Eleição e posse do Dr. José Rollemberg Leite Neto na ASL

Por Domingos Pascoal

A noite de 17 de novembro de 2025 ficará marcada na história da cultura literária sergipana. Em sessão solene da Academia Sergipana de Letras, realizada no auditório acadêmico Dr. José Anderson Nascimento, foi eleito por unanimidade, como membro efetivo e vitalício, o jurista e escritor Dr. José Rolemberg Leite Neto, que passa a ocupar a Cadeira nº 38, anteriormente pertencente à saudosa confreira poeta Carmelita Pinto Fontes mulher de brilho intelectual inconfundível e pilar da literatura sergipana.

A eleição transcorreu em pleno espírito acadêmico, obedecendo rigorosamente ao estatuto da Academia Sergipana de Letras. Conforme a tradição, o candidato não esteve presente no local, aguardando, em ambiente reservado, a chegada da comitiva oficial composta pelos acadêmicos votantes, liderada pelo presidente Dr. José Anderson Nascimento, que lhe levou a comunicação formal de sua aprovação.

A recepção à comitiva aconteceu no Restaurante 4 Estações – Hunter Douglas, onde o neoacadêmico eleito ofereceu um lauto banquete, repleto de conversas afetuosas, emoções compartilhadas, discursos de agradecimento e boas-vindas, muitos sorrisos e alegrias.

Ser eleito para uma Academia de Letras não é tarefa fácil. As vagas são raras e preciosas. A ASL, seguindo o modelo francês, possui apenas 40 cadeiras, o que torna cada eleição um acontecimento singular. A escolha de um novo membro é, antes de tudo, um gesto de confiança no legado de uma vida dedicada ao saber, à palavra e à contribuição pública.

Agora, imagine a grandeza deste feito, pensemos com consciência: estado com mais de dois milhões de habitantes, fazer parte desse restrito colégio de pensadores e escritores de apenas 40 é mais que uma honra é uma consagração definitiva. É o reconhecimento de que o nome inscrito ali transcende o tempo, atravessa a efemeridade do presente e passa a compor, de forma definitiva, o corpo da memória literária de Sergipe.

Ser imortal não é apenas uma metáfora é uma realidade. Não se trata da imortalidade ilusória prometida por Calipso a Odisseu, feita de eternidade sem pertencimento. Trata-se da verdadeira imortalidade: aquela conquistada pelas boas obras, pelas palavras que tocam gerações, pelas ideias que resistem ao tempo. Por isso, ao tornar-se acadêmico, é essencial que se abrace uma missão e se construa um legado.

O verdadeiro acadêmico não faz e nem escreve apenas para si. Ele faz e escreve para o outro, pelo outro, com o outro em mente. Seu ofício é o de semear consciências, cultivar esperanças, abrir caminhos e construir pontes. É nesse gesto de doação intelectual e afetiva que reside sua grandeza.

Ser acadêmico é portar a tocha da cultura, é lançar luz sobre os caminhos do saber, é despertar consciências, promover a educação e preservar a herança que molda nossa identidade como povo bom. Cada cadeira é um bastião da sergipanidade. Cada novo ocupante, um guardião dessa responsabilidade.

Ao receber Dr. José Rolemberg Leite Neto, a Academia Sergipana de Letras acolhe não apenas um nome de relevo jurídico e intelectual, mas um espírito comprometido com o saber, a justiça e a elevação da vida por meio das ideias.

Seja bem-vindo, Dr. José Rollemberg Leite. A sua história agora é também a história da ASL – Academia Sergipana de Letras. E, por consequência, da cultura literária de Sergipe.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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