Tecnologia, Educação e Trabalho: norteadores do mundo co

Dênison Ventura Sant’Ana

José Sebastião dos Santos Filho

Lenalda Dias dos Santos

Tácito Augusto Farias

Desenvolvimento Tecnológico e Educação

 

            O processo de organização social pós Revolução Industrial exigiu que as instituições adaptassem suas metodologias de modo que auxiliassem à formação de mão-de-obra para as fábricas. Assim, como instituição social clássica, a escola foi estruturada de maneira que favorecesse a disciplina, os conceitos de ordem e de hierarquia, com o estudante sendo receptor de um conhecimento previamente selecionado e aprofundado por um docente, sem necessidade de uma avaliação crítica daqueles saberes, mas mantendo-se um nivelamento de formação específica para cada necessidade do momento social.

O desenvolvimento tecnológico das últimas décadas provocou profundas mudanças na estrutura social, atingindo a organização da instituição escolar e das relações do trabalho. Esta nova realidade tem exigido modificações no processo de ensino-aprendizagem, no sentido de promover a formação e qualificação de profissionais que possam estar inseridos no contexto da Sociedade da Informação. Com isso, os sistemas de ensino necessitam de uma adequação com estes novos paradigmas, renovando os conteúdos básicos de cada disciplina e adequando-o a uma perspectiva próxima aos contextos da modernidade.

Neste campo de desenvolvimento tecnológico, indubitavelmente, a informática é a principal ciência, tanto por sua interação com diversos aspectos da vida acadêmica e social como por sua contínua e perene renovação conceitual e prática. Porém, quando se enquadra este avaliação no contexto da Educação, perceber-se-á que a Tecnologia da Informação ainda não foi totalmente integrada ao processo de ensino-aprendizagem, o que vem ocorrendo de maneira gradual, a partir da visão dos educadores que, sabendo da importância da escola como núcleo especial da sociedade, percebem o surgimento de um conjunto de novos valores:

“Esse conjunto de novos valores vai caracterizando esse novo mundo ainda em formação. Um mundo em que a relação homem-máquina passa a adquirir um novo estatuto, uma outra dimensão. As máquinas da comunicação, os computadores, essas novas tecnologias, não mais máquinas. São instrumentos de uma nova razão. Nesse sentido, as máquinas deixam de ser como vinham sendo até então, um elemento de mediação entre o homem e a natureza e passam a expressar uma nova razão cognitiva”. (Preto: 1996, p.43).

Este salto da tecnologia possibilitou que o universo dos recursos aplicáveis no ensino-aprendizagem se expandisse, facilitando não só a maneira do docente aplicar seu projeto disciplinar quanto ao discente em assimilar e interpretar o conhecimento. Estes recursos se inserem num amplo contexto que envolve todo o sistema econômico, social e político e na medida em que estes recursos são ampliados, o desenvolvimento da sociedade também o é (MORAIS, 2001).

Além da inserção da própria escola no processo tecnológico, há, ainda, preocupação com a inclusão social dos estudantes em um mundo marcado por variações mercadológicas e altamente integrado com as ciências da informação e da comunicação. Ao não favorecer a participação do estudante nesta realidade, a escola contribui para um exílio social, não oferecendo condições para uma inserção plena no mercado e na própria sociedade.

Neste princípio, pode-se afirmar que a manutenção de uma relação educação-tecnologia é favorável para cidadania, utilizando a informação e a comunicação para auxiliar os movimentos sociais  e fomentar o pleno exercício da democracia. Isso se dá com a projeção de políticas públicas transparentes e ações governamentais que incentivem a mobilização social.

Na avaliação pedagógica, a implementação de novas ferramentas tecnológicas exigem a análise especial se as tecnologias que permitem automatizar métodos tradicionais de ensino e aprendizagem estão também ajudando na criação de novos métodos e redefinindo as metas educacionais, já que considerando os métodos tradicionais de ensino são bem conhecidos e bem definidos o que direciona os novos métodos para uma ação onde sejam discutidos com profundidade.

Outra necessidade importante é avaliar que, atualmente, o processo educacional está procurando novos métodos de ensino e aprendizagem. A questão chave neste contexto é a redução da distância entre o conhecimento que um currículo tradicional acredita ser importante e o conhecimento que os estudantes acreditam ser importante.

Porém, mudanças curriculares trazem consigo a necessidade de trabalhar com problemas de mais alta ordem. As habilidades, para tratar este novo enfoque, não possuem ainda uma análise rigorosa da ciência cognitiva. Sendo assim, não é possível desenvolver sistemas especialistas e modelar estudantes para um sistema efetivo.

Segundo a UNESCO, as instituições de ensino necessitam preparar os estudantes para uma rotina de freqüentes mudanças, o que exigirá um permanente estado de adequação para o aprendizado. A educação moderna deve nortear-se pela formação de estudantes com o desenvolvimento de habilidades e competências.  Assim, o domínio de novas tecnologias e novos recursos é um necessário para formação de um novo perfil do estudante, que tenha uma convergência com as solicitações do mercado de trabalho, mas também da própria sociedade.

     Assim, a tecnologia deve ser avaliada, no contexto da educação, como uma linguagem de comunicação e de integração social, contribuindo para a formação ampliada do estudante. O desenvolvimento da tecnologia , aliado ao desenvolvimento da escola como instrumentos de socialização, ambos surgem como mecanismos para exteriorizar as capacidades e habilidades de cada estudante.

Continuação na próxima semana.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais