Aracaju (SE): Por que conhecer o centro histórico?

Centro histórico de Aracaju com vista da Rio Branco

É no Centro da capital sergipana onde o turista pode contemplar um conjunto arquitetônico que serviu de local para diversos atos da história de Sergipe, além de prédios que merecem uma visita por seu traçado e vista panorâmica. É no centro da cidade onde também estão os mercados públicos, os calçadões e bons restaurantes. Cidade urbanisticamente projetada em um tabuleiro de xadrez, Aracaju resguarda uma arquitetura com prédios históricos, mas, no geral, apresenta um traçado moderno, principalmente, seguindo para a zona sul. 

A jovem Aracaju de 163 anos e pouco mais de 641 mil habitantes, aos poucos, vai se mostrando turisticamente para o mundo, com planejamento, infraestrutura de cidade grande e povo hospitaleiro. Cortado por rios, manguezais e parques, uma das únicas capitais do Nordeste que não se originou a beira-mar, a Capital de Todos possui seus encantos. E é por conta disso que o Tô no Mundo inicia a partir de agora uma série de textos sobre a Pequena mais Bela do Nordeste. O que está esperando?

Avenida Rio Branco

Vista do rio Sergipe

A agradável vista dos casarões comerciais e da avenida Rio Branco, com as antigas embarcações denominadas de tó-tó-tó à margem do rio Sergipe dão um tom bucólico e pesqueiro ao centro da capital sergipana. Do atracadouro onde ainda serve de ponto de embarque para a travessia Aracaju- Barra dos Coqueiros há uma grande concentração de barcos, o que dá um charme especial à beira do rio Sergipe. Curta a paisagem de uma capital que se verticaliza e se moderniza, sem perder a essencial de uma cidade ainda em desenvolvimento. A região da "Rio Branco" é um bom local para se observar o vai e vem dos sergipanos.

Complexos de mercados centrais são atração

Conjunto de Mercados Centrais

Mercados Thales Ferraz, Augusto Franco e Albano Franco compõem um conjunto de mercados onde a sergipanidade está presente. Doces de Propriá, rolo de fumo de Lagarto, queijo de Nossa Senhora da Glória, artigos de barro de Santana do São Francisco estão presentes no mercado de artesanato Thales Ferraz, com seu relógio ao centro e rodeado por bares e restaurantes. 

Do andar superior, tem-se uma vista privilegiada do rio Sergipe. Entre os mercados Thales Feraz e Augusto Franco a denominada Passarela das Flores faz jus ao nome por ser lá onde comercializam arranjos e flores naturais. No mercado Augusto Franco, ervas, artesanato e artigos religiosos, além de gêneros alimentícios tão o tom das vendas. No mercado Albano Franco o dia a dia dos sergipanos estão presentes nas cores e cheiros de frutas, verduras e granjeiros. Leia mais.

Segundo andar tem bons restaurantes

Segundo andar do mercado Antônio Franco

Do segundo andar do tradicional mercado Antônio Franco, entre um relógio secular ao centro, quatro restaurantes em cada ponta da construção fazem dali um agradável espaço de encontro privilegiado à beira do rio Sergipe. Vale a pena curtir e clicar os arcos de cada ponta do mercado, além de ver um pouco do cotidiano daquele espaço. O relógio ao centro dos mercados é um dos cartões-postais da cidade que se verticaliza.

Vista do rio Sergipe

A dica é experimentar as sensações gastronômicas no mercado Antônio Franco, um dos principiais pontos turísticos de lá, entre um secular relógio e o rio Sergipe. Entre artesanatos e guloseimas, no andar superior do mercado, a culinária criativa e regional com toque baiano e mineiro da chef Meg Lavigne fazem do restaurante Caçarola o mais procurado. Nem pestaneje em pedir o Camarão de Cueca, um dos pratos principais da casa se gosta da tradicional comida dos frutos do mar com o toque do óleo de dendê. Como entrada, o sabor regional ganhou nome sofisticado nas Galletes de Macaxeira, tipo uns discos gratinados sem levar adição de nenhum tipo de farinha e com toque gourmet recheado de aratu, caranguejo, carne seca, vegetariana, três queijos.

Centro Cultural de Aracaju

Funcionou por muitos anos a Alfândega de Sergipe e, após ser restaurado, a prefeitura de Aracaju transformou em um centro cultural. Há uma sala de projeções, biblioteca, espaço cultural e de exposições, um pequeno teatro e um museu com peças sergipanas. Não deixe de visitar a sala destina às brincadeiras infantis, com bonecos do tradicional grupo Mamulengo de Cheiroso. Há uma biblioteca com um grande acervo de obras de autores sergipanos e uma réplica do Carrocel do Seu Tobias, famoso na década de 80 por embalar o sonho de criança dos sergipanos em festividades na capital.

Bonecos no Centro Cultural de Aracaju

O prédio fica localizado na praça General Valadão, no Centro da cidade, e funciona aos sábados, das 9h às 14 horas. Durante a semana o centro cultural abre das 9h às 17h, com exceção das segundas-feiras.

Conjunto arquitetônico da praça Fausto Cardoso

Escola do Legislativo, palácio-museu Olímpio Campos, palácio da Justiça, antiga sede do Ministério Público e Assembleia Legislativa compõem uma das mais emblemáticas praças da capital sergipana. Também fica no seu entorno a famosa ponte do Imperador, construída para o desembarque do imperador em visita à Sergipe.

Vale a pena flanar pela praça observando também os prédios históricos ao seu redor, alguns em completa deterioração e outros em bom estado de conservação. Por muito tempo a praça Fausto Cardoso foi o local de encontro para as principais manifestações, festas populares e ponto de encontro dos notívagos sergipanos.

Praça Fausto Cardoso deve ser visitada

Foi nesta praça onde aconteceram fatos históricos para a democracia e fase republicana dos sergipanos.

Palácio-museu Olímpio Campos

Fica na praça Fausto Cardoso e há um café bastante procurado por sergipanos e turistas. É lá onde estão mobiliários, objetos, obras de arte do século XIX, que adornaram muitos atos públicos da história de Sergipe, por ser ali por muito tempo local onde o governo recebia autoridades.

Fausto Cardoso e Palácio-Museu Olímpio Campos

Construído para ser a moradia dos governadores, a arquitetura do palácio já é um convite ao clique. O palácio possui um sistema de visitas guiadas, de terça a sexta, das 10 às 17h; sábados e Domingos, das 9 às 13h. Leia mais.

Catedral Metropolitana e arredores da praça Olímpio Campos

A Catedral Metropolitana de Aracaju é um dos mais significativos monumentos da arquitetura religiosa de Aracaju. Construída em 1862, a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição tornou-se catedral em 1910. Sua arquitetura está ligada aos elementos marcantes do neoclassicismo e do neogótico, sendo tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual em 1985. Sua cúpula é ornamentada com belíssimas pinturas do século passado. Atualmente passa por um grande processo de restauro, mas continua aberta para o público.

Catedral Metropolitana de Aracaju

Nos arredores da praça Olímpio Campos, onde funciona a catedral, vale a pena clicar prédios que registraram a história de Aracaju. Do lado direito da catedral fica o prédio da Arquidiocese de Aracaju e da antiga Prefeitura de Aracaju; ao fundo, o Memorial do Judiciário, e do lado esquerdo, o prédio que antes funcionou a Escola Normal e hoje abriga a Rua do Turista.

Não deixe também de registrar os prédios que ficam em frente à catedral, a exemplo da Câmara de Vereadores e da Procuradoria do Estado, além do lendário Cacique Café e Bistrô e da galeria de artes Álvaro Santos. Leia mais.

