Dívida com o passado

Sergipe termina mais um ano em débito com aqueles que desejam passar a limpo as torturas praticadas em 1975 por oficiais do Exército. Diferente do governo federal, que ontem prorrogou por sete meses os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, em Sergipe as investigações nem foram ainda iniciadas. Estranhamente, o governo sergipano se acovardou diante da possibilidade de instalar a Comissão Estadual da Verdade. Por isso, seguem sem apuração as torturas praticadas no interior do quartel do 28º Batalhão de Caçadores. Com o argumento de que era preciso aniquilar o Partido Comunista, os torturadores fardados prenderam e humilharam 25 sergipanos, entre os quais o atual governador Jackson Barreto (PMDB). Portanto, enquanto aquele triste 1975 não for passado a limpo, a nuvem negra da tortura vai continuar assombrando todos os sergipanos.

Braços dados

A realização de obras em Aracaju motivou um encontro entre o governador Jackson Barreto (PMDB) e o prefeito João Alves Filho (DEM). Os dois trataram sobre construção de casas, melhoria do transporte público e a junção das avenidas Rio de Janeiro e Gasoduto. A reunião aconteceu ontem à tarde e foi assistida pelo vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) e pelos secretários estaduais Zezinho Sobral e Jeferson Passos. Todos juram que não trataram sobre política. Então tá!

Imobilidade

Faltando quase um mês para o Pré-Caju, a avenida Beira-Mar já está sendo ocupada por toneladas de ferro. Trata-se da montagem das arquibancadas e camarotes da festa que inferniza a vida dos aracajuanos. Marcada para o período de 24 a 26 de janeiro, a prévia carnavalesca cria sérios transtornos à população, principalmente quem reside ou trabalha no bairro 13 de Julho. Uma lástima!

Festa fuleira

Enquanto isso, a Prefeitura toma as últimas providências para realizar o pior Réveillon de Aracaju. Só para a data não passar em brancas nuvens, a Secretaria Municipal de Cultura contratou alguns poucos artistas locais, deixando vários outros revoltados por terem sido esquecidos. Será uma festa chinfrim, sem brilho, com a cara triste da administração João Alves Filho.

Navalhada

O Tribunal faz de Contas do Estado terá que fazer nova sessão para tratar sobre a aposentadoria do conselheiro Flávio Conceição. Foi o que determinou o ministro do STJ, Humberto Martins. Reportagem do jornalista Gilvan Manuel publicada hoje no Jornal do Dia revela que o ministro entendeu como equivocada a sessão realizada pelo TCE em 2007 para aposentar o conselheiro. Flávio Conceição caiu em desgraça após ter sido preso na Operação Navalha, que apurou lobby e desvio de recursos públicos.

A casa caiu

E quem está no xilindró é o paulista Alex Ferreira, vulgo “Gigante”. Ele foi preso pela Polícia Federal no município de Japaratuba quando transportava 620 quilos de maconha. Flagrado pela PF, o traficante confessou que a droga vinha de São Paulo para ser distribuída entre traficantes sergipanos para abastecer a galera durante o Réveillon.

Fique ligado

Nos próximos dias 30 e 31, os mercados centrais e setoriais de Aracaju funcionarão normalmente até as 17h, mas no feriado do dia 1° todos estarão fechados. As feiras livres programadas para acontecer na quarta-feira também não serão realizadas.

Casa Civil

Hoje respondendo por três Secretarias – Planejamento, Agricultura e Casa Civil –, Zezinho Sobral deverá deixar as duas primeiras pastas, assumir de vez a terceira e ocupar o papel de coordenador político do governo. A informação é do jornalista Eugênio Nascimento em seu blog Primeira Mão. Segundo ele, também fala-se muito na ida de João Augusto Gama para a Casa Civil, mas este se sente politicamente aposentado e pretende continuar tomando conta de suas empresas.

Pesquisas

A partir do próximo dia 1º, o registro das pesquisas eleitorais será obrigatório. As informações e os dados registrados no Tribunal Regional Eleitoral ficarão à disposição de qualquer interessado por 30 dias. O veículo de comunicação que publicar pesquisa não registrada está sujeito à multa que varia de R$ 53 mil a R$ 106 mil.

Do baú político

Na segunda metade da década de 40, a oposição ao presidente Eurico Gaspar Dutra (PSD) pregava seu afastamento, ao tempo em que empunhava a bandeira de “o petróleo é nosso”. Embora proscrito, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) participava das duas campanhas realizando comícios relâmpagos e reuniões na calada da noite com líderes sindicais e operários das fábricas de tecido. Em seu livro ‘João Ventura, cidadão de Aracaju’, o saudoso músico João Mello conta um hilário episódio ocorrido na Avenida Rio Branco, esquina com a rua Laranjeiras. Segundo ele, durante um comício relâmpago organizado pelo ‘Partidão’ e que reuniu uma diminuta assistência, o locutor do carro de som chama para discursar o operário Otávio José dos Santos que, embora analfabeto, era um ativo membro do partido. Microfone em punho, ele soltou a pérola: “Generá, pelo bem do Brasí, ricoe, ou antonce rinuncei!”.

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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