O chefe das Nações Unidas emitiu uma dura crítica aos líderes das oito economias mais desenvolvidas do mundo, que compõem o G-8, por não terem sido, até hoje, capazes de assumir um compromisso maior na redução dos gases causadores do efeito estufa no curto prazo, e acrescentou que isso será necessário para levar os países em desenvolvimento a fazer o mesmo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também afirmou que as nações industrializadas precisam oferecer financiamento aos países mais pobres, para que mudem seu padrão de desenvolvimento que envolve consumo intensivo de carbono e SDE adaptem aos efeitos da mudança climática.
0 Painel Climático da ONU diz que até 2020 os países ricos deveriam reduzir suas emissões para níveis 25 a 40 por cento inferiores aos de 1990 para evitar uma piora nas secas, ondas de calor, enchentes e elevação dos níveis dos mares.
Alguns dizem que o custo das reduções seria inferior ao que se teme.
Dentro de certos limites, as medidas se pagarão – disse Markus Ammam, do Instituto Internacional de Análises Aplicadas de Sistemas, de Viena. Medidas como o isolamento térmico das casas, por exemplo, acabariam gerando economia de energia.
As negociações sobre o futuro acordo climático global estão atoladas como se estivessem “andando em areia molhada”,
Michael Zammit Cutajar, que preside um grupo de 190 paises que prepara a tratado a ser aprovado em 18 de dezembro em Copenhague, na Dinamarca, disse que o texto-base ainda está grande demais – além de 200 páginas -, apesar dos esforços para reduzi-lo em uma reunião da ONU em meados de agosto.
Para efeito de comparação, ele lembrou que em outubro de 1997, dois meses antes da aprovação do Protocolo de Kyoto, o texto-base tinha cerca de 30 páginas. “Isso é algo com que o cérebro das pessoas consegue lidar. Com 200 páginas ninguém vai ler o negócio inteiro.”
A conferência ministerial de Copenhague está marcada para 7 a 18 de dezembro.
O novo tratado deve estabelecer regras também para paises em desenvolvimento, mas paises como China e Índia querem que os ricos prometam reduções maiores e ajudem a financiar as ações climáticas das nações pobres, alegando que não podem abrir mão do combate à pobreza.
O posicionamento do Brasil de aceitar metas para redução de emissão de gases de efeito estufa evidencia as ambições do país de posar como “potência verde” nas negociações para a 15ª reunião da Convenção do Clima em Copenhague. 0 papel dos brasileiros na negociação é importante, já que somos o quarto maior emissor de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global.
O encontro de Copenhague vai definir as metas do mundo em relação às mudanças climáticas depois do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. (Ambientebrasil)