparelhagem para as aeronaves pousarem por instrumento. Aqui pra nós, nem todas as rodoviárias são tão modestas. Vergonhoso!

Votos flutuantes

Os temas áreas verdes, energias renováveis, gestão de resíduos sólidos e mobilidade urbana podem fazer o eleitor mudar de voto nas eleições deste ano. É o que mostra uma pesquisa encomendada ao Datafolha. Esses quatro assuntos foram considerados importantes ou muito importantes por mais de 90% dos entrevistados. O percentual dos que certamente mudariam de voto, caso o projeto de governo nessas questões não coincida com os seus ideais, é também significativo, variando entre 43% e 45%, dependendo do assunto. Legal!

Amigos do rei

Ganha uma mariola quem souber quantos conselheiros existem nas estatais e autarquias do estado de Sergipe e qual o custo deles para os cofres públicos. À boca miúda, comenta-se que alguns apadrinhados participam de dois, três, até seis conselhos consultivos, comparecem a apenas uma reunião mensal e embolsam uma grana razoável, paga religiosamente em dia. Enquanto essa turma faz a festa, lambuzando-se com o dinheiro público, o servidor estadual passa fome. Cruz credo!

Recorte de jornal

Publicado no Correio de Aracaju em 30 de novembro de 1926

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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