DÉDA E LULA SÃO SIAMESES

Com a possibilidade de um impeachment do presidente Lula da Silva batendo às portas do PT, a situação dos pré-candidatos petistas nos Estados começa a se complicar. As dificuldades para se lançar candidaturas majoritárias de peso são enormes. Falta militância, desgastada com os últimos episódios nacionais, falta dinheiro para investimento em campanhas, falta coragem. Os melhores quadros do partido pelo Brasil afora começam agora a reavaliar suas intenções, diante do iminente perigo de jogar por terra todo um esforço de anos e anos na política, trabalhando bases, construindo nomes.

Currículos invejáveis, postos à disposição do PT, ao longo de mais de duas décadas, sentem o peso do desgaste causado por grandes amigos de outrora. Exemplos como o de Zé Dirceu e de outras 39 figuras exponenciais do partido, a partir do relatório da própria PGE (Procuradoria Geral da República), fazem com que candidaturas importantes sejam repensadas onde quer que o PT tenha – ou tivesse – chances de vitória.

Não dá para imaginar, por exemplo, um fortíssimo candidato ao governo de Sergipe, como Marcelo Déda Chagas, isolado de Brasília, longe do compadre Lula, a quem sempre reverenciou como ícone da política brasileira. Não há como dissociar a imagem de Déda da de Lula da Silva, o nosso incauto presidente, por mais que se queira.

Aliás, o simples fato de renegar as origens e os amigos de churrascos e peladas na Granja do Torto, irá apenas revelar, na prática, o que muita gente boa em Sergipe ainda não se deu conta: Marcelo Déda é igual a qualquer outro político sergipano. Na hora dos interesses pessoais que se danem os “amigos”. Afinal, o que são os amigos diante da perspectiva de poder, não é mesmo?

Mas, neste caso específico, não é bem assim. Uma coisa é renegar os inflamados discursos do passado e implorar pelo importante apoio do “companheiro” Albano Franco (quem diria!). Outra coisa é renegar o seu envolvimento direto com a cúpula do PT, em nível nacional, e tentar fazer de conta que “não tem nada a ver com isso”… Que é uma ilha dentro do partido. Sem chance.

A candidatura de Marcelo Déda está, sim, intimamente ligada à reeleição do compadre Lula. E se o impeachment decolar, é chegada a hora de uma reavaliação, sob pena de o projeto não alçar vôo no futuro.

Déda e Lula, além de compadres, são irmãos siameses.

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais