ALMEIDA RESSURGE

Depois de 50 dias recolhido e em silêncio, curando-se de um elevado estresse, o senador José Almeida Lima (PSDB) põe a cabeça de fora. E sai com a mesma posição política, adotada antes de se sentir mal no Senado Federal. Ontem, em conversa aberta com aliados, sem reservas, manteve o que anunciou desde quando pousou no ninho tucano: “não há a menor possibilidade de união com o ex-governador Albano Franco (PSDB)”. Disposto, e se preparando para retornar às suas atividades no Congresso Nacional, o senador Almeida Lima foi objetivo: “não pretendo reservar nenhum capítulo de minha biografia para narrar convivência com Albano Franco”. Reconheceu que tem uma biografia modesta, que não cabe o ex-governador. E qual seria a razão dessa recusa? “Questão do discurso, que é de coerência”, responde o senador, deixando uma perceptível insinuação que “não há coerência no que fala o ex-governador”.

 

Almeida Lima disse que a questão nacional hoje decorre exatamente da incoerência, deixando claro, embora não fizesse referência direta, que o atual governo federal não manteve o discurso de campanha e o presidente não trouxe para o Planalto, o que pregou em todo o seu período de luta, à frente do Sindicato dos Metalúrgicos. Considerou que a corrupção que assola no país é endêmica e se alastrou de tal forma por todo o corpo político administrativo, que o tornou impossibilitado de se submeter a um exame de DNA para identificar a sua origem.

 

Quanto à candidatura ao governo do estado nas eleições do próximo ano, o senador Almeida Lima já não fala de forma absolutamente concreta: “ela será circunstancial e vai depender do resultado de todo esse problema que o país enfrenta”. Deixou a impressão que não pode se fazer uma previsão do que vai acontecer com a República nos próximos meses, porque a questão da crise política vem num crescente insustentável, caso não haja um entendimento mais amplo que salve a governabilidade e mantenha o país com as instituições ativas, sem qualquer risco de alteração da democracia. É possível que em razão desse clima, o senador Almeida Lima já não confirme a candidatura, porque é visível que o futuro é nebuloso, embora já se veja uma luz no final do túnel, quando forças de todas as tendências políticas estão pensando em se unir, para garantir a governabilidade e fazer com que o Senado e a Câmara funcionem normalmente, com a votação de projetos de interesse da sociedade.

 

O senador Almeida Lima voltou a lembrar que a Direção Nacional do PSDB deve cumprir o compromisso assumido com ele, que seria de lhe passar o comando do partido em Sergipe: “de minha parte, o compromisso que assumi com a legenda está sendo rigorosamente cumprido. Almeida Lima vai tratar desse assunto na próxima semana e considera que se não tivesse ficado quase dois meses distante das discussões o comando do partido já estaria em suas mãos: “neste momento, resolver isso em dez dias já é muito tempo”, disse o senador, demonstrando que tem pressa. Sequer admite dúvidas de que o PSDB faltará com ele. Almeida não aceita qualquer outro tipo de prognóstico e reconhece que a questão do comando não é difícil. De uma coisa o senador tem absoluta certeza: “o partido é muito grande, mas não comporta nós dois (ele e Albano)”. Um fato, entretanto, parece definido, o senador não pretende retornar ao PDT e nem ingressar em outro partido. Continuará lutando no PSDB e, para ele, está claro que será sob seu comando.

 

Mas o grupo vinculado ao ex-governador Albano Franco demonstra tranqüilidade. Tanto que no domingo será realizada convenção para eleição nos Diretório Municipais do PSDB e algumas conquistas estão sendo comemoradas, como a filiação do prefeito de Canindé do São Francisco, Orlandinho. Albano anuncia sua candidatura em 2006 sem revelar a que, mas os seus aliados o querem disputando o Senado. O clima é de normalidade e pessoal sequer comenta a questão Almeida Lima.

 

É por isso que o senador terá que andar rápido, exigir o que lhe foi prometido e partir para cumprir a missão que se destina.