Arquivo do Judiciário no entorno da catedral

Rua do Turista

A Rua do Turista ou antiga Rua 24horas funciona em um prédio histórico no parque Olímpio Campos, pertinho da catedral metropolitana. Há comercialização de artesanatos, lojas de serviços, infraestrutura para o turista relaxar, além de bares e restaurantes. É lá onde também fica o cine cultural Vitória. Não deixe de observar a faixada principal da entrada pela praça. Construído em 1911, Por muito tempo lá funcionou a Escola Modelo ou Escola Normal.

Passeio de tó-tó-tó

Passeio de to-to-tó

O evento entrou no calendário cultural do aniversário da capital sergipana. Um cortejo de tradicionais embarcações partem do rio Poxim, no bairro Inácio Barbosa, e percorre o leito do rio até passar pela praia 13 de Julho, um dos cartões postais da capital. Ao som do forró e muita animação, o cortejo passa pelo Centro da cidade, até chegar ao bairro Industrial. Caso não queira participar, reserve um espaço em um dos bares à margem do rio Sergipe. É uma boa pedida para saldar o cortejo e a capital sergipana em seu dia de aniversário.

Museu da Gente Sergipe deve conter na programação

Museu da Gente Sergipana

A concepção do Museu da Gente Sergipana, sem sombra de dúvida, foi feita para que o visitante interaja com as atrações e a acervo e se encante facilmente. São mais de dez espaços permanentes, alguns deles: Nossos Pratos, Josevende, Seu Repente e Seu Cordel, Nossos Cabras, Nossas Festas, Nossos Leitos, além de espaços gastronômicos, lojas, átrio, biblioteca e midiateca, exposições temporárias. Por conta de tudo isso, o Museu da Gente Sergipana arrebatou a atração do ano do Guia Quatro Rodas em 2013, recebeu o Prêmio O Melhor da Arquitetura em 2012 e o Prêmio Rodrigo de Melo Franco do Iphan em 2013.

Museu da Gente Sergipana

Fundado em novembro de 2011, o Museu da Gente Sergipana Gov. Marcelo Déda recebe cerca de 8 mil visitantes e é um esforço de muitas mãos, sonhos, histórias e projetos de restauro que o consolida como uma das mais importantes atrações do gênero do país.

O antigo prédio construído no início do século XX para ser o Colégio Atheneu Pedro II, o Atheneuzinho, iniciando as suas atividades em 1926 e permanecendo como colégio até 1969, foi restaurado por dois anos (2009 a 2011) e resgatou um símbolo arquitetônico do imaginário efetivo do povo sergipano, ganhando ali um acervo que conta as crenças, manifestações folclóricas, costumes populares, artes e fazeres de sua gente.

Museu da Gente Sergipana

Mural público de Jenner Augusto

O painel público instalado no edifício Walter Franco, localizado no início do calçadão da rua de Laranjeiras, é o primeiro instalado em praça pública e representa um marco muralista do modernismo de Sergipe. Sua regionalidade está presente no tema da época, a economia, com a produção agrícola, pescados, coro, caju, trabalhadores em mulas e caçoas. Traz traços cubistas mexicanos, em voga na época, com cerâmica do conhecido artista alemão Udo Knof, que também assina o mural.

Tombado pelo patrimônio público do estado, poucos sergipanos se atem à qualidade e às particularidades da obra, como a presença de uma pomba branca em um painel pouco colorido. Com traços cubistas, a pintura traz uma tridimensionalidade e também tombada pelo Governo do Estado, sendo uma das primeiras obras vanguardista pública do gênero no Nordeste.

Jenner Augusto e sua obra pública

Em 2010 o mural foi restaurado pelo Banco do Estado de Sergipe. O edifício foi erguido em 1956 durante o governo Leandro Maciel e ocupou o espaço do prédio da Recebedoria Estadual, recebendo o painel de Jenner Augusto em 1957. Leia mais.

Fotos: Silvio Oliveira

Face: @tonomundo

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Praça Fausto Cardoso
Fausto Cardoso, íncone de Sergipe
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