As atitudes do Congresso Nacional, cada vez mais, nos mostram o quanto estamos iludidos. Quando se vota num Deputado e num Senador, acredita-se, que se eleitos, estarão no Congresso Nacional, legislando em favor de uma melhor qualidade de vida para o brasileiro. O que vem nos mostrando o dia a dia do Congresso Nacional, porém, é que deputados e senadores visam apenas melhorar a sua qualidade de vida e a de seus protegidos.
Em primeiro lugar, gigantesca é a diferença entre seus privilégios e os dos seus eleitores. Além dos altos salários que recebem ainda têm os seguintes privilégios: Durante seus mandatos recebem verba para contratação de funcionários; verba para manutenção de escritório, telefone, correio; auxílio moradia, para quem não tem apartamento funcional gratuito; quatro passagens aéreas mensais de ida e volta de Brasília para a capital do estado de origem e aposentadoria após oito anos de mandato.
Não bastassem esses privilégios, vimos o que vem sendo denunciado nas CPI´s instaladas. Vimos a posição do Presidente da Câmara em favor daqueles que receberam recursos ilegais para as suas campanhas eleitorais e ainda é acusado de receber propina para autorizar a prorrogação de contrato de restaurante da Câmara. Vimos a atitude mercantilista de deputados para aprovar medidas propostas pelo governo.
Você conhece algum deputado ou senador pobre depois de cumprir seu mandato?
E como não podia deixar de ser, simplesmente, no Senado e na Câmara, foi derrubado o veto presidencial ao reajuste de 15% nos salários de funcionários da Câmara e do Senado, que custará ao país cerca de R$ 600,0 milhões. Se a isonomia for estendida a todas as categorias do funcionalismo público, o impacto nas contas públicas chegara a R$ 11,0 bilhões.
Em 2006, novamente seremos chamados para eleger deputados e senadores. Mantidas as condições atuais, haverá estímulo para votar em deputado e senador?
Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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