0 relatório sobre a população mundia1 divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estima que a mudança do clima pode contribuir para o deslocamento de um contingente populacional de aproximadamente 200 milhões de pessoas até 2050.
De acordo com o representante do UNFPA no Brasil, Harold Robinson, o Brasil também corre risco, pois inúmeras cidades estão situadas ao longo da costa, disse, se referindo à possibilidade do aumento do nível do mar.
Robinson citou o dado preocupante de que o derretimento do gelo da Antártida aumentou 140% na última queda. Segundo ele, é exatamente esse fenômeno que pode acarretar com a devastação de cidades litorâneas a médio e longo prazo. “Sete em cada dez desastres naturais são relacionados ao clima”, disse.
Os dados apresentados mostram que a floresta Amazônica perdeu 500 mil km2 nos últimos 40 anos. “Se o padrão de desmatamento persistir, no médio e longo prazo a floresta poderá se transformar em savana”, alerta o relatório. “Estamos no limiar de uma catástrofe em relação à mudança do clima. 0 ponto central é que as mudanças climáticas são um problema humano provocado pela atividade humana”, diz Harold Robinson.
O relatório revela também que o crescimento populacional é um dos fatores que mais contribuem para o aumento nas emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, com o aquecimento global. Segundo o UNFPA, nos países ricos, onde o consumo de energia e materiais é maior, a influência negativa sobre o clima mundial é mais alta. “Os países desenvolvidos são responsáveis por 75% da emissão de gases entre 1950 e 2002”, destaca trecho do documento.
0 crescimento demográfico, a estrutura de idades em uma sociedade e a composição familiar influenciam de maneira importante na mudança climática segundo o relatório apresentado pelas Nações Unidas. Segundo este estudo, o crescimento demográfico do planeta não é o elemento determinante da mudança climática, mas influenciará em sua evolução e na maneira como as populações se adaptarão a suas conseqüências mais visíveis, como o aumento do nível do mar, a violência, das tempestades e a intensidade das secas.
É evidente, acrescentou que esse nível de crescimento populacional dificulta a adaptação à mudança climática.
“0 crescimento demográfico não é o fator principal do aumento das emissões de gases, já que isso está vinculado à industrialização e à utilização de combustíveis fósseis, mas contribui de maneira importante. (Ambientebrasil)