Déda e a mídia

O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), é uma das lideranças mais expressivas de Sergipe e um nome amplamente conhecido na cúpula político administrativa do país. Quando deputado federal, se destacou pelos seus discursos, pelas discussões, pela atuação como líder do seu partido e mereceu espaços permanentes – e generosos – na mídia nacional. Aliás, era muito procurado por repórteres políticos de todo o Brasil e tinha livre acesso aos comentaristas mais renomados. Foi esse comportamento, somado às aparições na imprensa, que fez de Marcelo Déda prefeito de Aracaju e o manteve sempre como um nome que ascendia na política estadual, regional e nacional. Principalmente agora, que tem um presidente compadre e circula com desenvoltura entre os intrincados corredores dos Ministérios e do Palácio do Planalto. Não se pode negar que Déda é uma das maiores expressões políticas de Sergipe, candidato natural ao Governo do Estado em 2006 e o cidadão que tem respaldo suficiente para atrair grandes benefícios para Sergipe. Estranhamente o prefeito Marcelo Déda anda meio desaparecido. Talvez tenha se enfastiado das manchetes locais e evita a mídia de sua cidade como o diabo foge da cruz. Para quem sempre foi bem citado nas colunas políticas renomadas e tem um tom respeitoso e jocoso ao passar informações sobre determinadas situações, esse exílio do prefeito da mídia pode representar muita coisa além do que um simples fastio da exposição do seu nome. Ninguém pode negar que Marcelo Déda vem fazendo um bom trabalho e que vem levando a sua gestão com critério, sem deixar brechas para insinuações que desabonem a conduta da equipe, mas já não é mais o cidadão que representa a abertura, o dinamismo, a participação política mais efetiva dentro do Estado. Esse afastamento da mídia, inclusive sem um secretário de Comunicação, tem deixado os atos da Prefeitura despercebidos, mesmo que utilize bons espaços institucionais nas emissoras de televisão. Além disso, também de forma inexplicável para um político como Déda, segmentos da imprensa não o procuram mais, até porque se espalhou a informação que o prefeito persegue o órgão que lhe faz alguma crítica contundente, o que não é uma atitude natural a quem prega a liberdade de expressão e que se tenha uma imprensa livre. Plenário já deu opinião sobre esse isolamento do prefeito Marcelo Déda, considerou que ele adquiriu um peso maior do que o mandato que detém e poderia estar servindo o país em um Ministério importante, que ajudasse a Sergipe e o credenciasse a disputar o Governo do Estado. Esse pensamento da coluna serviu para uma resposta, via e-mail, de um petista xiita que venera Marcelo Déda na terra e no céu. Mas, apesar das críticas, Plenário mantém essa percepção de que o prefeito Marcelo Déda está enfastiado, com perspectivas mais amplas e não deve disputar a reeleição. Tem vários nomes para apoiar e viu abrir um leque de partidos que estão ao seu lado, embora o atual Governo não vá cruzar os braços na tentativa de trazer a Prefeitura para fortalecer o seu esquema político. A perspectiva é clara. Déda não pensa mais em ser prefeito por oito anos e nem deixar a prefeitura 13 meses depois de assumi-la, para passar um tempo razoável sem mandato e disputar o Governo do Estado. O objetivo natural é fazer o seu sucessor, conquistar um lugar importante no Planalto e trabalhar para tentar a sucessão estadual nos próximos quatro anos. Isso não lhe será difícil, principalmente se o seu compadre Lula conseguir colocar o pais no caminho certo do desenvolvimento político, social e econômico. Como ministro, principalmente de uma área abrangente e que chegue às regiões, Marcelo participará diretamente desse crescimento e voltará a ser o nome mais forte para disputar o Governo do Estado. O único risco é, em caso de Lula fracassar, o projeto naufragar. Mas isso é como um jogo, onde as chances de não dar certo ou prosperar são absolutamente iguais… COBRANÇA Na pesquisa apresentada pelo governador João Alves Filho, durante o jantar. Algumas cobranças foram registradas pelos consultados. O pessoal cobrou do governador a construção da ponte ligando Aracaju a Barra dos Coqueiros, o primeiro emprego, mais segurança e moradia. Tudo promessa de campanha. DIFERENÇAS O governador João Alves Filho fez um discurso interessante, ontem, em Natal, durante o encontro de governadores do Nordeste, mostrando que as diferenças regionais existem desde o tempo de Getúlio Vargas. João demonstrou esperança que a partir de agora se compense esse distanciamento, já que o presidente Lula é nordestino e deixou a região como retirante. PREOCUPAÇÃO João Alves Filho relatou sua preocupação com o Pró-Água e a retenção de 2.5% do Prodetur, pelo Banco do Nordeste, a título de taxa de serviços. Junto aos seus colegas do Nordeste, João Alves Filho está preocupado com a Lei Ambiental, que proíbe tudo em relação aos projetos litorâneos. CASSAÇÃO O deputado estadual Antônio Francisco, sem partido, deve apresentar sua defesa dentro de 10 dias, à Comissão Processante da Assembléia Legislativa. O parlamentar foi o principal beneficiado com a morte de