Contam por aí que Sergipe está diferente

Contou-me Álvaro Fraga que, em companhia do advogado Adir Machado Bandeira,  partiu para a cidade do Rio de Janeiro para cumprir uma missão difícil. Deveria ele, perante o Superior Tribunal Desportista fazer a defesa do Sergipe, que pretendia conquistar os pontos do jogo contra o Santos, que havia escalado um atleta irregular. Quando executava a sua tarefa, digna de um David enfrentando o poderoso Golias, foi ele surpreendido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Rubens Approbato, que perguntava se os advogados eram mesmo de Sergipe. Diante da resposta afirmativa, o presidente Approbato passou a elogiar o trabalho efetuado pela defesa e, concluindo, afirmou  que não poderia esperar outra coisa de advogados sergipanos. Reforçando a sua argumentação, passou a citar vários advogados sergipanos que conhecia no longo de sua carreira jurídica, falando até da possibilidade de um deles se tornar presidente da OAB, com o seu próprio voto.

 

 

Contou-me Afeife Mohamad Hajj  , um advogado que reside na cidade de Dourados – MS, da sua alegria quando conheceu o ministro Carlos Britto, durante um a palestra na capital do seu Estado. Não sabendo da minha relação de parentesco, passou a elogiar a sua sensibilidade jurídica e solidez poética, dois conhecimentos que, segundo ele,  não poderiam faltar na vida de um profissional. Concluiu a sua exposição, como cidadão nascido no interior do Brasil, que tais características brotam mais firmes naqueles corações que não se contaminaram pelo agitado e frio mundo das metrópoles brasileiras.

 

 

Contou-me Nilton Correia, um baiano que honra a advocacia brasileira nos tribunais de Brasília, que o sergipano José Simpliciano Fontes, assim que empossado ministro do TST, passou a influenciar o pensamento jurídico brasileiro, sendo, hoje, referência obrigatória nas palestras e peças jurídicas elaboradas pelos advogados. E não apenas no formal campo do direito, mas, sobretudo, na simplicidade que distribui por onde passa, fazendo justiça ao seu próprio nome.

 

 

Contou-me o mineiro Luciano de Castilho, também ministro do TST, que o seu tribunal pretende “fazer do Brasil um Grande Sergipe”. Explicou-me que a Justiça do Trabalho de Sergipe é considerada a melhor do Brasil, um padrão de qualidade a ser implantado nos demais estados brasileiros. E saindo da pretensão para a ação a OAB já está colaborando nacionalmente para que a “Qualidade Sergipe” se expanda para o Brasil.

 

 

Contou-me Roberto Caldas, outro sergipano que se destaca nos tribunais brasilienses, que o governador eleito Marcelo Déda é figurinha carimbada nos bate-papos políticos da capital da República. Nestas conversas, todos apostam que Sergipe fornecerá mais um representante ativo a escrever a História do Brasil. Ainda mais agora, que é um dos mais ativos coordenadores da Campanha pró-Lula.

 

 

E assim tenho encontrado vários outros comentários em minhas andanças. Uma hora é a avançada tecnologia do Tribunal de Justiça made in  Marilza Maynart. Outra o moderno sistema de controle penitenciário de Sergipe. Algumas vezes assuntos que sequer imaginava acontecer. Tudo sem falar na surpreendentemente e antenada cidade de Aracaju, as belezas naturais de Xingó ou o passeio da praia do Saco. Enfim, a todo instante encontro algum curioso  perguntado o que está acontecendo em Sergipe.

 

 

Às vezes, brincando, digo que a resposta poderia ser encontrada estar no conto de Hans Christian Andersen (O patinho feio), quando um belo cisne se fez revelar diante de uma platéia aturdida pelo desconhecimento. Outras vezes, no mesmo tom de caçoada, simplesmente respondo que o fato de ser pequeno exige grandes saltos para ser enxergado, o que faz do sergipano um atleta nato para o desafio da vida. Algumas, já um pouco mais sério, explico que o orgulho de ter nascido na terra do cacique Serigy nos faz diferenciado, pois o sergipano sempre ajudou ao outro nas suas conquistas fora do Estado, independentemente da diferenças políticas ou pessoais que os separam enquanto habitantes do mesmo lugar. Não raro, também explico que o caráter solidário do sergipano, nascido ou adotado, seja um elemento importante de conquista.

 

 

E você, o que acha? O que está provocando esta visível sergipanidade? O que está fazendo as pessoas olharem com carinho e respeito para Sergipe? O que realmente está acontecendo com Sergipe?  Sergipe está mesmo diferente? O que contam por aí?

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais