Câncer de Mama: diagnóstico, classificação e tratamento

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O câncer de mama é uma doença em que a multiplicação desordenada de células da mama gera células anormais, formando um tumor maligno.

Atualmente trata-se de um dos três tipos de câncer de maior incidência em todo o mundo, ao lado do de pulmão ,do colorretal e do câncer de pele não melanoma, que é infelizmente o mais frequente. Observando-se os diagnósticos de ambos os sexos, os casos de câncer de mama representam cerca de 11,6% do total da doença, porém quando se considera apenas entre as mulheres, esse número sobe para mais do dobro dos casos, ou seja cerca de 24,2%.

Triste estatística em nosso País o câncer de mama é o que mais acomete as mulheres (excluídos os tumores de pele não melanoma),no ano passado foram  estimados que ocorreram aproximadamente 75320 mil novos casos no Brasil.

O câncer de mama não é exclusividade do sexo feminino, infelizmente os homens também podem ser surpreendidos com essa doença cruel e muitas vezes silenciosa, mas graças a Deus sua incidência é baixíssima, apenas ocorre em 1% do total de casos da doença.

CLASSIFICAÇÃO DA HISTOLÓGICO DA DOENÇA

A doença é composta por diferentes subtipos, tornando com isso uma doença extremamente heterogênea, fazendo com que ocorra evolução clinica extremamente distinta.

Os oncologistas utilizam o tipo histológico para definir o câncer de mama em relação ao local originário do tumor no tecido mamário e também o modo como ele se desenvolve. Subtipos mais comuns:

-Carcinoma Ductal In Situ – é o tipo mais comum não invasivo, acomete os ductos da mama, espalha-se através deles e distorcendo sua arquitetura, infelizmente pode progredir para invasivo, apesar de que isso seja muito pouco frequente quando essa doença é adequadamente tratada; em geral é uma doença que não atinge gânglios axilares nem tem potencial de desenvolver metástases à distância;

-Carcinoma Ductal Invasivo – representa entre 65% e 85% dos casos de câncer de mama invasivo, geralmente começa nos ductos mamários, ultrapassando a barreira da membrana e se alastrando pelos tecidos próximos; de forma geral é um tipo de câncer que pode invadir as estruturas adjacentes à mama, como os gânglios axilares ou até em caso raros pode produzir metástases à distância;

-Carcinoma Lobular Invasivo – trata-se do segundo tipo de câncer de mama mais frequente, nasce nas glândulas produtoras de leite  ( lóbulos mamários ), podendo se desenvolver apenas localmente, mas tem a capacidade de se apresentar como doença bilateral ou multicêntrica, ou então pode invadir tecidos adjacentes e ocasionando metástases para órgãos a distância;

-Carcinoma Lobular In Situ –trata-se de um tipo histológico muito raro e  representa apenas 2% a 6% dos casos, também se origina dos lóbulos mamários, mas não tem a capacidade de invadir tecidos, porém infelizmente pode ser um precursor do câncer de mama invasivo.

CLASSIFICAÇÃO CLINICA

-Carcinoma inflamatório – muito raro representa apenas 1% a 3% dos casos, nesse caso os ductos linfáticos da pele sobre o tecido mamário são bloqueados e invadidos por células tumorais; nesse caso o sistema linfático atua na defesa contra infecções e inflamações, desenvolvendo uma reação em cadeia que ocasiona a inflamação da mama;

-Doença de Paget – raríssimo, com incidência de 0,5% a 4% dos casos de câncer de mama, geralmente se inicia no ducto mamário, atinge a pele do mamilo e a aréola, infelizmente seu quadro clinico é muito variável pois pode tanto ser assintomático quanto se manifestar em crostas e inflamações no mamilo;

-Tumor filóide –extremamente raro, se inicia no tecido conjuntivo da mama (estroma), enquanto que os demais se desenvolvem nos ductos ou lóbulos mamários;

-Angiossarcoma – começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou os vasos linfáticos.

QUADRO CLINICO

O câncer de mama apresenta sintomas que podem ser percebidos no autoexame realizado pela própria mulher ou nas consultas de rotina com o médico ginecologista, porém em sua grande maioria os principais sintomas são:

-Nódulo ou caroço fixo, geralmente indolor, que está presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é percebido pela própria mulher

-Vermelhidão na pele da mama acompanhada de retração e aparência de casca de laranja;

-Alterações no mamilo, como retrações ou inversão;

-Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;

-Saída espontânea e anormal de liquido dos mamilos, inclusive pode ser sero-sanguinolento.

IMPORTANTE: o autoexame pode ser feito no banho, no momento da troca de roupa ou em qualquer situação cotidiana, quando a mulher sentir-se mais confortável, orienta-se  que ela deve apalpar os dois seios e mamilos em busca de pequenas alterações mamárias, por que quanto mais precoce for detectado, maior será a chance de cura para o câncer de mama; indiscutivelmente sabe-se deque o autoexame certamente que contribui para o diagnóstico precoce da doença

Diagnóstico

Geralmente se baseia em um tripé composto por exame clínico, exame de imagem e análise histopatológica.

Após anamnese minuciosa, ou seja com um história clínica realizada por médico especialista, faz-se necessário realizar os exames de imagem adequados para avaliação do parênquima mamário, ecografia mamária e mamografia; no entanto a realização de uma  ressonância de mamas pode complementar ou ajudar em situações específicas.

Convém salientar de que em caso de suspeita de câncer de mama, é necessário realizar biópsia da região suspeita para confirmação – ou não – do diagnóstico.

