As empresas brasileiras gastam em média 2.600 horas por ano para atender às exigências do fisco, enquanto a média mundial é de cerca de 322 horas. A constatação é do Banco Mundial, que realizou estudo em 175 países, em conjunto com a consultoria Pricewaterhouse Coopers. O Brasil é o pior colocado na lista. Pagar impostos na Ucrânia, Camarões e Nigéria, por exemplo, toma muito menos tempo das empresas que no Brasil. Na Suíça, o tempo gasto pelas empresas para atender a todas as exigências tributárias não passa de 36 horas por ano. Segundo o estudo, um sistema tributário complexo resulta em menor arrecadação para o governo e dificulta o cálculo do real impacto dos impostos sobre as empresas. Boa administração e uma forma simples de arrecadação são fundamentais para a formação de um sistema tributário efetivo. Ainda segundo o estudo, quanto mais complexo o sistema maior é a evasão mesmo quando as taxas são baixas. No Peru, que mantém taxa abaixo da média para a América Latina, e evasão se apresenta como um grande problema, já que se perdem 74 dias e 53 diferentes pagamentos para se completar as obrigações com o fisco. No Brasil o relatório lista 23 diferentes pagamentos. O Relatório também elaborou uma tabela, indicando quanto de impostos se paga em relação ao lucro comercial obtido. No Brasil , o percentual fica em 71,7%, assim dividido: 22,4% referente ao imposto de renda, 42,1% de impostos referentes ao trabalho e 7,2% em outras taxas. Na Arábia Saudita este percentual é de apenas 14,9%, já nos EUA fica em 46%. Na América Latina, o destaque fica com o Chile, que toma apenas 26,3% do lucro das companhias na forma de impostos. Na Argentina, o percentual fica em 116,8%, na Bolívia é de 80,3%, Colômbia (82,8%), Paraguai (43,2), Peru (40,8), Venezuela (51,9%). No México o percentual é de 37,1%, Rússia (54,2%), Turquia (46,3%). O ranking geral, que leva em conta o número de impostos, o tempo gasto e o percentual sobre o lucro, indica que o lugar mais fácil para se lidar com as obrigações tributárias são as Malvinas. O pior é Belarus. O Brasil fica na 151ª posição. O melhor colocado na América Latina novamente é o Chile e o pior é a Colômbia. A carga tributária brasileira totalizou R$ 222,39 bilhões no primeiro trimestre deste ano contra 195,59 bilhões no mesmo período do ano passado. Passando de 36,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses do ano passado, para 37,3% neste ano. Os tributos federais totais aumentaram de R$ 130,39 bilhões, no primeiro trimestre de 2006 para 148,5 bilhões no primeiro trimestre de 2007. As receitas estaduais cresceram de R$ 53,37 bilhões para R$ 60,78 bilhões no período. Os impostos municipais aumentaram de R$ 11,83 bilhões para R$ 13,12 bilhões no primeiro trimestre de 2007. (jbonline)
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