Para uma boa memória

História, uma matéria intrigante e que poucas pessoas gostam de estudar ao longo dos ensinos fundamental e médio aqui no Brasil. Ao contrário de muitos, História sempre me fascinou, talvez pelas aulas maravilhosas que tive no Colégio de Aplicação e no Amadeus, talvez por ser muito curiosa sobre o que aconteceu e acontece no mundo. Essa matéria desvalorizada por aqui carrega uma grande responsabilidade que é a de manter viva a memória para que, inclusive, ciclos do passado sejam evitados, como afirmar que a Terra é plana, por exemplo.

 

A História é fatídica e contra fatos, não há argumentos, afinal, não se pode mudar o passado, mas, se por aqui a gente se interessasse mais pela História, algumas coisas seriam diferentes, certamente. Nesta semana, por exemplo, morreu a Rainha da Inglaterra, Elizabeth II, que esteve no poder durante 70 anos e pasme, sua morte gerou imensa comoção no mundo e no Brasil. Sim, no Brasil, ex-colônia portuguesa que também teve terras invadidas e exploradas pelos ingleses em 1591.

 

Além do Brasil, vale frisar que a Inglaterra é o país que mais colonizou no mundo. De acordo com uma pesquisa divulgada pela revista Super Interessante, a monarquia inglesa explorou e usurpou cerca de 170 países. Atualmente, 15 países ainda estão sob o comando da Coroa britânica e não há registro de pedido de desculpas da falecida rainha aos crimes cometidos ao longo de séculos de roubos, inclusive sob o seu reinado.

 

Não celebro morte de qualquer pessoa, também acredito que a vida de qualquer ser humano tem problemas, renúncias, privações, segredos, mas também tem escolhas. Diante da História, dos fatos, dos resquícios e atraso que a escravidão, por exemplo, deixou em todos os países colonizados, inclusive na grande potência norte-americana, não consigo ser comovida, o que não quer dizer que não respeito o momento e a história de vida de uma mulher a frente de uma monarquia há tantas décadas, mas sigo sem entender e aceitar todo e qualquer traço de escravidão.

 

E é por isso que sigo defendendo e amando a História como uma matéria fundamental para manter a nossa memória viva, pulsante e para que a gente possa escrever capítulos históricos com menos erros grotescos.  Conversem com historiadores, visitem os museus e leiam, leiam bastante, para que possamos transformar as realidades que foram roubadas de nós.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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