 

DÉDA

“A eleição que o povo quer é Marcelo Déda (PT)  X  João Alves Filho (PFL)”, foi o que disse ontem o prefeito Marcelo Deda, em entrevista ao radialista Fábio Henrique. Déda deixou claro que não está em campanha, mas se resolver sair vai em busca da vitória: “posso estar com 10% nas pesquisas”.

 

CANDIDATURA

Os aliados do prefeito Marcelo Déda continuam consciente de que ele é o melhor nome da oposição para disputar o governo do estado em 2006. A crise política que envolve o Partido dos Trabalhadores não atingiu o prefeito Marcelo Déda, que mantém o passado e o presente limpos.

 

ANDRÉ

O titular da Secretaria Metropolitana, André Barros (PFL), ao representar o governador João Alves Filho no 2º Congresso das Cidades, mereceu elogios do prefeito Marcelo Déda. Déda reconheceu que André é “um grande administrador”, que marcou o seu tempo em Pirambu: “André é um democrata que vai respeitar a autonomia do município”, disse.

 

JOÃO ALVES

O governador João Alves Filho (PFL) esteve em São Paulo, onde fez um procedimento médico simples, depois de se submeter a exames de rotina. João Alves retorna hoje à noite e, no aeroporto, ficará à disposição para entrevistas, quando falará sobre o assunto de forma detalhada.

 

REUNIÃO

Amanhã pela manhã o governador participa de reunião com o secretariado e vai fazer uma avaliação de sua administração e adotar algumas medias. No domingo, às 18 horas, participa do encerramento das atividades da Vila do Forró e na segunda-feira reinicia as suas atividades normais.

 

ALMEIDA

O senador Almeida Lima (PSDB) passou 50 dias de repouso e hoje põe a cabeça de fora e vai falar tudo, durante duas horas, para o radialista Fábio Henrique. Almeida fez uma observação: vai falar sobre tudo, da doença à questão do PSDB. Adverte que será uma bomba.

 

POSIÇÃO

O senador Almeida Lima mantém sua posição de sempre em relação ao PSDB: “não faço qualquer entendimento com o ex-governador Albano Franco”. Segunda-feira o senador retorna a Brasília e participará de encontros políticos com membros do PSDB. Ele é membro titular da CPI do mensalão.

 

DORGEVAL

O juiz da vara de Execuções Criminais, Diógenes Barreto, não deu autorização para que o fugitivo Dorgeval fosse transferido do presídio de Tobias Barreto para o de Glória. O advogado Saulo Eloy, da família de Joaldo, tem em mãos certidão da vara de Execuções Criminais que atesta ausência de autorização da transferência do fugitivo.

 

CONFIRMA

Saulo Eloy confirmou que houve problemas no presídio de Tobias Barreto, mas o diretor do presídio de Gloria  recusou-se a receber os presos enviados, alegando questão de segurança. O juiz Diógenes Barreto determinou que os detentos fossem trocados por outros de menor periculosidade. Nessa permuta, Dorgeval foi um dos escolhidos para ficar em Glória.

 

PROCESSO-1

O deputado João Fontes (PDT) vai arrolar o prefeito Marcelo Déda (PT), o senador Valadares (PSB) e o ministro Carlos Britto, no processo contra seu colega Jackson Barreto. João vai pedir que Déda explique porque votou pela cassação de Jackson Barreto da Prefeitura de Aracaju, na intervenção de 1988.

 

PROCESSO-2

Quanto ao senador Valadares (PSB) para explicar porque encaminhou o pedido de intervenção na Prefeitura de Aracaju, na administração Jackson Barreto. Já o ministro do STF, Carlos Britto, à época procurador do TCE, para dizer porque emitiu parecer pelas denuncias dos processos contra Jackson Barreto.

 

VALADARES

O senador Antônio Carlos Valadares reconhece que a cada dia a crise política do pais se agrava: “tomara que não venha contaminar a economia”. Valadares que todos esse processo não vai acabar em pizza porque as investigações já chegaram a alguns culpados e todos devem ser punidos.