Joaldo Barbosa. A Comissão tem 30 dias para concluir os trabalhos, mas, se for necessário, pode prorrogar por mais 30. JACKSON O deputado federal Jackson Barreto (PMN) só vai anunciar sua decisão de ingressar no PTB, depois da semana santa. Continua conversando com o seu grupo. Jackson já está praticamente decidido e não há mais o que conversar. Basta apenas reunir o pessoal e fazer a festa de filiações. BLOQUEADO A conta bancária do PTB foi bloqueada, no valor de R$ 12 mil, pela Justiça do Trabalho, para pagamento de débito com funcionário. O ex-contador do partido, que trabalhava durante a gestão Clovis Barbosa, entrou na Justiça para receber os seus direitos trabalhistas. COMPOSIÇÃO Caso PSDB e PFL fechem um entendimento a nível nacional, como está sendo cogitado, os tucanos do partido em Sergipe vão tomar outro rumo. Até o momento não há nada definido, mas os filiados do PSDB em Sergipe não farão qualquer composição com o PFL, porque fazem oposição a João Alves Filho. SALÁRIOS A Secretaria da Administração já concluiu o levantamento solicitado pelo governador João Alves Filho, sobre os últimos oito anos, para analisar os aumentos de categorias individualizadas. O objetivo é conceder aumento que promova uma equiparação. Na pesquisa já se viu que os níveis superior e médio tiveram 10% de aumento e o básico atingiu a 95.57%. DIFERENÇA Para se ter uma idéia, um delegado tem salário inicial de R$. 4.364,00. Um auditor começa com R$ 2.616,00. O inicial do defensor público chega a R$ 4.200,00 e um procurador vai a R$ 7.101,00. Para se verificar a desvantagem que levam as classes que não têm poder de pressão, um médico, engenheiro, agrônomo, psicólogo e economista ganham salário inicial de R$ 352,00. Uma vergonha! LÍQUIDO A determinação do governador é que nenhum servidor ganhe um salário líquido inferior a R$ 250,00, embutindo os penduricalhos. Para que se chegue a isso, o servidor terá que ganhar um salário bruto de R$ 301,00. A análise tem que levar em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal. MACHADO O deputado federal José Carlos Machado (PFL) também está engajado na luta para que seja evitado o monopólio dos supermercados em Sergipe. Machado fez um discurso na Câmara Federal sobre o assunto, quando denunciou que a holding Royal Ahold quer vender o G.Barbosa e Bompreço a um único grupo. DISCURSO O deputado federal Jackson Barreto (PMN) discursou, ontem, no grande expediente. Disse que em 94 e 95 os Estados do Nordeste brigavam muito e não foram contemplados com uma refinaria por Fernando Henrique Cardoso. Jackson insiste, referindo-se aos parlamentares do Nordeste, que “primeiro vamos garantir a refinaria para nossa região e depois lutar para que seja em nossos Estados”. CEM DIAS Sobre os 100 dias de Lula, o deputado federal Jackson Barreto disse que o Brasil recuperou a credibilidade no exterior e consolidou a economia. Considerou que ainda é muito cedo para fazer uma análise de um Governo e elogiou a posição que o presidente tomou em relação à guerra do Iraque. SOBRE JOÃO Em relação ao Governo João, o deputado Jackson Barreto disse que foi positiva a área de segurança, ao desvendar o crime do deputado Joaldo Barbosa. Considerou negativo o não cumprimento de promessas de campanha e o excesso de nomeações no Diário Oficial. E remendou: “mas isso vale para os dois”. No caso, João e Lula… Notas COMÉRCIO O deputado estadual Walker Carvalho (PFL) está convicto de que o trabalho de parceria entre empresários e o Governo do Estado vai garantir a revitalização do centro comercial da capital, ajudando os pequenos comerciantes a conseguir recuperar as vendas e criar novos empregos, fazendo crescer uma área em dificuldade. Na realidade o centro comercial de Aracaju perdeu sua pujança desde quando se criou os shoppings center e a partir do momento que se dificultou o estacionamento e se modificou a estrutura dos calçadões. É difícil recuperar o centro. FAZENDA O secretário da Fazenda, Max Andrade, que tem lojas no centro comercial de Aracaju, também sente no bolso as dificuldades que empresários menores estão sofrendo, com as dificuldades de venda e com a queda no movimento. Não há incentivo, falta comodidade e não se tem segurança nas ruas centrais de Aracaju. Max Andrade deveria ser um dos primeiros a tentar mobilizar a sociedade para atrair consumidores às lojas do centro comercial, mesmo que alguns equívocos venham sendo cometidos, e metidos, pela Prefeitura da capital. POSITIVO A maioria dos deputados consultados sobre os 100 dias de Lula elogia o crescimento econômico do país, principalmente com o controle da inflação, a baixa do dólar e a queda do risco Brasil. Mas consideram que Lula está pecando na área social, principalmente no tratamento do projeto fome zero e no aumento salarial que concedeu ao servidor. João Alves Filho, também sobre os 100 dias, se destaca na área de Segurança e no pioneirismo do programa “Tá na Mesa”, que foi além do Fome Zero. É criticado porque não acabou com a antecipação do ICMS e porque o aumentou em 2%. brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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