AQUELAS CANÇÕES DO ROUBERTO

 

 

Lisboa, 10 de julho de 2005

 

Caros amigos de Sergipe:

 

Os militares tinham razão. A música, quando utilizada para fins estratégicos pode, de fato, provocar uma revolução e levar um País à bancarrota.

Cautelosa, a ditadura brasileira prendeu e arrebentou muitos compositores nos psicodélicos anos 70.  Mas pelo visto não adiantou.

Os amantes da bandalheira musical continuam campeando soltos por aí. Idealistas que são, persistem naquele velho sonho de mudar o mundo. O mundo financeiro, no caso.

É o que ocorre atualmente com o afamado cantor lírico Rouberto Jefferson. Com suas canções de protesto, o homem tem derroubado, digo derrubado ministros, presidentes e diretores de estatais, tesoureiros delúbios e genuínos homens de esquerda. E já ganhou mais de quatro milhões só em direitos autorais, fora os mensalões da gravadora Federal Records.

Quando gravou a sua maviosa interpretação de ‘Meu Mundo Caiu’, gravada inicialmente por Maysa Matarazzo, derrubou logo de  cara a diretoria dos Correios. No que lançou ‘E que tudo mais vá pro inferno’ de Roberto & Erasmo, caiu o Zé Dirceu. Achou de cantar ‘Podres Poderes’ de Caetano Veloso e defenestrou os porretões de Furnas. O homem é uma explosão de sucessos.

Se a cada canção lançada o estrago é tamanho, imaginem quando gravar um algum duplo. Não sobra um.

É por isso que os poderosos de Brasília estão cada vez mais empenhados em demovê-lo da idéia de dedicar-se à carreira musical, da qual o aplicado aluno de canto lírico não se afasta um só segundo. 

Tentaram atraí-lo para o mundo do box, contratando o experiente Maguila para lhe dar umas aulas grátis. Resultado: no primeiro cruzado de direita que tomou do afamado boxer sergipano, Rouberto desistiu do mundo dos cinturões de prata. Sobrou um hematoma no olho.

Tentaram inseri-lo no mundo da moda, convidando-o para desfilar na São Paulo Fashion Week, mas o homem não levou jeito. Cantou a Naomi Capbel e acabou levando outro soco no mesmo olho. Dessa vez do namorado da modelo. O negão é um armário.

Falaram até com o Roubinho Barichello pra ver se o circo da Fórmula 1 podia absorver essa demanda. O piloto brasileiro esquivou-se. O bispo Edir Macedo convidou para apresentar um programa evangélico na Rede Record. Rouberto achou o cachê uma heresia.

Pelo visto, o novo astro da canção não vai largar os microfones com facilidade. O jeito é preparar os ouvidos, pois já se sente no ar um clima de novas explosões musicais.

À propósito: o nome do tesoureiro do PP é Jacinto. Jacinto Lamas, pode uma coisa dessas?

 

Até semana que vem.

 

Um abraço do

 

Apolônio Lisboa

  

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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