7 de maio: dia da criança que vive com HIV

Precisamos lembrar que essas crianças existem!

O movimento social criou o Dia 7 de Maio – Dia da Criança Soropositiva, para lembrar a sociedade, aos gestores da saúde e da área social, sobre a existência de crianças que nasceram com a infecção pelo HIV ou com as manifestações da Aids. Também é uma forma de lembrar que ainda existem desafios que precisam ser encarados para melhoria do pré-natal.

A principal forma de transmissão do HIV para a criança é a Transmissão Vertical, que ocorre durante a gravidez, parto ou na amamentação. As crianças filhas de mães que vivem com HIV, são denominadas Crianças Expostas. Essas crianças constituem um grupo de vulnerabilidade para a infecção pelo HIV. A redução da vulnerabilidade delas depende de várias medidas preventivas, tanto ligadas às próprias mães, como atitudes dos profissionais de saúde e dos serviços de saúde e de assistência social.

Todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para IST durante o pré-natal e no momento do parto, especialmente para o HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Ao mesmo tempo, devem ser e informadas orientadas sobre as possibilidades de prevenção da transmissão vertical, bem como, sobre a possibilidade de riscos para a criança quando a gestante é infectada, especialmente de HIV/aids, sífilis e hepatites virais B e C.

Algumas ações são fundamentais para prevenção e eliminação da transmissão vertical: Realizar o pré-natal desde o início da gestação, ou assim que descobrir a gravidez; Realizar testagem da gestante e parceria sexual, especialmente por meio dos testes rápidos, para o diagnóstico precoce; Nos casos de infecção, realizar o tratamento correto com profissional de saúde, e ter adesão às consultas do pré-natal para acompanhamento adequado e realização dos exames solicitados. Essas ações na área de saúde são importantes, porém devemos também procurar reduzir a vulnerabilidade social.

Em Sergipe, é evidente a ligação da infecção pelo HIV/Aids em crianças e a situação de pobreza. Precisamos, cada vez mais, ter um olhar “social” para a epidemia do HIV em crianças. Desde o início da epidemia no estado, que venho lutando pelo direitos das pessoas que vivem com HIV e estão em situação de pobreza. Algumas vitórias já foram obtidas, como cesta básica, cartão alimentação e até melhoria na habitação de algumas pessoas vivendo com HIV. Tudo isso influencia na qualidade de vida e no tratamento com os antirretrovirais.

No Brasil, existem muitas gestantes vivendo com HIV que não têm condições financeiras para vim ao Serviço de Referência, para avaliação e acompanhamento especializado. Existem regiões de pobreza onde as mulheres ainda praticam o aleitamento cruzado, isto é, amamentam crianças de outras mães, o que representa um risco de transmissão do HIV e até de outro vírus, o HTLV. É também em áreas de pobreza onde se observa mais dificuldades na realização do pré-natal de qualidade.

Para a eliminação da transmissão vertical do HIV, é fundamental identificação de áreas de pobreza e a incorporação de políticas sociais que melhorem a qualidade de vida, contribuindo para uma melhoria no pré-natal.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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