 

AGENDA

O senador Valadares defende uma agenda mínima, de todos os segmentos políticos, para funcionamento do Congresso e do Governo. Valadares sugere que essa pauta determine o aceleramento de reformas, como a política e a tributária.

 

MAGNO

A informação que rola em Estância é que o médico Carlos Magno estaria trocando o PFL pelo PSB, para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa. Magno desmentiu a troca e o senador Valadares disse que não tinha conhecimento. O ex-prefeito José Nelson (PSB) é quem estaria trabalhando a filiação de Magno no seu partido.

 

Notas

 

INDIGENTES

A população de indigentes de 16 a 60 anos cresceu de 38% para 49% entre 1981 e 2003 na área urbana do país. No mesmo período, o total de pessoas em situação de miséria, em todas as faixas etárias, aumentou de 9.749.395 para 18.104.736. Foi o que informou ontem a professora Lena Lavinas, da UFRJ.  Autora do livro “Programas sociais e combate à fome”, ela exibiu gráficos mostrando que a política econômica adotada no governo anterior, e mantida no atual, não provocará grandes mudanças para os pobres brasileiros.

MINISTRO
Os dados oferecido pela professora Lena Lavinas não agradou ao o secretário nacional de Assistência Social, Osvaldo Russo, que procurou enaltecer os benefícios do Bolsa Família. Disse que “hoje temos 7,3 milhões de famílias recebendo o Bolsa-Família, que serão 11 milhões ao final do governo”. 
“Já ajuda 65% das famílias que recebem menos de cem reais per capita. Até o fim do governo todas as famílias estarão recebendo” — afirmou Russo, lembrando que o Bolsa Família consome R$ 6,7 bilhões anuais.

POBREZA
Lena diz que a pobreza avança entre trabalhadores e cai para aposentados. Revela que 93% das transferências de renda são para pessoas que contribuíram para a previdência. A população urbana em idade produtiva que recebe até um quarto de salário-mínimo vem crescendo significativamente no país. 
A professora ainda observou que atualmente 20% do PIB servem para reforçar o superávit primário. Para ela, se essa política não fosse adotada cada criança pobre poderia ganhar R$ 80 em benefícios sociais.

É fogo

 

O preço da gasolina teria que subir 30% para acompanhar a alta do preço do petróleo no mercado internacional.

 

O Programa de Interiorização das atividades do Sistema Fies será lançado segunda-feira em Estância, com a presença do presidente da entidade, Eduardo Prado e prefeitos municipais.

 

A Petrobras está reunindo hoje, em Aracaju, cerca de 700 professores da rede pública de Sergipe e Alagoas, para um dia inteiro de reflexão.

 

Os professores vão refletir sobre a prática pedagógica voltada para valores humanos essenciais como: amor, paz, verdade, ação correta e não violência.

 

O palestrante é o educador Rubem Alves, sob a coordenação de Maria de Fátima Pinheiro de Mendonça. Acontecerá em um hotel da orla.

 

A chapa “a esperança é vermelha” será lançada segunda-feira para disputar o Diretório Municipal do PT. O candidato a presidente é o ex-vereador Antônio Góis.

 

Plenário não divulga nenhum e-mail com denuncias contra qualquer cidadão, quando não vem com endereço eletrônico e telefone para confirmação, embora resguarde a fonte.

 

Se depender do prefeito de Porto da Folha, Manuel Gomes de Freitas (Manuel de Rosinha), PT, José Eduardo Dutra retorna ao Senado em 2007.

 

Os tucanos não têm a menor dúvida de que poderão eleger o ex-governador Albano Franco para o Senado em 2006.

 

A base de assinantes de TV por assinatura no Brasil deve crescer 50% nos próximos cinco anos, chegando a um total de 5,7 milhões até 2010.

 

Fabricantes de brinquedos do Brasil e da Argentina anunciaram que pedirão juntos a criação de uma salvaguarda no Mercosul para frear a “invasão” de produtos chineses.

 

A AmBev, maior fabricante de cerveja do Brasil, com cerca de 60% do mercado, está disposta a fazer crescer o consumo das versões “premium” deste tipo de bebida.

 

brayner@infonet.com.br

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