Criatividade gera resultados (*)
”A maior parte das quinhentas maiores empresas norte-americanas listadas pela revista FORTUNE, bem como muitas agências do governo dos Estados Unidos, contratou um consultor de criatividade no ano de 2008. A criatividade se tornou um fator importante para a sobrevivência dos negócios.”
Shelley Carson (Your Creative Brain, 2009).
A palavra criatividade no Brasil ficou tão banalizada que a maioria das pessoas não sabe o que significa ou então a associa às atividades diretamente relacionadas às artes. Na verdade isso acontece por que na idade média os pintores, escultores, compositores eram considerados gênios criativos e, como resultado ficou a tendência de associar a criatividade às artes, pois sempre nos lembramos das belíssimas óperas, das geniais composições de Mozart, Vivaldi ou Beethoven ou das majestosas pinturas da Capela Sistina do Vaticano. Daí como resultado uma maioria expressiva de pessoas ligadas aos negócios acredita, mesmo no tempo de hoje, que criatividade é besteira.
À medida que os estudos no campo da neurociência se aprofundam, atualmente, mais percebemos o quanto é importante e necessário resgatarmos e desenvolvermos a nossa criatividade como uma das únicas formas de possuirmos um diferencial competitivo que nos permita fazer a diferença em qualquer cenário de atuação que estivermos participando. As técnicas de neuroimagem permitem que os cientistas observem o que acontece dentro do cérebro de pessoas altamente inovadoras e, dessa forma, verificar como essas pessoas manipulam inconscientemente os seus modos cerebrais em várias fases do processo criativo.
O PODER DAS PESSOAS, as fontes mais significativas de ideias para a inovação:
Funcionários (41%), Parceiros (38%), Clientes (37%), Consultores (21%), Concorrentes (20%), Feiras e Conferências (18%), Vendas Internas e Unidades de Serviço (17%), Pesquisa e desenvolvimento internos (16%) e Academia (13%).
Fonte: IBM, The Global CEO Study, 2006. Baseado em 766 entrevistas com presidentes de empresas e lideres empresariais.
In: A Bíblia da Inovação, Kotler P, 2011.
À medida que os negócios foram ficando mais difíceis, sejam por conta da globalização ou por conta das sucessivas recessões mundiais os empresários mais abertos ao novo perceberam que era necessário que outras formas de gerar processos, produtos e serviços fossem pensadas e que todas essas formas tinham que possuir uma estreita relação com os resultados financeiros.
Por esse motivo, se o negócio precisa travar uma violenta batalha para a sua sobrevivência não serão só os cortes dos custos, demissão de empregados e outros tipos de “enxugamento” que irão resolver o problema. Ao mesmo tempo é preciso pensar nas formas mais criativas de cortar os custos, de manter a qualidade, de fornecer um produto ou um serviço inovador e não ficar batendo-se com os seus concorrentes oferecendo os mesmos produtos e serviços que eles estão oferecendo, ou seja, é preciso reinventar como será possível criar novos produtos ou serviços ou sustentar a sua participação no mercado.
Mas, se o negócio já sucumbiu é preciso resgatar a criatividade e descobrir quais são os talentos naturais que poderão garantir a sua sobrevivência. Todavia, vale ter a certeza de que muitos empresários e milionários bem sucedidos precisaram redescobrir os seus verdadeiros talentos ou negócios e, a partir dai caminharem rumo ao sucesso, sempre com muito trabalho.
"Uma estatística é reveladora: embora 96% dos executivos considerem a criatividade essencial para as suas empresas, surpreendentemente, apenas 23% deles tiveram êxito em torná-la parte integrante da empresa. Sem criatividade não há inovação. "
In: A Bíblia da Inovação, Kotler P, 2011.
A criatividade, portanto, é uma habilidade que todos nós possuímos, alguns mais forte outros de forma mais escondida, mas, a boa notícia é que todos nós pobres ou ricos, brancos ou negros, religiosos ou não, somos criativos. Os nossos cérebros foram programados para serem criativos e a única dificuldade é porque acreditamos que existem pessoas criativas (ou gênios) e pessoas não criativas.
Como já foi dito antes todos somos criativos, precisamos apenas despertar essa criatividade que foi adormecida pela forma como a maioria de nós foi educada, acreditando sempre que para cada problema há apenas uma única solução e, essa solução pode ser sempre encontrada olhando ou pesquisando os modelos do passado.
Portanto, a criatividade pode acontecer em qualquer campo, nas artes, na ciência, nos negócios, na educação, na vida. E para que essa criatividade gere inovação é preciso que as ideias geradas tenham valor agregado. E, sempre vale a pena lembrar que poderemos ter criatividade sem inovação, mas nunca inovação sem criatividade. Eis o grande dilema do momento. Como inovar num mundo de instituições nas quais as pessoas são programadas e solicitadas a todo instante para pensarem da forma mais lógica possível?
(*) Fernando Viana
www.fbcriativo.org.br