Profa. Dra. Janaina Cardoso de Mello
Docente DHI-UFS e do PROFHISTÓRIA/UFS
Membro do GET-UFS
Dizer que o futuro já chegou e nele convivemos não é surreal, pois nosso cotidiano depende de tecnologias que eram suportes e opções. Hoje, o mundo digital é o escape do isolamento social, desemprego e paralisia do ensino.
A pandemia de covid-19, que encerrou museus, espaços de patrimônio edificados e de cultura imaterial, trouxe a difícil sobrevivência à maior crise sanitária do início do século XXI e as desigualdades socioeconômicas de acesso, conhecimento e uso das tecnologias digitais na cultura e no ensino. Há exclusão digital e de saberes.
Um smartphone ou notebook não capacita ao Letramento na Cultura Digital. Há muito despreparo para o futuro digital do tempo presente. Os Projetos Pedagógicos da Educação Básica e Ensino Superior relacionados às Tecnologias de Informação e Comunicação Digital (TIDC) são obsoletos no mercado de trabalho da sociedade contemporânea.
Na Educação Patrimonial, muitos desconhecem a modelagem 3D de edifícios históricos utilizando softwares HBIM (Historic Building Information Modelling), inovação na Arquitetura e na Construção, que registra e modela em 3D prédios históricos, favorecendo a preservação do patrimônio cultural.
Antes de digitalizar um edifício histórico, é necessária a pesquisa histórica em arquivos, bibliotecas e in loco para coletar registros documentais, além de dados geométricos. Feito isso, o uso de softwares como o Edificius e o Autodesk ReCap aliados ao Revit para inserção de dados, criação de nuvens de pontos e visualização 360°. Há pelo menos 30 anos essas ferramentas digitais estão em uso em países europeus.
Uma experiência com HBIM no país fez a modelagem digital do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, uma edificação neoclássica de 1862, onde D. Pedro II e a família real passavam as férias de verão. A parceria da Autodesk, Leica Geosystems, Drone Imperial e Realize Tecnologia, em 2017, desenvolveu um projeto para preservar digitalmente esse patrimônio da humanidade da UNESCO.
Tecnologias digitais são necessárias ao acesso, preservação e socialização de conhecimentos. A história dos povos em sua identidade cultural e produção material deve ser atualizada para a realidade 4.0, com novas competências de historiadores e demais profissionais. A transdisciplinaridade é a chave na aquisição, usos e criação de saberes tecnológicos diante das demandas coletivas.
Quer saber mais? Use o leitor de QR Code do smartphone nessa experiência digital com a educação patrimonial 4.0.
Para saber mais:
APARECIDA COSTA, H.; SOUZA, M. P. D.; QUINILATO BALDESSIN, G.; ALBANO, G.; MINTO FABRÍCIO, M. MODELAGEM BIM PARA REGISTRO DIGITAL DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO MODERNO. Revista Projetar – Projeto e Percepção do Ambiente, v. 6, n. 1, p. 49-68, 25 jan. 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/21331, acesso: 10/07/2021.