É gritante o desrespeito às leis eleitorais, pairando no ar uma grande dúvida sobre se os descumprimentos à legislação ocorrem por desconhecimento da legislação ou pelo simples prazer, estimulado pela crença na impunidade, de afrontar as autoridades constituídas. É como se alguns candidatos estivessem acima da lei e da ordem, é como se eles intimamente carregassem consigo a seguinte avaliação: “Você tá louco? Nunca se viu alguém que possua um mínimo grau de influência social perder candidatura ou até mesmo mandato por conta de descumprimento da legislação eleitoral!”. Se a tese que defendem é essa, eles encontram respaldo nos fatos recentes, onde os candidatos infratores são notificados e multados e logo no período pós-eleição a Justiça Eleitoral se encarrega de providenciar uma senhora anistia e tudo bem. É preciso atentar para o momento político que estamos presenciando onde procuradores competentes e determinados estão aplicando a lei sem dó e nem piedade. Em Sergipe a sociedade tem aplaudido o comportamento dos procuradores federais Eunice Dantas e Eduardo Pelella, que têm sido rigorosos no acompanhamento aos atos e atitudes dos candidatos. Se eles não forem repentinamente transferidos, podem apostar que dores de cabeça virão. Esta coluna alerta para isso porque em Sergipe a coisa funciona mais ou menos dessa forma, quando alguém está incomodando logo é transferido por um outro motivo que não o da perturbação. A população lembra muito bem do procurador federal Paulo Jacobina e do superintendente da PF, Kércio Pinto, figuras dinâmicas que atuaram firme em Sergipe, mas tiveram que optar por outras plagas. E há quem afirme que dificilmente o delegado da PF, César Nunes, coordenador da operação “Fox” ficará em Sergipe. Nos últimos dias todas as coligações e vários candidatos foram notificados e multados por infrações cometidas, mas a posição final sobre a punição aplicada ficará a cargo do TRE, que deve encontrar uma maior dificuldade para agir porque Sergipe é pequeno e todo mundo se conhece. Essa avaliação serve apenas para retratar a realidade dos fatos, mas em momento algum se duvida da rigorosidade nas ações da desembargadora Josefa Paixão e dos demais membros do TRE sergipano. O que os candidatos e coligações precisam saber é que se o TRE não acatar as representações ou o pedido de punição solicitado pelo pela Procuradoria Regional Eleitoral de Sergipe, cabe recurso e numa 2ª ou 3ª instância, não tenham dúvida de que a cobra vai fumar e nessa hora se o cabra não for forte, não resistirá ao aroma do fumo. São placas fora da medida estabelecida, são santinhos e outros materiais impressos sem o número do CNPJ, outros com o número do CNPJ não legível e por aí vai. Inicialmente alguns programas não apresentavam a legenda e agora depois de notificados algumas agências denotando falta de capacidade técnica, colocaram o texto numa “barra de rolagem horizontal”, uma espécie de rodapé circulante que diferente da legenda que possui sincronia com a fala, faz o texto passar de forma rápida, situação que não atende ao objetivo da lei que é o de que os surdos acompanhem o pronunciamento do candidato. Parece que estão brincando com coisa séria, a falta de profissionalismo nas equipes de produção é muito grande e seria bom que os políticos se espelhassem no exemplo de Capela, onde a extensão da lei, já provou que é possível alcançar um político mesmo depois de eleito. Porque afinal de contas, serão eles os penalizados. Enquanto isso na cidade histórica I Em São Cristóvão a campanha está tomando ares de disputa municipal. Existe uma guerra entre os carros sonorizados que passam o dia veiculando duas interessantes músicas. A primeira música é um plagio da música “Vai dar tudo certo!” cantada pela dupla Zezé de Camargo e Luciano e que foi utilizada na campanha de prefeito por um dos candidatos locais, a gravação diz: “Não deu nada certo!” e em seguida coloca a locução de um cidadão irritado bradando o seguinte discurso: “Deu sim meu irmão foi secretário ganhando uma fortuna, meus parentes estão todos empregados etc e tal e por aí vai…”. Enquanto isso na cidade histórica II Já a segunda música é também um plágio da canção “Xote Ecológico” cantada pelo Trio Forrozão que homenageava o ativista ambiental Chico Mendes, a gravação diz: “Postos de gasolina Nanando fez, duas casas com piscina Nanando fez, Am e Fm Nanando feez, agora quer seu voto pra fazer tudo outra vez!”. Êta turma criativa. A turma é tão criativa que este colunista não entendeu a quais candidatos às músicas se referiam. Na terra do rei Jonnhie Player, o cano é brincadeira Um candidato ao cargo majoritário em 1985 (eleições municipais) deu um grande cano na agência de então, a maior de Sergipe naquele período. Anos mais tarde, na década de 90 foi a vez de uma agência da Bahia, muito ligada a ACM tomar o cano. Fala-se em cifras acima de US$ 1 milhão. Mais recentemente uma outra empresa também baiana tomou outro cano em torno de R$ 500 mil. Agora a aposta são quantas verdinhas que pernambucano perderá por aqui… Patinho fez a campanha de Chico em 2002 O responsável pelo programa eleitoral de Lula este ano, o marqueteiro João Santana, conhecido como “O Patinho” passou por Sergipe em 2002. Ele foi o responsável pelos programas eleitorais