Calma, caro leitor, apesar do título não é nenhuma história sexual. No livro “Os donos do Poder” , de 1958, o escritor Raymundo Faoro faz um relato do mundo político da nobreza de Portugal. Cita, entre outras coisas, o estamento político:aquele em que os membros têm consciência de pertencer a um mesmo grupo que se caracteriza pelo desejo de prestígio e honra social. Cita um ditado da época, fruto da exploração sistemática dos cargos: “no país, os cargos são para os homens, e não os homens para os cargos”. Os cargos caracterizavam o estamento,cujo objetivo era a obtenção do máximo proveito possível. A nobreza ociosa e ostentatória nutria-se da economia dirigida pelo estamento, a corrupção grassava, e o cargo conferia nobreza. Em Sergipe, se for analisado a passagem de governantes pelos Palácio Olimpio Campos (Governo do Estado) e Palácio Ignácio Barbosa (Prefeitura de Aracaju) desde 1983 um dado assustador mostra a falta de renovação política na estrutura governamental do Estado e um estamento político digno das palavras de Raymundo Faoro. Caro leitor, aqui não está em análise os governos de cada um deles e suas realizações, mas apenas a origem política dos últimos governantes de Sergipe. É uma análise de acordo com os fatos que fazem parte da história recente de Sergipe. Enquanto que na Prefeitura de Aracaju passaram 10 prefeitos de 1983 até os dias atuais (Heráclito Rollemberg, José Carlos Teixeira, Jackson Barreto, Antônio Militão, Viana de Assis, Wellington Paixão, Jackson Barreto, Almeida Lima, João Augusto Gama, Marcelo Deda e Edvaldo Nogueira), no Palácio Olimpio Campos nos últimos 23 anos apenas três homens tiveram a oportunidade de administrar o Estado: João Alves, Valadares, João Alves, Albano duas vezes e agora João Alves, com a possibilidade de passar mais quatro anos. Ou seja, Sergipe é o único Estado do Brasil que passou 24 anos sob o comando de apenas três homens. E pode chegar aos 28 anos. Se for analisar mais profundamente pode-se chegar a uma revelação mais estarrecedora do ponto de vista de renovação: estes três homens (João, Valadares e Albano), chegaram ao poder como “crias” do ex-governador Augusto Franco. Outro detalhe importante: João Alves participou ativamente de cinco das últimas seis vitórias para o governo do Estado. Além da eleição dele em 1982, 1990 e 2002, João Alves foi o articulador das vitórias de Valadares em 1986 e de Albano em 1994. Apenas em 1998, João estava no lado oposto, por conta do acordo entre Albano e Jackson. Um fato é claro. Está comprovado que a chamada elite sergipana (inclua-se neste caso não só os ricos, mas aqueles que vivem com os cargos comissionados do Governo do Estado há vários anos, principalmente lideranças políticas de todos os cantos de Sergipe) não se esforça para ganhar o Palácio Ignácio Barbosa, onde a oposição é hegemônica há mais de 20 anos. Porém, essa mesma elite faz de tudo, o possível e o impossível para não abrir mão do Palácio Olimpio Campos. Para quem pensa que é exagero é só lembrar da eleição estadual de 1994. O então líder da oposição Jackson Barreto, ganhou do candidato de João Alves, Albano Franco no primeiro turno. Foi um “Deus nos acuda”. Quem participou sabe como ocorreu a grande virada. Sem falar das “conversas de pé de ouvido” no interior do Estado o artifício usado em Aracaju foi maquiavélico e sórdido. Aproximadamente 15 mil títulos foram literalmente “comprados” de eleitores de Jackson Barreto. Não para votarem em Albano Franco, mas para ficarem em suas casas, não votarem em Jackson. Os títulos e identidades foram retidas, já que os hábeis compradores sabiam que se deixassem os eleitores irem para as urnas eles ficariam com o dinheiro, mas votariam em Jackson Barreto, O resultado todo mundo já sabe. O certo é que a elite sergipana tem uma sedução que chega a ser viciada pela caneta que assina o Diário Oficial do Estado. Este estamento, ou permanência política vem de geração em