Os métodos principais de biópsia mamária são a Core biopsy, ou biópsia por agulha grossa, e a mamotomia, ou biópsia a vácuo, em que uma amostra maior de tecido é retirada. Ambas as biópsias são realizadas com anestesia local e são minimamente invasivas, salientando de que nos casos de lesão axilar, a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é a alternativa mais recomendada.

A escolha da melhor estratégia de biópsia é feita pelo mastologista ou pelo radiologista, especialista em radiologia mamária, porém se nenhuma dessas alternativas de biópsia  minimamente invasiva seja viável, a biópsia cirúrgica é uma opção. Salientando de que no caso da  lesão ser impalpável, um exame de imagem  como a ultrassonografia, mamografia ou ressonância  podem servir como guia para o procedimento.

Após a realização da biópsia, o tecido mamário suspeito é retirado e em seguida avaliado por um patologista, por meio da microscopia, dessa forma torna-se viável fazer a  diferenciação da presença de uma lesão benigna de uma maligna; frisando de que o exame imunohistoquímico ajuda a confirmar o diagnóstico e a diferenciar os tipos de câncer de mama.

Tratamento

O tratamento do câncer de mama depende da fase da doença (estadiamento), do tipo molecular do tumor e das condições clínicas da paciente (como idade, doenças preexistentes, se já passou pela menopausa);dentre os procedimentos, pode haver cirurgia, radioterapia, quimioterapia, endocrinoterapia, terapia biológica (ou terapia alvo) e  imunoterapia.

As modalidades de tratamento são divididas em local (cirurgia e radioterapia) e sistêmico (quimioterapia, endocrinoterapia, terapia biológica e imunoterapia).

Estadiamentos I e II

Nas fases iniciais do câncer de mama, o habitual é optar pela cirurgia,que pode ser conservadora (retirada do tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial ou total, seguida ou não de reconstrução mamária – que deve ser considerada para reduzir os impactos negativos físicos e emocionais do tratamento.

A radioterapia é sempre indicada após cirurgias conservadoras, porém sempre irá depender após do tipo de procedimento cirúrgico; ou seja após a realização de uma mastectomia parcial, irá depender de algumas variáveis, como tipo molecular do tumor e presença ou não de comprometimento linfonodal.

Convém sempre observar de que de acordo com o risco de recorrência ou recidiva, decide-se pela indicação ou não de tratamento sistêmico, levando-se também em consideração a idade da paciente, o tamanho, subtipo molecular do tumor e o comprometimento dos linfonodos axilares.

Para decidir pela endocrinoterapia e/ou terapia biológica, por exemplo, é fundamental avaliar a presença de receptores hormonais e receptor de HER por meio de um exame de imunohistoquímica.Devemos sempre considerar de que a quimioterapia pode ser ofertada antes ou depois da cirurgia, levando-se em consideração o risco de uma futura recidiva. São avaliados os seguintes critérios: tamanho do tumor, expressão de receptores hormonais, presença ou não de superexpressão da proteína HER-2, grau histopatológico, idade da paciente e mais recentemente, quando disponível, algumas assinaturas genômicas, que avaliam o DNA tumoral e ajudam a graduar o risco da paciente; porém devemos considerar de que alguns pacientes não necessitarão de quimioterapia durante o tratamento, por apresentarem uma doença de  agressividade menor.

Estadiamento III

Nesses casos são tumores maiores que 5 cm ou, quando menores, com a  presença de linfonodos regionais acometidos nas axilas, por exemplo; preferencialmente realiza-se um tratamento sistêmico (geralmente com quimioterapia),como uma opção inicial para a redução do tumor. Em seguida, parte-se para o tratamento local, com cirurgia e radioterapia.

Estadiamento IV

É a fase em que há metástase, ou seja, o câncer já se espalhou para outros órgãos (mais frequentemente ossos, pulmões, fígado e cérebro),nesses casos torna-se necessário  encontrar o equilíbrio entre o controle da doença por meio das abordagens disponíveis, o aumento da sobrevida do paciente e os potenciais efeitos colaterais do tratamento.

Grandes avanços aconteceram nos últimos anos em relação ao tratamento do câncer de mama metastático, ou seja apareceram medicamentos orais, chamados  inibidores de ciclinas, com excelente capacidade de controle e redução do volume de doença. Além disso, no cenário do câncer de mama metastático HER-2 positivo houve uma grande melhora da expectativa de vida das pacientes, com o surgimento de algumas drogas alvo.

Finalmente cita-se a imunoterapia, tratamento capaz de ativar o sistema imune das pacientes contra o câncer, que mostrou-se com excelentes resultados no câncer de mama triplo negativo, ou seja, que não expressa receptores hormonais e nem a superexpressão da proteína HER-2.

Prevenção

Para uma adequada e eficaz prevenção, convém adotar hábitos de vida saudáveis, que podem prevenir cerca de 30% dos casos de câncer de mama.

-Praticar atividades físicas regularmente;

-Manter uma alimentação saudável;

-Manter um peso corporal adequado;

-Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;

-Evitar o uso de hormônios sintéticos (como terapias de reposição hormonal);

-Amamentar;

-Não fumar;

-Realizar a mamografia, o exame preconizado para rastreio de câncer de mama, a partir dos 40 anos (segundo a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia).

IMPORTANTE: o diagnóstico precoce do câncer de mama ( auto exame das mamas ), associado ao tratamento adequado, aumenta a chance de cura da doença

Uma Excelente e Saudável Semana…

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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