O menino Edgar vivia a sonhar com a professora Annabel, linda, cabelos pretos escorridos e umas pernas! Na escola, não usava saias justas e curtas, eram saias bem comportadas, mas quando passeava, vestia coisas mais ousadas, mostrando ou deixando adivinhar as belezas do corpo.
Edgar vivia atormentado pela beleza da professora. Um dia, deu-lhe uns papeis, cheios de frases. Um longo poema, com rimas e sílabas contadas, num inacreditável esforço que fizera estudando caladinho os formatos de poesia. Ninguém acreditara que fora ele que escrevera. Era coisa de poeta.
Mas um vendaval de desventuras caiu sobre sua cabeça: a descompostura da professora e da diretora (mas que falta de respeito, moleque!), a suspensão, os castigos dos pais e a mangação dos colegas. Edgar chorou durante muito tempo a sua dor. Depois se ergueu e decidiu treinar intensamente pra ser jogador de futebol.