Este espetáculo merece ser preservado

De onde moro, tenho a felicidade de poder ver do alto, a beleza do Rio Sergipe. Nos dias de sol, nas diferentes horas do dia, a cor da água vai se modificando e com o reflexo dos raios solares, parece se transformar em milhares e milhares de brilhantes. Fascinante, também, são os pássaros que, em grupos, descem e sobem o rio. Além disto, posso ainda ver a beleza do encontro das águas do rio com as águas do mar. A noite, com a lua refletindo seu brilho nas águas do rio, é de uma beleza indescritível. Um outro ponto que chama a atenção e que faz lembrar Veneza é a quantidade e espécies de barcos que deslizam por suas águas. Mas não para por aí, estendendo nosso olhar, pode-se ver a beleza dos milhares de coqueiros, na Ilha Santa Luzia e mais distante está o encontro do céu e o mar.

Existem, porém, os contrastes que nos coloca a seguinte questão: até quando o ser humano manterá intacta esta imagem? Pelo que vemos, temos receio de que não demore muito o fim deste espetáculo.

Rio Sergipe, do alto aquela maravilha acima descrita, no seu nível, uma tristeza. Nas suas margens estão garrafas e sacos plásticos, vidros, latas, pneus e muitos outros objetos não biodegradáveis que o homem, o ser racional, ali joga. Isto sem falar do esgoto “in natura” que no rio é lançado.

Por falar em Rio Sergipe, um novo visual está chegando, a Ponte Aracaju/Barra. Para que amanhã toda esta beleza não desapareça não podemos esquecer o que está ocorrendo com o rio Ceará. Inaugurada em 1997 para facilitar o acesso entre Fortaleza e Caucaia, a ponte José Martins Rodrigues, mais conhecida como ponte sobre o rio Ceará, beneficia, diariamente, milhares de pessoas que cruzam os seus 633 metros. Para os cearenses que se deslocam diariamente entre as duas cidades, ela trouxe algumas melhorias, como a economia no tempo e na distância do percurso. Mas, para o meio ambiente já são sete os anos de prejuízos.

De acordo com a doutora em geografia ambiental e professora da Universidade de Fortaleza, Vanda Claudino Sales, as colunas de sustentação da ponte instaladas no leito do rio impedem o fluxo normal da água. “Como o rio é o maior transportador de areia e outros materiais orgânicos para o mar, os prejuízos são enormes para o meio ambiente. Os pilares acabam funcionando como obstáculos para a água”. Segundo ela, grande parte da areia que deveria ser levada até o mar, acumula-se no entorno do obstáculo. “Isso causa um grande desequilíbrio no ecossistema. O prejuízo é para o rio, para as praias, para as dunas e para os peixes”, afirma.

Segundo ela, a baixa profundidade prejudica, inclusive, a reprodução dos peixes que vêm do mar para desovar no rio ou no mangue. A temperatura da água esquenta mais do que o normal. Com isso, os peixes acabam procurando outro lugar para se reproduzir. A vibração dos carros que passam sobre a ponte e a iluminação artificial que reflete na água à noite também são considerados fatores determinantes para a diminuição dos peixes no rio Ceará.

Todos os dias, na Ilha Santa Luzia, a fumaça é constante, o que mostra serem permanentes as queimadas na Ilha. Hoje, às margens do Rio Sergipe, o número de residências é muito maior do que já foi. O interessante é que o IBAMA, pela localização de sua sede, também pode ver o que está acontecendo e (quem sabe?) interromper o extermínio do coqueiral.

Para terminar, mais uma beleza. De um lado, na Av. Ivo do Prado, está a Praça Dr. Joaquim Barbosa, adotada pela Petrobrás. Uma beleza que merece ser vista e admirada. A grama toda bem cuidada, as inúmeras flores ali existentes, com sua diversas cores, dão mais brilho ao verde contagiante da grama e as árvores, além da sombra que dão, completam o esplendor. À noite, todo este espetáculo continua presente, em função da rica iluminação que faz parte do contexto.

Em frente, encontra-se a Praça Getúlio Vargas. Excetuando as árvores, os demais componentes não podem ser comparados com os da “outra”. Grama seca e pisada pelo ser humano, brinquedos e bancos quebrados e iluminação precária, em virtude das lâmpadas queimadas. Hoje, porém, em função do prefeito morar nas proximidades da praça ou não, a grama, apesar do estado em que se encontra, está melhor tratada e, diferentemente do que era antes, ela é regada diariamente e o pessoal da EMURB está constantemente limpando e pintando os meios-fios.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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