geração e para quebrá-lo passa também por uma mudança de concepção mais do que política, mas moral. As pesquisas (todas elas) mostram um índice de rejeição muito alta do atual governador, que oscila em torno de 30%. Talvez seja por conta da tentativa do quarto mandato ou por representar este estamento político que busca o recorde de 28 anos com apenas três homens no Palácio Olimpio Campos. Desistência seria honrosa Alguns amigos do ex-governador Albano Franco estão aconselhando o mesmo a desistir da candidatura a deputado federal. Temem que ele seja eleito, mas com votos a menos do que o pefelista Mendonça Prado e o peixinho Eduardo Amorim. Ou seja, seria uma derrota moral para Albano Franco que abriu mão de ser candidato ao Senado Federal com medo de enfrentar a senadora Maria do Carmo. Expedido Maruinense, articulista do Jornal do Dia, no domingo passado falou sobre Albano e deve, nos próximos dias, mostrar mais da história dele. Aliás, como perguntar não ofende, o que leva Albano Franco a gastar R$ 1,6 milhão (declarado na Justiça Eleitoral) para se eleger deputado federal se no decorrer de todo mandato ganhará apenas R$ 500 mil? Coitadinho de Antônio Francisco Na próxima quarta-feira, 16, será a vez do julgamento de Antônio Francisco. A defesa tenta a todo custo adiar o julgamento por conta do estado de saúde dele. O certo é que Antônio Francisco não pensou na saúde dos familiares de Joaldo Barbosa quando tramou o assassinato. Como ele foi o principal beneficiado com a morte, assumindo o mandato de deputado, Antônio deve pegar uma pena maior do que a do filho. Num país sério acabaria a vida dele na cadeia, mas como é Brasil e agora tem ao seu lado o escritório renomado de Eduardo Ferrão, de Brasília, pode-se esperar tudo. Por falar em Ferrão esta coluna recebeu um e-mail informando que o escritório está sendo “bancado” por um político famoso. A coluna espera apenas um documento para divulgar o nome… Sonho delirante Algumas pessoas que acompanharam as entrevistas concedidas pelos candidatos que estão disputando o cargo de presidente, chegaram a avaliar que a disputa para a Presidência da República será entre Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Valores das pesquisas Segundo registro na Justiça Eleitoral, o Instituto Padrão gastou R$ 24 mil para realização da pesquisa em Sergipe que foi encomendada pela CDL. Já o Ibope, contratado pela TV Sergipe gastou a bagatela de quase R$ 35 mil. Já o departamento do Cinform, que faz pesquisas por conta própria, gasta em cada uma delas R$ 10 mil. Única sem registro no TRE Desde a última sexta-feira esta coluna recebeu uma pesquisa realizada pelo Instituto “Única” com número sobre a eleição para governador em Sergipe. Como sempre faz pesquisou no site do Tribunal Regional Eleitoral onde não consta o registro da referida pesquisa, por conta disso resolveu não publicas, já que a Justiça Eleitoral é bem rigorosa e é crime eleitoral a divulgação de pesquisas sem registro. Faltou um co-repórter I Aeronave tem piloto e co-piloto, se por algum motivo o piloto amarelar, o co-piloto está ali atento para não deixar a aeronave cair. E há quem defenda que todo repórter deveria ter ao lado um co-repórter, com a função de rebater a resposta do entrevistado, para salvar a pergunta do entrevistador. Na entrevista concedida pelo presidente Lula aos apresentadores do Jornal Nacional, ao ser perguntado: “Se mantinha as declarações de que não sabia de nada envolvendo os escândalos que abalaram o país durante toda sua gestão”, ele respondeu da seguinte forma: “Como é que pode alguém querer que o presidente da República, embora tenha que assumir responsabilidade por todos os atos, saiba o que está acontecendo com algum órgão do Governo Federal em São Paulo?”. Faltou um co-repórter II Se houvesse ali um co-repórter, teria rebatido o presidente com a seguinte informação: “Mas presidente nós não estamos falando de atos ocorridos em São Paulo quando V.Excia encontrava-se em Brasília, mas de atos ilícitos praticados ao lado do seu gabinete e envolvendo os seus assessores diretos que mantinham com V.Excia. contatos diários”. Movimentos vão prestar contas I Um membro da Justiça Eleitoral assustado com o grande número de “movimentos” que apareceram nas eleições deste ano resolveu fotografar e recolher material gráfico que estão sendo distribuídos. A idéia é chamar os representantes destes “movimentos” para prestar contas do dinheiro que vem sendo utilizado na campanha eleitoral. Por falar em movimento, está sendo criado um novo: o verde-melância. Depois a coluna conta… Movimentos vão prestar contas II Alguns movimentos têm materiais gráficos de primeira. Um deles, o “Independente Pró-Reeleição de João Alves” distribui um panfleto com “Você merece e ninguém merece”, onde mostra ações de João Alves e faz duras criticas a Deda, como a proibição do Pró-Mulher, a orlinha do Bairro Industrial e outras. Já um outro panfleto está sendo distribuído nas universidades e nas escolas particulares, por partidários do PT, contando “A verdadeira história de João Alves”, onde relata alguns episódios turbulentos das administrações deles e passa pela história do trigo e da pasta cor de rosa. Pelo visto a baixaria só está começando… ‘ Camisas do Negão Alguns servidores do Banese e clientes especiais receberam em suas casas uma bolsa verde ofertada pelo banco com uma camisa de excelente qualidade. Foi um presente pelo dias dos pais. No dia das mães o banco tinha dado para as servidores uma bolsa. Alguns banesianos reclamam que não receberam o presente e chama a atenção da camisa pela cor preta, que não tem nenhum sentido com a cor verde do Banese. Um mais gaiato bradou: é a camisa do negão, por conta da cor preta. Arrepare, como diz Osmário. Descasos administrativos I A população deseja encontrar um canal de comunicação mais direto com a promotorias municipais, é grande o número de reclamações que chega diariamente sobre descasos com as questões administrativas nos diversos municípios. Nos últimos dias esta coluna recebeu três importantes reclamações: A primeira é da Caueira onde a mãe de uma aluna revela que é calamitosa a situação do transporte escolar. Embora ela tenha conhecimento que o município recebe recursos federais para contratar uma empresa que preste o serviço de forma satisfatória, ela informa que sua filha que é aluna da Escola Nilson Socorro no município de Itaporanga chega a ficar três a quatro dias sem aula durante a semana, sob a alegação de que o ônibus está quebrado e quando o ônibus fica pronto faltam professores na sala de aula. Descasos administrativos II Já na Escola Estadual General Valadão em Aracaju, uma mãe não se conforma com a falta de professores e muito menos que um professor esteja passando separação de sílabas para uma aluna de 12 anos que está cursando a 5ª série do ensino fundamental. Já no município de rosário do Catete, um senhor de aproximadamente 60 anos classificava como falta de vergonha e falta de justiça, um município que arrecada quase 2 milhões por mês e que só tem responsabilidade com metade de um povoado, mantenha uma lixeira na entrada da cidade a cerca 500 metros de um local onde fica localizada a área de embarque e desembarque de passageiros, onde fica localizado os três restaurantes mais movimentados do município e onde circulam vendedores e visitantes. Com a palavra as assessorias de comunicação dos municípios citados e os promotores de tais localidades para que proceda a veracidade das denúncias. Frase do Dia “É calúnia, e calúnia grotesca, divulgada às custas do dinheiro que falta para tanta coisa essencial nesta sesmaria, onde o governador usa o dinheiro público para pagar ao jornal do filho, e também a mídia numerosa dos parentes”. Frase da coluna do Expedito Maruinense no Jornal do Dia do último domingo.
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