Desfazer tudo. Por quê? Não entendi.

Eu desconfio do aplauso unânime e da vaia plena.

 

“Toda unanimidade é burra”, gritava Nelson Rodrigues em sua fase radical de confissões reacionárias.

 

Hoje, em plena vigência democrática, a mesma versão se repete, com novos cavaleiros esporeando os ginetes da história, achando-se a mudar o mundo, e o mundo é o mesmo; em excesso de mediocridade, demagogia e embuste.

 

Mas, a imprensa que se armara contra os “pardais” eletrônicos em repulsa unânime, agora aplaude o Governo e a Prefeitura porque sustaram os contratos assinados, e, por pior e maior irresponsabilidade, o ato veio estimular o erro, perdoando a multa e o seu infrator bem flagrado no dolo alvejado e aferido

 

Não é uma coisa para ficar desconfiado? Desconfiança que me vem sobremodo, porque, à falta de uma prova maior, a imprensa noticia, em mor aplauso embasbacado, uma medida açodadamente urgente, como se houvesse a constatação de uma carcaça mal ocultada em halo nauseabundo no reino dos cajus e no império dos Serigys.

 

Razão de preocupação com o meu nariz, que de tão nasal, só eu não consigo farejar podridão tamanha! Estarei a precisar de uma lavagem otorrina, uma desobstrução por vácuo, ventosa ou desentupidor de pia?

 

Porque restei isolado no vácuo onde não há gás nem vida, e onde também não se sente o bom perfume dos novos “pardais eletrônicos”, enquanto medida benéfica e saneadora na contenção dos desmandos no tráfego.

 

Mas, os jornais, em unanimidade, da oposição em ofício garimpeiro do ruim, à situação, por bulício vespeiro de motim, passando pelos indiferentes inerciais aos comerciais aderentes, todo mundo está apoiando a prefeitura e a governadoria por recíproca confissão de incerteza. Ou de fraqueza?

 

Por que, como entendê-lo diferente, quando os responsáveis pelos radares não suportaram nem meia semana de crítica e mandaram parar tudo, apagar tudo, dar uma borrachada completa, sem uma justificativa mais grave? Só por suspeitas da rede Globo?

 

Ressalvo que havia um grande temor que essa rede de TV divulgasse uma notícia contundente e maledicente dos “pardais” de Aracaju.

 

E o Fantástico só noticiou o desimportante; Aracaju posando em apêndice decepcionante e desnecessário, com um fantasmagórico receio de fuga e pedido de arrego.

 

Mas,… que encontraria o chato Fantástico se a contratação foi, como bem se jurara, norteada na lisura? Ou se instala uma sinalização desta natureza, amparando-se na imprecisão e dúvida?

 

Há um fosso de mistério e dubiedade onde a lisura fora discurso de candura?

 

Assim, em dúvidas e suspeitas arrimadas em farto editorial unânime, por acaso restou confortável apreciar um feito que se demonstra oscilante, taciturno, segurando as “próprias pregas”, como se diz no chulo glossário aos receosos de mal suster as próprias dejeções?

 

Por acaso a fragrância não restou denúncia de que algo de podre contamina o feudo das araras e dos Surubis? Algo que bem fuçado, será achado?

 

Não! Penso não ser nada disso! Mas ninguém o compreendeu assim. Isso é só fim de governo! Aqui e lá fora!

 

E tudo vale em fim de feira, da notícia ruim ao arrufado de motim, cada um querendo melhor arrumar o seu botim; dos políticos aos colunistas, passando pelos editores cortejando os seus leitores, porque é muito difícil sobreviver na política, renovando os mandatos, sucessivamente.

 

E o povo vem demonstrando que seus atuais dirigentes já foram mais simpáticos e bem mais queridos.

 

Prometeram demais, e estão realizando menor; bem menor! O que é compreensível, quando pensamos tudo poder, fingindo triorquismo nas amídalas.

 

Ora, se da voz exaltada só vem rouquidão e esperada afonia, o doloroso é a insinuação da reedição execrável dos atos ilícitos, o que já se pensara de todo imunizado e sem novo risco de contágio.

 

Eita coisa difícil de acabar, se não o feito, pelo menos a sua versão e aleivosia!

 

Daí o noticiário lesto e preciso na crítica, onde até bem pouco, só existiam palavras de elogios, razão de ofício e sobrevivência. Sem alarde e sem um toque de criatividade venenosa não há manchete, nem notícia, nem faz feira o colunista.

 

E até eu que não sou colunista, mas sou esta coisa horrorosa chamada “blogueiro”, misto de biguzeiro sibarita e rato de net desocupado, eu que sigo desarrimado de grupos, por insignificante confuso e bem obtuso entediante, só porque persisto nesta estultice, “o pardalgueite” nominado, numa penada boba de tecladas inexpressivas e insignificantes, já consegui acrescentar meio quilo de leitor, para me execrar, inclusive.

 

Enfim, por fim, e é o fim, que eu tenha conseguido meio ledor assim; com os “pardais” de Aracaju manietados, amordaçados e vendados, e os maus motoristas gargalhando na esbórnia

 

Desfazer tudo. Por quê? Não entendi.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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