Entrevista/Iran Barbosa

 

“O companheiro Lula precisa ter no Congresso a maioria dos votos”

 

Candidato a deputado federal, o vereador de Aracaju Iran Barbosa (PT) faz uma avaliação bastante positiva deste início da campanha eleitoral e revela nesta entrevista algumas propostas que pretende apresentar, se eleito, na Câmara dos Deputados. Leia a seguir a integra da entrevista:

 

 

Cláudio Nunes – O que levou a disputar um mandato de deputado federal nas eleições deste ano?

Iran lembra postura contra os envolvidos com corrupção.

Iran Barbosa – Pertenço a um grupo e a minha atuação na política tem sido pautada pelas necessidades deste coletivo. Represento além deste grupo setores da sociedade que têm questionado e de certa forma exigido que a gente amplie a representação  nos espaços de tomada de decisão de poder. E é exatamente essa discussão coletiva de um segmento do Partido dos Trabalhadores e a discussão de segmentos como dos professores e de camadas que não têm voz e representação no espaço de poder e que compõem aqueles grupos vulneráveis da sociedade, que a partir de um processo de reivindicação, de sugestão e até de cobrança levou a uma definição pela candidatura de deputado federal. É uma avaliação de que nos espaços mais ampliados a gente tem condição de ampliar o trabalho e a defesa de todos esses segmentos.

CN  – Essa série de denúncias envolvendo a Câmara dos Deputados na sua avaliação ajuda ou prejudica quem tenta conquistar um mandato federal?

IB  Acho que de forma geral essas situações têm prejudicado a política. Vejo que os últimos acontecimentos envolvendo, não apenas o Congresso Nacional, mas talvez ele seja a maior vitrine de todos os problemas de corrupção e falta de ética com o trato da coisa pública, mas nós sabemos que não é só lá que estão os problemas, se formos observar o Poder Judiciário tem representações que precisam ser questionadas e o Poder Executivo todo mundo sabe como é, mas dentro da estrutura democrática o Legislativo termina sendo o espaço de maior visibilidade até pelo maior número de representantes existentes.  Os escândalos têm desservido a política. Acho que é uma coisa muito ruim porque termina configurando a política como algo pernicioso, no entanto entendo que a população percebendo que é necessário ocorrer uma mudança ela entende que existem pessoas e partidos que têm uma tradição muito maior de respeito ao trato da política e da coisa pública. Neste sentido a população tem entendido bem e tem sabido diferenciar que essa crise mais generalizada que vem ocorrendo com a política e o que são os compromisso firmados por representantes e homens públicos que nas suas trajetórias têm demonstrado seriedade no exercício da política e no trato da coisa pública.

CN – Mas o leitor vem fazendo essa cobrança de postura ética quando o senhor vai lhe pedir o voto?

IB –  Em relação a mim não, porque existe inclusive um depoimento que faz muito forte entre as pessoas de que a gente representa exatamente uma parcela da classe política que não se permite se atingir por este tipo de pratica. Nós pautamos nossa ação exatamente contra qualquer tipo de iniciativa de homens públicos que passe pela compra de votos, pela venda do mandato em nome de interesses escusos, que passe pelo uso dos recursos públicos  para beneficiar a si próprio, ao grupo que pertence a sua família. Nós somos contra o nepotismo, somos contra a corrupção, nós denunciamos quem faz isso. Nós assumimos postura dentro e fora do partido contra aqueles que estão envolvidos em escândalo e isso tem nos dado uma credibilidade muito grande porque não é apenas um discurso é uma pratica cotidiana de nossa ação. As pessoas reclamam da política, mas respeitam o nosso nome e o que representa em termos de atuação na vida política. E isso para mim tem sido gratificante porque existe um reconhecimento muito amplo tanto pela atuação como parlamentar na Câmara Municipal  de Aracaju como também como homem público na defesa daquilo que o povo realmente espera que os homens públicos defendam.

CN – Se eleito, o que Iran Barbosa vai apresentar de idéias e projetos na Câmara dos Deputados?

IB – Nós temos já sérias discussões sobre a atuação num mandato federal. Vamos continuar priorizando como temos feitos na Câmara de Aracaju o estudo, a pesquisa e a propositura que venham favorecer a população. Por exemplo, recentemente estava fazendo uma discussão com um segmento que tem a minha cara, usando uma expressão bem popular, que é o magistério. E uma das sugestões que é séria hoje diz respeito às doenças profissionais  que atingem a categoria e que não têm reconhecimento legal. Mas nós já temos pesquisas e estudos fundamentados sobre isso e lá na Câmara Federal, sendo eleito, vou ter cuidado de buscar essas alternativas. Outra questão séria que tenho debatido no trabalho desenvolvido na Câmara de Aracaju e que é necessário lá na Câmara Federal garantir a gratuidade para os idosos no transporte coletivo a partir dos 60 anos de idade. Isso precisa ser uma reforma feita no Estatuto do Idoso e nós pretendemos assegurar, como vários outros projetos que dizem respeito aos trabalhadores e a população de uma forma geral, como meio ambiente, que são temas que pautam os direitos humanos e nossa atuação tanto como cidadão como homem público.

CN – Qual a avaliação que você faz deste primeiro mês da campanha do PT nas ruas?

IB – A avaliação que faço é bastante positiva. A aceitação do projeto, da candidatura do companheiro Marcelo Deda, do companheiro Zé Eduardo, tanto na capital e no interior tem sido muito grande. Isso nos tem dado uma segurança e um animo grande no sentido de buscarmos ampliar cada vez mais os apoios e garantir o sucesso desta empreitada. Tenho a certeza que Aracaju vai continuar respondendo muito positivamente e a voz que vem do interior do estado no sentido de clamar por mudanças efetivas na realização da política no Estado de Sergipe vai garantir uma ampla vitória deste projeto que estamos abraçando que é de garantir a eleição dos companheiros Deda e Zé Eduardo, à reeleição do companheiro Lula. Tenho também uma avaliação positiva da minha campanha pessoal a deputado federal, que vem dando uma demonstração de outra avaliação positiva que diz respeito à atuação na Câmara Municipal e espero garantir sucesso nessa nova tarefa.

CN – Na sua avaliação quantos deputado federais serão eleitos na legenda da oposição?

IB – Acho que é uma eleição muito disputada, muito difícil, porque a eleição dos proporcionais passa por uma série de detalhes que dificulta inclusive a gente arriscar qualquer prognostico. Como é uma eleição no âmbito estadual não se pode fazer prognostico com base em setores e áreas do Estado, porque ela toma toda a unidade federativa. Acho muito difícil fazer um prognóstico, mas estamos trabalhando no sentido de garantir que possamos fazer a maioria da bancada sergipana no Congresso Nacional. Essa é a nova tarefa, é o nosso trabalho e é para isso que conclamamos o eleitorado sergipano. O companheiro Lula precisa ter no Congresso Nacional a maioria dos votos, o companheiro Deda precisa ter a maioria na Assembléia Legislativa a maioria dos votos para garantir que o nosso projeto de esquerda, um projeto socialista um projeto de mudanças seja assegurado na Câmara Federal e que seja implementado aqui em Sergipe.

CN – Na sua avaliação estes quase dois anos como vereador lhe credenciou para disputar um mandato de deputado federal?

IB – Não apenas o mandato de vereador. É claro que o mandato dar uma maior visibilidade no campo da política partidária, mas acho que a história de vida que temos construído em função da nossa opção classista, de defesa do trabalhador, do mais pobre e dos setores mais excluídos da sociedade apontam um caminho para que a população possa avaliar. É claro que o destino do político está nas mãos do povo que vota ou não vota em função dos projetos, das propostas e da forma de atuação.Espero que esteja credenciado tanto pela minha vida pessoal, minha vida militante, pela minha vida político-partidária e minha vida parlamentar de mais de um ano e meio na Câmara Municipal, para estar pleiteando e defendendo uma plataforma para ser implementada com meu apoio lá no Congresso Nacional.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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