Café Pequeno-Esses Moços

Quando fazia faculdade no Rio, em pleno fim da ditadura, deixava meu pai de cabelo em pé já que não perdia, por nada desse mundo, uma passeata ou comício na Cinelândia.

 

E o medo de sair no Jornal Nacional?

Nossa! Ficava fugindo da T.V.

 

Estávamos no auge da redemocratização com a volta dos exilados, a criação das associações de moradores. Gabeira de tanga de crochê em Ipanema, enquanto Caetano cantava os meninos do Rio.

 

Meu pai para me aquietar dizia que não adiantava nada. Que quando era novo também pensou que podia mudar o mundo, mas que quando teve filho …….

 

Eu não me conformava com aquela idéia, pelo menos até agora… quando me pego sem a mínima coragem de reagir. A anemia cívica contaminou o país.

 

– “E aquele garoto que ia mudar o mundo?”

 

Ainda bem que existem os antídotos jovens de Brasília.

– Onde já se viu um reitor usar verbas de pesquisa para decorar apartamento?

Sem chance! Tem mesmo é que protestar. Demissão sumária no mínimo.

 

Pensando bem a juventude já deu as caras em Paris, São Paulo, Paris de novo, qual 68, e também em Londres, a ponto de ninguém ter coragem de carregar a tocha olímpica.

 

E até os monges do Tibete, numa atitude nada zen, saíram a “exigir” liberdade de pensamento.

 

Será que na era dos vírus, despertaram, de novo, o vírus da juventude?

Quem sabe, aí, o Elixir da Vida.

 

 

Brasília segundo Niemayer-Foto Ana Libório

 

 

 

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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