Não sei se é impressão minha mas o dinheiro está, novamente, mudando de mãos no Brasil. No final da década de 80 o movimento foi prenunciado pelo surgimento dos yuppies, jovens bem sucedidos, geralmente adeptos da bolsa de valores e consumidores de artigos de alto luxo. Nos anos 90 no auge da arrancada neo- liberal, época de ouro das privatizações, enxugamento do estado, demissões voluntárias, surgiram os new richs, aqui chamados de emergentes, dos quais Vera Loyola foi símbolo mor. Agora com a potente máquina de arrecadação montada nas três esferas de governo, e que não pára de crescer ano após ano, ressurge a casta do alto funcionalismo público atrelada ao poder político. Não há quem não sonhe hoje, no Brasil, ser funcionário público, de preferência com cargo de confiança e com direito a cartão corporativo. Apesar dos concursos públicos voltarem a ser atraentes, especialmente pelas suas garantias, e pipocarem por aí, nem sempre há a certeza de ser chamado, além de ser preciso muito estudo. Mas bom, bom mesmo, deve ser passar no concurso das urnas pois apesar do estresse que deve ser vida de político, se fosse ruim não teria tanta gente se digladiando para permanecer.Inclusive os grandes empresários do país não largam o osso. E com o desaparecimento do político idealista e eleições, cada vez mais, calcadas em dinheiro e negociatas já se formam verdadeiras dinastias políticas o que leva a crer que em breve, do jeito que a coisa vai, os cargos voltarão a ser hereditários.
Rua Santa Rosa-Redescobrindo Sergipe-Foto Ana Libório
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