de Chico Rollemberg, candidato ao governo estadual. João Santana é ex-sócio de Duda Mendonça numa empresa em Rosário Central, Argentina. Detalhe: antes de Santana, Duda tinha chamado um publicitário sergipano que na época era prefeito do interior. O publicitário optou pela Prefeitura e pelo projeto político que não deu certo. Falta cliente para pesquisas A última novidade desse pleito eleitoral é que os vários Institutos estão registrando as pesquisas com a informação de que as mesmas estão sendo realizadas com recursos próprios. É um fato que chama a atenção porque sempre havia um cliente e esse novo comportamento gera uma interessante pergunta: Se não há encomenda, qual o interesse em se gastar tanto para realizar uma pesquisa? Produção de Deda errou feio Que o atual governo estadual fechou vários hospitais no interior todo mundo sabe. Porém, a produção do programa eleitoral do candidato do PT, Marcelo Deda errou feio ao incluir entre os hospitais públicos a unidade hospitalar de nossa Senhora do Socorro que era particular até a semana passada. Táxis com adesivos de candidatos Alguns táxis de Aracaju encontraram uma maneira de burlar a proibição de exibir adesivos de candidatos, já que são uma concessão pública. Um exemplo: alguns táxis da empresa de rádio-táxi “Vou de Táxi”, estão com adesivos dentro do veículo colados no painel. O cliente entra e dá de cara com vários adesivos. É fácil para a SMTT tomar a providência e multar ou até mesmo, em caso de reincidência cassar o ponto. Denúncias: carteiras de identidade e motorista I Essa coluna recebeu ontem duas denúncias graves: a primeira foi no domingo, durante a feira de Siriri onde o Instituto de Identificação tirava carteiras de identidade na sede da Câmara local. Nada demais se o denunciante não tivesse fotografado veículos plotados do candidato a deputado do prefeito, Valdomiro, transportando as pessoas para o local. O denunciante vai entregar as provas ao promotor eleitoral local. Denúncias: carteira de identidade e motorista II A outra denúncia, diz respeito ao Ciretran de Glória, que é comandado por Osmailson Farias, filho do candidato a deputado estadual Osmar Farias, ex-prefeito de Monte Alegre. Um eleitor garante que o mesmo está facilitando para quem deseja uma nova carteira de motorista. Esse a prova é mais fácil já que pelas estatísticas do órgão em Glória é fácil saber se neste período eleitoral a emissão de carteiras aumentou assustadoramente. Até Nilton “esquece” de Cristovam O candidato ao governo pelo PDT, João Fontes já deixou claro nas entrevistas que vota em Heloisa Helena do PSOL. Foi uma escolha dele. Porém, um histórico do partido em Sergipe, o candidato ao Senado, Nilton Vieira, também renegou a candidatura de Cristovam. Nas duas aparições que fez no programa eleitoral não pediu votos para o pedetista. Com isso perdeu os votos que tinha dos pedetistas sergipanos. Jornalistas e radialistas revoltados Até que enfim os jornalistas e radialistas estão se unindo. Um movimento está crescendo no sentido de repudia a atitude do governador João Alves que colocou na Secretaria da Comunicação Social, Ricardo Eusébio, que não faz parte da categoria. Há muitos anos todos os governos, inclusive João Alves, vem respeitando a nomeação de um profissional da área para comandar a Secom. Agora, de repente mudou de opinião. Por falar na Secom… Jornalistas garantem que uma briga entre um ex-assessor do governo e outro que está temporariamente afastado por conta da campanha pode tornar público algo bastante interessante. Dizem que o barraco foi grande e que toda história perde para as telenovelas da Rede Globo. Como diz o colega Osmário Santos: arrepare! Olha a faca… Quem ouviu no dia de ontem o programa “Fala Sergipe” apresentado pelo radialista Fábio Henrique, ficou na dúvida sobre uma determinada expressão. É que um dos entrevistados afirmava o tempo todo que durante um diálogo que teve com outra pessoa, não pronunciou, “palavras de baixo escalão” (sic), embora alguns ouvintes conheçam a expressão como sendo: “palavras de baixo calão”, outros menos convencidos ficaram na dúvida sobre qual a pronúncia correta. Bem que caberia a correção do termo ainda no ar, isso exigiria apenas um pouco de sutileza, para não parecer inconseqüência. Mas, caberia sim! Adelson “bate” em todos adversários “João Fontes quis ser Deda, não deu certo, depois quis ser Heloisa Helena e nada e agora que copiar o outro João, o Alves”. Do candidato ao governo pelo PSDC, Adelson Alves no programa eleitoral de ontem depois de fazer criticas também a João Alves e Marcelo Deda. Último dos moicanos Bate papo descontraído de dois jovens ontem na posse de Vovô Monteiro na Secretaria de Articulação Política: “o senador Almeida Lima parou no tempo e no espaço, se afastou de todo mundo e Vovô Monteiro é a prova maior, era o último dos moicanos”. Vovô Monteiro é ex-vereador e filiado do PMDB. Frase do Dia “Um candidato a deputado federal gasta entre 2 e 3 milhões para se eleger. Como vai pagar essa dívida com um salário de 15.000 reais? Ele já chega tentando fazer algum tipo de negócio. Se não for dessa forma, será de outra”. Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, na revista Veja desta semana.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários