Desde a criação da ONU, depois da Segunda Guerra Mundial, Os Estados Unidos, Rússia (Antes União Soviética), Inglaterra, China e França têm poder de veto no Conselho de Segurança. Durante a Guerra Fria isso não tinha muita importância, porque o rompimento entre os EUA e a URSS paralisou o Conselho, impedindo que exercesse seu papel de responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais. Com o fim do bloco soviético, acabou também o veto automático da Rússia e toda e qualquer iniciativa das potências ocidentais. O Conselho voltou ao centro da política internacional, autorizando intervenções armadas como na Somália ou no Golfo Pérsico. A Guerra do Kosovo, na qual os Estados Unidos e seus aliados da Otan jogaram a Organização das Nações Unidas para escanteio até o momento em que precisaram de um plano de paz, deixou claro que mais do que nunca é necessário reformar a organização que reflete hoje uma estrutura do poder global antiquado e pouco democrático. Já faz treze anos que a reforma da ONU está sendo debatida sem avanços. O Conselho de Segurança da ONU, atualmente, é constituído por quinze membros; sendo cinco permanentes e dez não permanentes, eleitos a cada ano. Todas as propostas implicam problemas regionais que ninguém sabe exatamente como resolver. Se a Índia for escolhida para representar a Ásia, o que dirá o Paquistão? No caso da África, a indicação natural seria o Egito, que é mais parte do Oriente Médio, ou a África do Sul? Mesmo no caso da Europa, as decisões não são simples: Se a Alemanha for incluída, a Itália achará que tem o mesmo direito. No caso da América Latina, o Brasil acha que é candidato natural, mas os opositores da idéia podem alegar que é o único país da região que não fala espanhol. Se o Brasil for se transformar em membro permanente, precisa modernizar suas forças armadas, serviço de inteligência e abrir embaixadas pelo mundo afora em países como o Cazaquistão. Além disso, o Brasil teria que criar em sua cultura um nicho de análise de política internacional, que não tem hoje, devido a recursos limitados na imprensa e nas universidades para a cobertura de questões de pauta internacional, que são o dia-a-dia das Nações Unidas.
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